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Mostrando postagens de novembro, 2012

Pedra só, de José Inácio Vieira de Melo

José Inácio Vieira de Melo Foto: Ricardo Prado | Arte: Mirdad Pedra só é o sétimo e mais novo livro do poeta alagobaiano José Inácio Vieira de Melo , lançado este ano pela editora Escrituras. Não é o meu predileto (que são A terceira romaria e A infância do centauro – veja a Pílulas deste livro aqui ), mas é um excelente livro, com destaque para a entrevista que o jornalista Gabriel Gomes fez com o poeta no Posfácio da obra, e para os poemas pilulados a seguir: "para o voo ser só voo e asas, é preciso que o baú sinta a fome dos cupins e traças. A arte da pedra é ser o silêncio que cresce. E o que toda a gente quer é sombra e rede e água. Mas o tamanho da sede é de acordo com o merecimento. E o que mais se vê pelo mundo é gente engolindo gente O desejo cego dos homens habita suas cabeleiras: saltar para o amplo vazio dos elementos e ver na soleira da arte o assombro e a magia." "apesar da cara de totem, ela era mesmo um mantra."

Resenha do novo CD de Tiganá Santana

Show de lançamento do novo CD de Tiganá Santana na Suécia (foto: Iñaki Marconi) " The Invention of Colour " é o novo CD de Tiganá Santana , que será lançado em breve no Brasil. Confira a crítica do sueco Peter Sjöblom para o site Tidningen Kulturen (original aqui ), traduzida por Sebastian Notini : Talvez "The Invention of Colour" seja o disco mais contraditório do ano, tanto em termos de design e conotações culturais. Primeiro o disco vem, com um título forte colorido, com uma capa de cor modesta. Segundo, ele é feito por um brasileiro, então seria fácil a associação de percussão e dança exuberante, mas o cantor/compositor Tiganá Santana é praticamente o oposto disso. Críticos têm o hábito de o tempo todo traçar paralelos com Nick Drake ao escrever sobre qualquer artista que faz música melancólica e que também é guitarrista original e talentoso, mas no caso de Santana, na verdade é a comparação mais adequada. Até mesmo a voz velada de Santana tem traços

Vamos ouvir o 1º CD da Ana Gilli

Ana Gilli - Sabe Qual? Não consegue visualizar o player? Ouça aqui Sabe aquela cantora, a atriz Ana Gilli? Ela mesma, tá lançando seu 1º CD! Sabe qual? “Sabe Qual?” é o álbum de estreia da cantora e atriz paulista Ana Gilli. Premiado pelo Edital de Gravação de Primeiro Disco do PROAC da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, traz nove faixas em que a interpretação peculiar da cantora fica em evidência: uma voz suave, delicada, repleta de recursos cênicos que dialogam com a essência das melodias, soando natural e com grande sensibilidade. Atriz formada pela EAD-USP, graduada também em canto popular e em comunicação, o que Ana Gilli quer é dialogar com o seu público, marca singular de seus shows. Inspirada nas grandes intérpretes da música global, deixa de lado o aspecto autoral, tão em evidência nesses tempos, pra poder trazer de volta o foco na interpretação, nas minúcias do canto, pra poder comunicar melhor às pessoas o que as belas composições mais buscam: emo

Julio Cortázar, preciso.

Julio Cortázar, interferido por Mirdad "Acho ridículo que um romancista tenha úlcera no estômago porque seus livros não são suficientemente famosos e organize minunciosas políticas de autopromoção para que os editores ou a crítica não o esqueçam; diante do que nos mostra a primeira página dos jornais quando acordamos diariamente, não será grotesco imaginar esses esperneios espamódicos visando a uma "duração" cada vez mais improvável frente a uma história em que os gostos e suas formas de expressão terão mudado vertiginosamente em pouco tempo?" "Quando a Life me pergunta o que penso do futuro do romance, respondo que não dou a mínima; só o que importa é o futuro do homem." "O futuro dos meus livros ou dos livros alheios me é absolutamente indiferente; esse entesouramento tão ansioso me faz pensar nesses doidos que guardam suas aparas de unhas ou de cabelo; no terreno da literatura também é preciso acabar com o sentimento de propriedade privada