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Mostrando postagens de abril, 2014

Dorival Caymmi, 100 anos

Dorival Caymmi - interferido por Mirdad Hoje, 30 de abril de 2014, é o centenário do mestre Dorival Caymmi , cantor, compositor e entidade baiana, eternizado por sua obra e permanência enquanto paisagem humana emoldurada de memórias e valores de raiz e frutos do tempo homem. Pensei em escrever uma homenagem ao mestre maior, mas como não tenho autoridade e nem aproximação suficiente, decidi apenas pedir para que leiam o belíssimo texto de Caetano Veloso , homenageando o "koan baiano, uma lição do Buda-Nagô, como sintetizou Gil. Zen-yoruba", que tem passagens incríveis como "A canção brasileira é uma entidade em que as pessoas que por acaso se encontraram nesta parte do extremo Ocidente em que se fala português reconhecem-se, quase se justificam. Dorival Caymmi é um centro dessa entidade. O centro. Um polo. Um ponto fora da circunferência. Ele e só ele pode ser tudo isso". Leiam aqui . Também aproveito para relembrar sua obra-prima, " Caymmi e seu Violão

Orange Poem e o EP Unquiet no jornal A Tarde

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Composições de Emmanuel Mirdad: Antiga Poesia

Considerada pelo compositor a sua melhor canção pop em português, foi também a melhor realizada na gravação do projeto Pássaros de Libra (duo com o músico Juracy do Amor , cantor e guitarrista) no ano 2000, a primeira experiência de Emmanuel Mirdad como produtor de álbuns. Oito anos depois, ganhou uma nova versão, mais lenta e com algumas pequenas modificações na letra, gravada no EP ID , o primeiro trabalho solo de Mirdad  (e está presente no álbum la sangre , disponibilizado nas plataformas digitais em 2021). Embora a letra tenha ficado definitiva, o beat da versão original é muito melhor, por isso é preciso registrar uma terceira e definitiva versão, que una os arranjos e andamento da primeira, e a letra da segunda. Quem sabe algum dia? "Então, quando você volta?" Ouça no YouTube  aqui Ouça no Spotify aqui Ouça no SoundCloud aqui Ouça no Deezer aqui Ouça na Apple Music aqui Antiga Poesia (Emmanuel Mirdad) BR-N1I-08-00004 Eu tenho que trabalhar todos os dias

Heródoto, IV, 196, de Reinaldo Santos Neves

Reinaldo Santos Neves Foto: Fábio Vicentini | Arte: Mirdad "Fiz dez segundos de silêncio: suicídio sempre extrai de mim um silêncio de reverência. O silêncio que espero que um dia façam por mim, quem sabe" "Rebaixando os olhos com simulada modéstia, acrescentou que uma noite, num hotel de Reims, onde passou com Lucien um final de semana, sucedeu que, depois de uma sessão de amor especialmente ardorosa – e clamorosa –, o casal ouviu aplauso vindo lá de baixo. Lucien chegou à sacada para ver o que era. Voltou dizendo que hóspedes e empregados do hotel, reunidos na rua, estavam batendo palmas para o desempenho de ambos na cama. E levou-a pela mão à sacada, onde Diana, entrecoberta apenas por um lençol, recebeu demorada ovação. Confesso, disse-me ela, que não é da minha natureza fazer amor em silêncio" "Tive esperança de que ele me desse asilo como a uma refugiada: como a uma apátrida. Bastava que ele me estendesse a mão – o mesmo gesto com que me est

Ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo, de David Foster Wallace

David Foster Wallace interferido por Mirdad Release extraído do site da Companhia das Letras , editora do livro: " Ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo reúne alguns dos mais significativos ensaios de David Foster Wallace . Embora seja mais conhecido por sua obra de ficção, que inclui, entre outros títulos, o aclamado romance Infinite Jest (1996), Wallace também foi um ensaísta e repórter brilhante, que deixou marcas no jornalismo literário e exerce hoje uma influência comparável à de Hunter S. Thompson. Com a proposta de fornecer uma porta de entrada ao universo literário do autor, o volume abriga três reportagens – entre elas o famoso 'texto do navio', o relato de um cruzeiro pelo Caribe –, uma palestra sobre Kafka, uma crônica poderosa sobre o tenista Roger Federer e 'Isto é água', o discurso de paraninfo que se difundiu como um viral inspirador pela internet. Na reportagem que dá título ao livro, Wallace , enviado pela Har

Prefácio de André Setaro para o livro Nostalgia da lama, de Emmanuel Mirdad

Prefácio do livro de poemas Nostalgia da lama (Cousa, 2014), de Emmanuel Mirdad . O lançamento será em maio: Os Espinhos da Existência André Setaro A poesia, linguagem, deve ser a expressão de um sentimento de mundo e ter uma singularidade expressiva na visão deste e das coisas. E Emmanuel Mirdad possui o poder de fazer emergir nos seus pequenos pedaços poéticos a conspiração das dores do mundo numa insólita manifestação que se constrói pela conjugação das letras. Há, nos poemas de Mirdad, algo que lembra os hai-kais japoneses, uma espécie de fúria que procura, dentro de su'alma, cheia de espinhos, dar à luz as contradições de sua verve de poeta. Em seu livro de poemas, existe um depósito de idiossincrasias que solicitam que sejam poematizados, e Mirdad deixa que suas letras satisfaçam a interioridade angustiante, o vulcão atônico que rege o seu íntimo, que se manifesta em abundantes escarros de um ferino nômade. Um exemplo que serve para exemplificar o vulcão

Orange Poem lança EP Unquiet

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Ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo, de David Foster Wallace — Parte 04

David Foster Wallace interferido por Mirdad "Ser um turista massificado, para mim, é se tornar um puro americano contempo-râneo: alheio, ignorante, ávido por algo que nunca poderá ter, frustrado de um modo que nunca poderá admitir. É macular, através de pura ontologia, a própria imaculabilidade que se foi experimentar. É se impor sobre lugares que, em todas as formas não econômicas, seriam melhores e mais verdadeiros sem a sua presença. É confrontar, em filas e engarrafamentos, transação após transação, uma dimensão de si mesmo tão inescapável quanto dolorosa: na condição de turista você se torna economicamente significativo mas existencialmente detestável, um inseto sobre uma coisa morta" "Um detalhe tão óbvio que a maioria das receitas nem se preocupa em mencionar é que as lagostas precisam estar vivas ao serem colocadas no tacho. Isso faz parte do apelo contemporâneo da lagosta – é o alimento mais fresco que existe (...) Chegam vivas dentro das armadilhas, sã

Seleta: Melhores do Embrulhador 2013

Minha seleta dos melhores álbuns da seleção do Embrulhador 2013 O site Embrulhador , do produtivo e responsável crítico Ed Félix , todo ano solta uma seleção dos 100 melhores álbuns da música brasileira , um trabalho extenso e criterioso (e controverso também, como qualquer lista). Em janeiro passado, foi a vez da lista 2013 (veja e escute aqui ), que passei esses meses devorando minunciosamente para fazer a minha seleta da seleção do Embrulhador 2013  (ano passado foi a 1ª vez que fiz a seleta - confira aqui ).  Primeiro pensei em fazer uma seleção por critérios jornalísticos, musicais, justificativas baseadas em crítica musical, mas depois desisti. Meu único critério da lista dos 20 melhores do Embrulhador 2013 foi gosto. Isso mesmo, gosto, simples assim. E muito obrigado Ed e sua lista fodástica por me apresentar Toni Ferreira , Nevilton , Márcio Lugó , Luz Marina e vários artistas que ainda não conhecia. Parabéns e continue sendo essa enorme e necessária peneira,

Ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo, de David Foster Wallace — Parte 03

David Foster Wallace interferido por Mirdad "Desespero é uma palavra que foi desgastada até se tornar banal, mas é uma palavra séria (...) Para mim, ela denota uma mistura simples – um estranho anseio pela morte combinado com um sentimento esmagador da minha pequenez e da minha futilidade, que se apresenta como um medo da morte (...) É como desejar morrer para escapar da sensação insuportável de compreender que sou pequeno e fraco e egoísta e que sem a menor dúvida vou morrer. É querer se atirar do navio" "Um anúncio que finge ser arte é – na melhor das hipóteses – como alguém que abre um sorriso só porque deseja alguma coisa de você. É desonesto, mas ainda mais sinistro é o efeito cumulativo dessa desonestidade sobre nós: oferecendo um fac-símile ou simulacro perfeito de boa vontade sem o verdadeiro espírito da boa vontade, confunde nossa cabeça e com o tempo acaba aumentando nossas defesas mesmo diante de sorrisos genuínos, arte verdadeira e boa vontade real&q

Poema Depende em destaque no jornal A Gazeta

O poema " Depende ", que está no livro Nostalgia da lama (Cousa, 2014) de Emmanuel Mirdad , a ser lançado em maio próximo, foi destaque ontem (19/04) no Pensar do Jornal A Gazeta de Vitória-ES. Abaixo, o poeta entre os colaboradores da edição do caderno de cultura do jornal capixaba.

Vamos ouvir: Hoje, do Godasadog

Hoje (2013) - Godasadog Para ouvir, clique no player laranja abaixo, à esquerda do nome do álbum. Não consegue visualizar o player? Ouça aqui Saiba mais aqui

Ficando longe do fato de já estar meio que longe de tudo, de David Foster Wallace — Parte 02

David Foster Wallace interferido por Mirdad "Existe uma semelhança enganosa nas mensagens das camisetas. Muitas servem para identificar o usuário como parte de um certo grupo e depois enaltecer o grupo por seu dinamismo sexual (...) Há algo complexo e estimulante no fato dessas mensagens não estarem sendo apenas pronunciadas, mas vestidas, como se fossem um crachá ou uma credencial. A mensagem elogia o usuário de uma certa forma e em troca o usuário referenda a mensagem estampando-a no peito, o que por sua vez deverá referendar o usuário como sujeito de gênio atrevido ou despudorado (...) O deprimente é que as camisetas não são somente impressas em massa, mas também tão sem graça e bobas que acabam situando o usuário naquele grande e lamentável grupo de pessoas que considera tais mensagens não somente Individuais mas também engraçadas. No fim tudo é muito complexo e deprimente" "De novo na rua. Fantasmas proteicos de neblina e evaporação pairam nos acessos. O Pá

Vamos ouvir: Quebra Azul, do Baleia

Quebra Azul (2013) - Baleia Para ouvir, clique no player laranja abaixo, à esquerda do nome do álbum. Não consegue visualizar o player? Ouça aqui Download aqui Saiba mais aqui

O sangue que corre nas veias, de Rodrigo Melo

Rodrigo Melo Foto: Divulgação | Arte: Mirdad "Passou dias e noites esperando, esperando, esperando pela mulher perfeita, pela vida ideal, por talento, jeito, ginga, clarividência, um destino bom, e que alguém, no meio da rua, ao notar-lhe passar, apontasse o dedo e dissesse: 'Ali vai um grande sujeito, este sim!'. Mas hoje sabe que não é um grande sujeito, apenas imaginou ser (...) Talvez lhe fizesse bem descer e circular um pouco pelas ruas, se misturando, quem sabe encontrando alguém. Desconfia, entretanto, que não há alguém e que se for, este apartamento também irá com ele – a sala, o cheiro que a cozinha e o quarto têm. E, além de tudo, ele tem medo: de não agradar, de agradar demais, da morte, da vida, tem medo também de não ser o que queria e de descobrir, tarde demais, que poderia ter sido o que quisesse: voltar no tempo, se pudesse" "O tempo, de uma maneira ou de outra, acabava passando, da mesma forma como passavam as ruas e as janelas que eu