Carlos Drummond de Andrade (foto: Evandro Teixeira ) Hoje, 31 de outubro , a civilização comemora os 120 anos do mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), o maior poeta da literatura brasileira. Em 2022 , li 23 livros de poesia do mestre, e para comemorar o Dia D, organizei “ Por que morrer, se amamos? ”, uma antologia com os 50 melhores poemas de Drummond , baseada apenas no meu gosto de leitor-fã [se eu tivesse uma editora e os direitos contratados, publicaria o livro]. Segue abaixo, boa leitura, e viva Drummond , eterno! -------- Amar Carlos Drummond de Andrade Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? sempre, e até de olhos vidrados, amar? Que pode, pergunto, o ser amoroso, sozinho, em rotação universal, senão rodar também, e amar? amar o que o mar traz à praia, o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha, é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia? Amar solenemente as palmas do deserto, o que é entrega ou
O lampião e a peneira do mestiço