“O que acontece com as pessoas que não morreram ainda, mas desapareceram nesse grande abismo em suspensão que é o mundo?” “(...) quando teve hepatite, aos seis anos de idade, iriam levá-la às pressas para Salvador. A irmã chegou na porta do quarto, magrinha como sempre, com seu maior bem nas mãos: um pequeno copo de alumínio com seu nome gravado. De lá da porta falou: Toma, Fi, pode ficar com meu copo. Desde esse dia, em momentos difíceis, o copo transita.” “(...) Quem não ficou marcado, nas Lavras Diamantinas, por essa bela mulher negra, grandona, poderosa, bonita, inteligentíssima, que mandava e desmandava em todos nós? (...) Foi ela, Maju Guimarães, a mulher mais corajosa que conheci, quem desacatou o prefeito e foi presa! (...) Professora e diretora do Colégio Municipal de Andaraí, andava para lá e para cá no seu ambiente de trabalho, descalça e lascando uma caneta nos dentes. Essa mulher sabia tudo de literatura, das artes, das danças. Rezava para as almas, dançava jarê no chalé
O lampião e a peneira do mestiço