Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de junho, 2016

Cinco poemas e três passagens de Rodrigo Melo no livro Enquanto o mundo dorme

Rodrigo Melo (foto daqui ) Elevação Rodrigo Melo quando um caça é abatido lá no oriente médio vira estrela cadente e leva paz para alguém -------- Visita Rodrigo Melo solidão, sua rameira impiedosa, nunca apareça sem avisar. -------- A verdade Rodrigo Melo um homem de fibra tem arrependimentos e acorda suado no meio da noite e olha para a janela em busca de alguém porque a verdade ele descobriu quase nunca faz bem porque a verdade descobriu também tem que ser repartida um homem de colhões luta para esquecer as agruras do caminho o egoísmo e a maldade dos vencedores porque a verdade ele descobriu é uma sentença a verdade também descobriu depois de descoberta te acompanha para todo lugar. -------- Imagem dois Rodrigo Melo a vida é um homem traído voltando para casa mais cedo com uma arma na mão. -------- Prescrição para alcançar a paz original Rodrigo Melo não siga todo conselho que receber, uns poucos, como não m

Sete passagens de Rodrigo Melo no livro de crônicas Jogando dardos sem mirar o alvo

Rodrigo Melo (foto daqui ) "(...) um paciente de uma clínica psiquiátrica caíra ontem, acidentalmente, do sétimo andar. E eu então fiquei a pensar nele. Não no homem destroçado que encontrara da última vez, mas no Roberto de antes, uma espécie de Torquato Neto sem talento, mas endinheirado, a caminhar sobre uma mesa com uma garrafa de uísque na mão: um guia de cegos, perdido, sobre uma corda mais que bamba. Acho que eu gostava dele. Uma hora dessas, pensei, ainda sem compreender porra nenhuma, talvez ele esteja vagando pelo espaço, a decidir pra onde ir, porque talvez sejam muitas as direções. Talvez exista uma porção de caminhos, alguns dando no mesmo lugar. Ou talvez não exista merda nenhuma e, como disse um inglês, a luz no fim do túnel é apenas o trem que vem te atropelar. Mas então um moleque aparece e o segura pela mão. Um moleque gentil e paciente que o norteia e o livra de mais uma estrada cheia de buracos e despenhadeiros, uma estrada que no fim das contas não o lev

Cinco passagens de Marcus Borgón no livro O pênalti perdido

Marcus Borgón – Foto: Fernando Lopes "Nome: Beleléu Posição: Lateral-direito Altura / Peso: 1,59m / 55kg Ponto forte: Muito feio, assusta os adversários Ponto fraco: Sensível, se abala quando é chamado de feio" "– Qual é o nome dele mesmo, Luizinho? Luizinho deu uma risada sarcástica. Eu fiquei sem entender. – Geflalisco. (...) Vai saber o que passa na cabeça de um pai na hora de registrar o filho com um nome desses. (...) Luizinho me explicou que o nome dele foi construído para homenagear os avós: Geraldino e Flaviana, por parte de pai; Lindalvo e Francisca, pelo lado materno. É o tipo de nome que deveria vir com uma nota explicativa. O indivíduo que carrega uma homenagem dessas deve ter vontade de amaldiçoar toda a sua árvore genealógica. Luizinho me disse que a vergonha era tanta que ele se recusava a falar o próprio nome. Na casa dele, deram um jeito de abreviar e amenizar o estrago, chamando-o de Lisco. Só que o irmão caçula, quando começou a falar,

Endereços do Pink Floyd

Ao ler a biografia " Nos bastidores do Pink Floyd " (Generale, 2012), de Mark Blake , aproveitei para saciar a minha curiosidade ao navegar no fantástico Google Maps e Google Street View e encontrar os endereços dos locais mencionados pelo jornalista. Abaixo, alguns dos endereços da banda que sou mais fã, Pink Floyd . Foto: Google Grantchester Meadows, nº 109, distrito de Newnham, Cambridge, Inglaterra Nessa casa em destaque, cresceu David Gilmour Google Maps aqui Trecho do livro aqui Foto: Google Rock Road, Cambridge, Inglaterra Nessa rua, cresceu Roger Waters Google Maps aqui Trecho do livro aqui Foto: Google Downshire Hill, Hampstead, Londres, Inglaterra Nessa rua, cresceu Nick Mason Google Maps aqui Trecho do livro aqui Foto: Google Hatch End, Londres, Inglaterra Na área de Hatch End, cresceu Richard Wright Google Maps aqui Trecho do livro aqui   Foto: Google Glisson Road,

Primeira rodada de leituras em 2016

Primeira rodada de leituras em 2016 (faltam dois livros na foto) 1) Melhores contos , de Aníbal Machado 2) Memórias póstumas de Brás Cubas , de Machado de Assis 3) Melhores contos , de Domingos Pellegrini 4) Ana de Amsterdam , de Ana Cássia Rebelo (comprei depois de postar essa foto) 5) O leopardo é um animal delicado , de Marina Colasanti 6) As pompas do mundo , de Otto Lara Resende 7) Diana caçadora & Tango fantasma , de Márcia Denser 8) Tempo de espalhar pedras , de Estevão Azevedo (esqueci de colocar na foto) 9) Os dragões não conhecem o paraíso , de Caio Fernando Abreu 10) Nos bastidores do Pink Floyd , de Mark Blake

Mirdad citado por Herculano Neto na orelha do livro de Rodrigo Melo

O escritor Herculano Neto gentilmente me citou na orelha do novo livro de Rodrigo Melo , Enquanto o mundo dorme (Penalux, 2016), de poesia. Melhor ainda: ao lado do meu amigo e mestre escritor Mayrant Gallo. Olha o trecho: "(...) Sem compromisso com formas ou lirismo, são imagens contundentes, recortes do cotidiano, expostos em carne viva. Mirdad e Mayrant, certamente, manteriam os olhos abertos no escuro para apreciar cada mofo das noites que não acabarem bem. (...)" Valeu, demais!

Vinte passagens de Machado de Assis no romance Memórias póstumas de Brás Cubas

Machado de Assis (foto daqui ) "Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade; advirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a gente a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e os remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência; e o melhor da obrigação é quando, à força de embaçar os outros, embaça-se um homem a si mesmo, porque em tal caso poupa-se o vexame, que é uma sensação penosa, e a hipocrisia, que é um vício hediondo. Mas, na morte, que diferença! Que desabafo! Que liberdade! Como a gente pode sacudir fora a capa, deitar ao fosso as lantejoulas, despregar-se, despintar-se, desafeitar-se, confessar lisamente o que foi e o que deixou de ser! Porque, em suma, já não há vizinhos, nem amigos, nem inimigos, nem conhecidos, nem estranhos; não há plateia. O olhar da opinião, esse olhar agudo e judicial, perde

Saulo Dourado comenta sobre O grito do mar na noite

Leia aqui