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Mostrando postagens de setembro, 2014

Cavalo selvagem, de Eliakin Rufino

Eliakin Rufino Foto: Divulgação | Arte: Mirdad "toda carta de amor é película" "nosso destino é ser índio embora todos digam que nós não somos mais índios eles pensam que nos educaram eles acham que nos civilizaram mas é o contrário eles nos ensinaram com suas atitudes que se nós não existíssemos jamais eles teriam exercitado tanto seu desejo de matar" "porque da arte de cantar fiz meu ofício e me despi das ambições cotidianas fui posto à parte na escuridão da margem (...) porque marchei de pé esquerdo no pelotão dos destros denunciei a farsa dos fiéis e a falsidade dos honestos fui posto à parte na escuridão da margem porque povoei de canto a tecnológica mudez da paisagem" "de tanto puxarem meu tapete aprendi a pilotar tapetes voadores" "a certeza da morte não assusta o que virá depois não me faz medo quero a vida na medida justa do tamanho do mistério e do segredo (...) a certeza de saber

Vamos ouvir: Nuvens, de Fábio Haendel

Nuvens (2014) - Fábio Haendel Não consegue visualizar o player? Ouça aqui Release no facebook do artista: " Fábio Haendel é um artista múltiplo, originalmente das artes plásticas, formado pela escola de Belas Artes da UFBA, com experiência nas áreas de ilustração, design, animação e arte-educação. Filho do músico instrumentista Willy Haendel, tem em suas raízes o gosto pela música e, movido pelas criações de Bob Dylan, também se tornou cantor e compositor, participando de diversos festivais e eventos universitários. Possui mais de 70 composições e um Cd gravado, "O Dono do Tempo", de 2008. Em 2012, junto com Kátia Borges, Mariana Paiva, Nilson Galvão e Lígia Benigno criou o Sarau “Prosa e Poesia” e desde então vem aprofundando-se na pesquisa literária. Fábio Haendel toca acompanhado da sua banda, formada pelos músicos Henrique Duarte (baixo), Estevam Dantas (piano e acordeon) e Saulo Tacio (percuteria), ao longo da carreira apresentaram-se em importantes

Orange Poem — Letras traduzidas para o português

Orange Poem (imagem: Glauber Guimarães) Segue abaixo a tradução para português das letras das músicas do álbum virtual duplo “ Hybrid ” (2014), da banda baiana The Orange Poem . Os poemas são quase todos de autoria de Emmanuel Mirdad , exceto um, que é a reunião de catorze fragmentos de poemas de Ildegardo Rosa , morto em 2011, pai de Mirdad, que foi gravado em português mesmo e não precisou de tradução. Mirdad agradece à cantora e professora de inglês Ana Gilli , que corrigiu as imperfeições existentes. Cortes Tradução para  Cuts (Emmanuel Mirdad) Nós precisamos tanto de carinho, tão importante como oxigênio, tão raro como um abraço sincero, tão caro nestes dias de egoísmo. Nós afastamos as pessoas ignorando a amizade, atraímos somente por negócio, criamos condições absurdas para o desejo, enquanto tentamos felicidade com coisas de plástico. O lar se tornou refúgio, cela, e a privacidade é exposta como prêmio. Dia após dia nos restringimos a criar ídolos, o destino

Orange Poem lança o álbum duplo virtual Hybrid na quinta 02/10

Pense que num mesmo disco você pode encontrar as vozes de Glauber Guimarães (ex-Dead Billies), Teago Oliveira (Maglore), Nancy Viégas (Radiola) e Mauro Pithon (ex-Úteros em Fúria), e que apresenta a sensível voz folk de Rodrigo Pinheiro . E que, por mais inacreditável que pareça, tem a ilustre presença da voz de floresta, ancestral, do mestre septuagenário Mateus Aleluia (ex-Os Tincoãs), um dos mais importantes e referenciais artistas da música afro-baiana. Que disco é esse? Trata-se de “ Hybrid ”, álbum duplo da banda de blues psicodélico & rock progressivo Orange Poem , de Salvador, Bahia, que será lançado na internet na próxima quinta, 02 de outubro . Produzido pelo multifuncional Emmanuel Mirdad , curador e coordenador da festa literária Flica , o álbum foi gravado pelo experiente e talentoso Tadeu Mascarenhas , do estúdio Casa das Máquinas , responsável pela gravação de vários discos da nova música baiana, como “Vamos Pra Rua”, da Maglore, e “Chega de chorar de amor

Opinião, de Mãe Stella de Oxóssi

Mãe Stella de Oxóssi Foto: Iraildes Mascarenhas | Arte: Mirdad Mãe Stella , quinta Iyalorixá do tradicional terreiro/templo Ilê Axé Opô Afonjá – Bahia, reúne neste livro seus artigos publicados no Jornal A Tarde , na página Opinião . Sem nenhum desejo de doutrinar os leitores, uma vez que este não é o objetivo da religião em que foi iniciada aos catorze anos e da qual é sacerdotisa desde mil novecentos e setenta e seis, ela apenas pretende cumprir uma Lei Universal que, de maneiras diversas, é pregada por todas as religiões: a Lei da Troca. Assim, Mãe Stella de Oxóssi transmite o que aprendeu e continua aprendendo, com os deuses, com os homens, enfim, com a vida. Parte I Leia aqui "Quando aponto um dedo para o outro, eu tenho quatro apontados para mim" ----------- Parte II Leia aqui "Por mais idade que se tenha, ninguém é sábio suficiente para que não continue sendo um permanente aprendiz"

Òṣóṣi — o caçador de alegrias, de Mãe Stella de Oxóssi

Mãe Stella de Oxóssi Foto: Iraildes Mascarenhas | Arte: Mirdad "Os africanos não concebiam a existência de uma maldade genuína e nem tão pouco de uma bondade absoluta. Na sua visão, o dualismo é inerente a todo e qualquer ser, sagrado ou profano. Desse modo, não existia a mínima possibilidade de um africano conceber o oríṣa Èṣu da mesma forma que um cristão concebe Satanás. Enquanto este último é a expressão da maldade genuína que se opõe à infinita bondade de Javé – o Deus Supremo na teologia judaico-cristã, Èṣu tanto atua beneficamente, favorecendo àquele que não negligencia com as divindades, quanto atua maleficamente, punindo os negligentes que põem em risco o equilíbrio da harmonia no universo" "Tudo o que a nossa religião professa advém da natureza. Os nossos dogmas não foram ditados por um Deus distante, eles são aprendidos na interação homem/divindade através da natureza, pois os nossos deuses sempre usaram essa interação como forma de

Vamos ouvir: Surf Budismo, de André L. R. Mendes

Surf Budismo (2014) - André L. R. Mendes Não consegue visualizar o player? Ouça aqui Todas as informações e download em MP3,WAV e FLAC aqui

Provérbios, de Mãe Stella de Oxóssi

Mãe Stella de Oxóssi Foto: Iraildes Mascarenhas | Arte: Mirdad "Criar desculpas para os próprios atos é a melhor maneira de permanecer no erro" "Quem está vinculado ao sagrado, não deve mentir em seu nome" "Fé não se impõe" "Quem desdenha dos defeitos alheios está exibindo os seus" "Às vezes se precisa perder pouco, para não perder tudo" "O caminho espiritual pode ser comunitário, porém é sempre solitário" "O que o destino disser que é, ninguém terá força para dizer que não é" "Saber morrer faz parte do saber viver" "Não é sábio aquele que se acha sabido" "A presença do 'se' mostra a impossibilidade de realização dos desejos" O provérbio diz: "Não há Orixá como o estômago, pois recebe sacrifícios diariamente". Mãe Stella de Oxóssi interpreta: "O estômago é como uma divindade, precisa ser respeitado e cuidado" Trecho

Vamos ouvir: Sobre Noites e Dias, de Lucas Santtana

Sobre Noites e Dias (2014) - Lucas Santtana Não consegue visualizar o player? Ouça aqui Release disponível no soundcloud do artista: " As cordas do quarteto Oslo Strings repetem-se lentamente sobre uma sequência de acordes, como um tear mecânico que programa uma matriz sonora hipnótica. Lucas Santtana canta desde o primeiro segundo, sua voz manhosa e quieta de bom baiano contrapondo-se ao tom épico criado pelas cordas. Canta em inglês, conversa com computadores, tablets e smartphones - “máquinas complexas, seres complexos”. Sobre as cordas surgem outros instrumentos - a linha de baixo de Caetano Malta, beats e efeitos sonoros disparados pelo produtor Bruno Buarque, synths conduzidos por Lucas, ruídos de Zé Nigro, o piano de Zé Godoy e o clarone de Juliana Perdigão vão se envolvendo à textura do quarteto até que a exatos dois minutos após o início da música Lucas pergunta-se sobre as dúvidas destes seres, que nos escravizam através do tempo. “Onde está o tempo humano?”

Opinião, de Mãe Stella de Oxóssi — Parte 02

Mãe Stella de Oxóssi Foto: Iraildes Mascarenhas | Arte: Mirdad "Por mais idade que se tenha, ninguém é sábio suficiente para que não continue sendo um permanente aprendiz" "Se não queremos que nossa prática religiosa seja condenada sem que se tenha conhecimento da causa, devemos ter cuidado para não condenar, nem mesmo criticar, a dos outros" "A terra nos alimenta, mas pede em troca os nossos corpos como alimento" "A pergunta correta não é qual o orixá que rege o ano e, sim, qual o orixá que rege o ano para aquelas pessoas que cultuam essas divindades e estão vinculadas à comunidade em que o jogo de búzios foi utilizado (...) 'E eu, que não cultuo orixá e não tenho relação com o candomblé, não serei orientado nem protegido por nenhuma divindade?' A resposta é: 'Claro que sim! Por aquela que você cultua ou acredita' (...) 'E quanto às pessoas que não são religiosas, elas ficarão à toa?'. Não, é claro que não. Es

O amor abençoa o casamento de Nancy Viégas e Tadeu Mascarenhas

Cenas do casamento de Tadeu & Nancy Fotos: Mirdad Casaram no quintal de casa, celebrado pelo profeta sertanejo Zezão Castro e sua viola & repente, ao som da delicada sanfona de Cicinho de Assis , rodeados e protegidos pelo carinho e ternura de seus familiares e amigos mais próximos, abençoados pelos guias do bem e do bom, essencialmente na luz verde de Oxóssi e da esperança, de que dias melhores prosperem ainda mais e a compreensão, paciência e cuidado que nunca lhes faltaram, reunidos em quatro dimensões: do agora, na comunhão do amor terno que lhes desejaram, de coração e espontâneos, todos, a felicidade; do ontem, no abraço de um mundo e segredo só deles, vivências e delicadezas e experiências compartilhadas de uma relação que começou há tempos; do amanhã, no desejo de perpetuar o que é belo, o que vale a pena, o que interessa, o que flui e permanece; do sempre, pois tudo que é ontem e amanhã é hoje e continua, além dessa breve passagem, pois a sincronia continua a

Vamos ouvir: EP Azul Profundo, do Reverendo T e os Discípulos Descrentes

Azul Profundo (2014) - Reverendo T e os Discípulos Descrentes Para ouvir, clique no player laranja abaixo, à esquerda do nome do artista. Não consegue visualizar o player? Ouça aqui Release disponível no soundcloud do artista: "Azul Profundo é o nome do novo Ep do Reverendo T e os Discípulos Descrentes, nome que faz menção clara à linguagem blueseira que permeia todas as suas canções, mas não pense em blues como algo reducionista e sim como porta de entrada para um mundo experimental, extravagante e amplo de influencias e citações. Pra começo de conversa a forma particular que o Reverendo tem ao interpretar suas canções só encontra referência em gênios do quilate de Tom Waits e Lou Reed, no Brasil cito o underground Luís Capucho, ou seja, ouvidos destreinados vão estranhar, e muito, o canto falado, declamado e sussurrado que assombra as melodias melancólicas do álbum. Musicalmente esse álbum difere dos outros por ser calcado nas guitarras, se em outros se deu des