Pular para o conteúdo principal

Original do livro de contos Olhos abertos no escuro


Ontem, 31 de agosto de 2015, concluí o original de Olhos abertos no escuro, o meu próximo lançamento (a produção literária foi finalizada no último dia 10/08, e a revisão foi feita por Acácia Magalhães e por mim). O livro é composto por 18 contos curtos do inédito Paisagem da insônia e mais os 12 melhores contos do Abrupta sede, lançado em 2010, que foram revisados e reescritos (atualmente desconsidero esse meu primeiro livro, que foi feito numa época não profissional).

O título Olhos abertos no escuro foi retirado de uma passagem do conto Gravidade, do escritor e mestre Mayrant Gallo, presente no livro O inédito de Kafka (Cosac Naify, 2003). Assim como fiz no livro de contos O grito do mar na noite (Via Litterarum/2015), em que prestei uma homenagem ao escritor e mestre Hélio Pólvora, agora homenageio o amigo Mayrant, e trago uma epígrafe dele abrindo cada um dos meus 30 contos em Olhos abertos no escuro.

Formando o meu contexto para a criação do livro, li Mayrant Gallo, Hélio Pólvora, Nelson Rodrigues, Anton Tchekhov, Dino Buzzati, Guy de Maupassant e Gonçalo M. Tavares. E o escrevi ao som do Hammock, duo norte-americano de ambient e post-rock.

A previsão de lançamento do livro é para o começo de 2016.

O posfácio do livro foi feito pelo escritor e jornalista Carlos Barbosa, autor de Obscenas e Beira de rio, correnteza, entre outros. Já a orelha é do escritor e roteirista Victor Mascarenhas, autor de A insuportável família feliz e Cafeína, entre outros.

Eu investi 263h e 01min em 100 dias, um trabalho que começou em agosto de 2006, e percorreu os anos de 2007 a 2010, 2012, 2014 e 2015.

Contabilidade:

Produção literária: 171h | 60 dias

1ª fase – 2006 (agosto, setembro e novembro) – 23h e 25min | 06 dias
2ª fase – 2007 (janeiro e maio) – 40h e 05min | 12 dias
3ª fase – 2008 (abril) – 05h | 03 dias
4ª fase – 2012 (novembro e dezembro) – 01h e 15min | 03 dias
5ª fase – 2014 (novembro) – 04h e 30min | 02 dias
6ª fase – 2015 (janeiro a abril + julho) – 96h e 45min | 34 dias

Revisão: 80h e 56min | 38 dias

1ª fase – 2008 (outubro) – 10h e 30min | 06 dias
2ª fase – 2009 e 2010 (dezembro e janeiro) – 17h | 11 dias
3ª fase – 2010 (abril) – 09h e 30min | 02 dias
4ª fase – 2015 (janeiro, maio, junho e agosto) – 43h e 56min | 19 dias

Pesquisa, edição e outros: 11h e 05min | 02 dias em 2015

Olhos abertos no escuro é a minha despedida dos contos, pois só me dedicarei aos romances a partir de agora.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Seleta: R.E.M.

Foto: Chris Bilheimer A “ Seleta: R.E.M. ” destaca as 110 músicas que mais gosto da banda norte-americana presentes em 15 álbuns da sua discografia (os prediletos são “ Out of Time ”, “ Reveal ”, “ Automatic for the People ”, “ Up ” e “ Monster ”). Ouça no Spotify aqui Ouça no YouTube aqui Os 15 álbuns participantes desta Seleta 01) Losing My Religion [Out of Time, 1991] 02) I'll Take the Rain [Reveal, 2001] 03) Daysleeper [Up, 1998] 04) Imitation of Life [Reveal, 2001] 05) Half a World Away [Out of Time, 1991] 06) Everybody Hurts [Automatic for the People, 1992] 07) Country Feedback [Out of Time, 1991] 08) Strange Currencies [Monster, 1994] 09) All the Way to Reno (You're Gonna Be a Star) [Reveal, 2001] 10) Bittersweet Me [New Adventures in Hi-Fi, 1996] 11) Texarkana [Out of Time, 1991] 12) The One I Love [Document, 1987] 13) So. Central Rain (I'm Sorry) [Reckoning, 1984] 14) Swan Swan H [Lifes Rich Pageant, 1986] 15) Drive [Automatic for the People, 1992]...

Dez passagens de Clarice Lispector no livro Laços de família

Clarice Lispector (foto daqui ) “A mãe dele estava nesse instante enrolando os cabelos em frente ao espelho do banheiro, e lembrou-se do que uma cozinheira lhe contara do tempo do orfanato. Não tendo boneca com que brincar, e a maternidade já pulsando terrível no coração das órfãs, as meninas sabidas haviam escondido da freira a morte de uma das garotas. Guardaram o cadáver no armário até a freira sair, e brincaram com a menina morta, deram-lhe banhos e comidinhas, puseram-na de castigo somente para depois poder beijá-la, consolando-a. Disso a mãe se lembrou no banheiro, e abaixou mãos pensas, cheias de grampos. E considerou a cruel necessidade de amar. Considerou a malignidade de nosso desejo de ser feliz. Considerou a ferocidade com que queremos brincar. E o número de vezes em que mataremos por amor. Então olhou para o filho esperto como se olhasse para um perigoso estranho. E teve horror da própria alma que, mais que seu corpo, havia engendrado aquele ser apto à vida e à felici...

Dez passagens de Jorge Amado no romance Capitães da Areia

Jorge Amado “[Sem-Pernas] queria alegria, uma mão que o acarinhasse, alguém que com muito amor o fizesse esquecer o defeito físico e os muitos anos (talvez tivessem sido apenas meses ou semanas, mas para ele seriam sempre longos anos) que vivera sozinho nas ruas da cidade, hostilizado pelos homens que passavam, empurrado pelos guardas, surrado pelos moleques maiores. Nunca tivera família. Vivera na casa de um padeiro a quem chamava ‘meu padrinho’ e que o surrava. Fugiu logo que pôde compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome, um dia levaram-no preso. Ele quer um carinho, u’a mão que passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se esquecer daquela noite na cadeia, quando os soldados bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleta. Em cada canto estava um com uma borracha comprida. As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta como um animal perseguido por outros mais fortes. A...