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Zygmunt Bauman, preciso

Zygmunt Bauman (1925-2017) - Foto daqui


“Foi o conhecimento de que tinham da morte, da brevidade inegociável do tempo, da possibilidade de as visões permanecerem irrealizadas, de os projetos não serem concluídos e as coisas não feitas que instigou os seres humanos à ação e fez sua imaginação voar. Foi esse conhecimento que tornou a criação cultural uma necessidade e transformou os seres humanos em criaturas da cultura. Desde os primórdios da cultura, e através de sua longa história, seu motor tem sido a necessidade de preencher o abismo que separa transitoriedade e eterno, finitude e infinito, vida mortal e imortalidade, ou o ímpeto de construir uma ponte que permita a passagem de uma extremidade à outra, ou o impulso de capacitar os mortais para imprimir na eternidade sua presença contínua, nela deixando a marca de nossa visita, ainda que breve.”




Presente em Cegueira moral — A perda da sensibilidade na modernidade líquida (Zahar, 2014), página 124, livro de diálogos com Leonidas Donskis, na tradução de Carlos Alberto Medeiros.

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