Pular para o conteúdo principal

Bloguijabá: Lançamento do Maçalê - Tiganá


Pra quem está em Salvador, é nesta quarta, no Teatro da Casa do Comércio, 20h, DE GRAÇA, o show de lançamento do CD Maçalê, do grande Tiganá, com direção musical de Luiz Brasil, e as participações especiais de Virgínia Rodrigues, Roberto Mendes e Mou Brasil. Imperdível!!!

Confira abaixo o release da Alê Pinheiro:


O elegante músico afro-brasileiro Tiganá Santana

Apontado por Naná Vasconcelos como um dos novos bastiões da música popular e erudita, além de exaltado por sua sonoridade afro-brasileira de múltiplas formas, Tiganá Santana, cantor e compositor baiano, a cada dia ganha mais reconhecimento de grandes nomes da música brasileira e desperta a atenção da crítica especializada. Dono de um som autêntico, produziu seu primeiro CD comercial, Maçalê, que será lançado dia 18 de agosto em Salvador, às 20h, no Teatro Casa do Comércio, com entrada franca.

Tiganá é parceiro da internacional baiana Virgínia Rodrigues, cantora erudita consagrada nos Estados Unidos e Europa. Na Bahia, uniu-se a Roberto Mendes, respeitado cantor e compositor de sambas do Recôncavo, além de outros artistas e parceiros.

O candomblé, principal fonte de inspiração para suas letras, lhe deu o gosto pelo estudo das línguas africanas. Tiganá compõe e canta em kikongo, kimbundo, inglês, português e francês. É apontado por especialistas em música negra como um aprendiz dos mestres universais Dorival Caymmi, João Gilberto, Cole Porter, Pixinguinha, Ali Farka Touré e Habib Koité.

Para Naná Vanconcelos, "A música de Tiganá é como um perfume de essência rítmica e fragrância apurada, uma oferenda à divindade maior, natural beleza, sofisticação e elegância afro-brasileira.". O elogio do mestre Naná foi tão bem recebido que o baiano o grafou e imprimiu na contracapa do seu CD.

Maçalê – o primeiro CD

Em iorubá, Maçalê quer dizer “você é um com a sua essência”. A intenção é mostrar ao público a valorização das matrizes africanas de uma forma autoral, resultado das suas buscas pelas origens do continente negro e miscigenação brasileira. É a primeira obra na história fonográfica do país que contém canções em línguas africanas (Kikongo e Kimbundo) compostas por um artista brasileiro.

É neste contexto que a a identidade do povo baiano é revelada, misturando sua estética às canções de outras partes do planeta, o que rende seu caráter universal. O trabalho de Tiganá enquanto compositor consolida suas pesquisas sobre o legado cultural dos países africanos, principalmente Angola, Congo, Guiné-Bissau e Moçambique, e redimensiona a marca sociolingüística deixada por estas nações para a história do povo brasileiro.

As melodias transbordam a mistura dos mais diversos sons da África e mesclam instrumentos como atabaque e flauta, sax e agogô, violão e berimbau, feitas por ele e experiente equipe de músicos e artistas convidados. O sambista Roberto Mendes e o jazzista Mou Brasil são parte das suas parcerias de trabalho. As canções de Tiganá emanam do silêncio, como a de seus mestres, e apresentam uma profundidade que remete às mais vindouras tradições do continente africano.

Tanta transpiração ligada à origem afro-brasileira virou alvo das pesquisas do antropólogo e jornalista Marlon Marcos. Ele remete o surgimento do artista como uma novidade musical imersa na ancestralidade das raízes africanas. ”Uma arte dedicada à divindade, sem delongas nem vergonha, tematizando sua espiritualidade, resgatando o deísmo de seus ancestrais”. E ressalta sobre o trabalho de Tiganá: “Não é o de um artista que pode parecer um eclético cultor de neo-africanidades, mera cria do tropicalismo, ou uma repetição estética para ações afirmativas da política militante dos negros no Brasil”. Segundo ele, Tiganá vai além da agilidade conceitual que a mídia geralmente busca ao apresentar uma novidade e fazer com que a música seja inteligível aos seus próprios olhos e ouvidos do grande público.

Quanto à recepção musical das demandas mercadológicas na Bahia, onde predomina o rápido, descartável e reciclável da Axé Music, Tiganá trabalha em outro cenário. O fenômeno proporcionado por sua música na Europa (França, Bélgica, Holanda e Suécia) tem potencial para se estender pelo Brasil, seja pela valorização de suas raízes ou pela inovação sonora apresentada. Com o primeiro CD finalmente pronto, a entrada da sua música tende a se ampliar neste cenário.

O álbum Maçalê foi produzido com o apoio institucional do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, pela Putzgrillo!, e direção musical de Luiz Brasil. O lançamento acontece às 20h do dia 18 de agosto, próxima quarta-feira, em Salvador, no Sesc Casa do Comércio, com produção da Putzgrillo! e EMA Produções. Estão confirmadas as participações especiais de Virgínia Rodrigues, Roberto Mendes e Mou Brasil. A entrada é franca, sujeita à lotação do teatro.

Serviço

Evento: Show de lançamento do CD Maçalê
Artista: Tiganá Santana
Local: Teatro SESC Casa do Comércio (av Tancredo Neves, 1109, Ed Casa do Comércio, Pituba, Salvador/BA. Tel de contato: (71) 3273-9852)
Data: 18/08/10 – quarta-feira
Horário: 20h
Entrada franca

.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Seleta: Gipsy Kings

A “ Seleta: Gipsy Kings ” destaca as 90 músicas que mais gosto do grupo cigano, presentes em 14 álbuns (os prediletos são “ Gipsy Kings ”, “ Este Mundo ”, “ Somos Gitanos ” e “ Love & Liberté ”). Ouça no Spotify aqui Ouça no YouTube aqui Os 14 álbuns participantes desta Seleta 01) Un Amor [Gipsy Kings, 1987] 02) Tu Quieres Volver [Gipsy Kings, 1987] 03) Habla Me [Este Mundo, 1991] 04) Como un Silencio [Somos Gitanos, 2001] 05) A Mi Manera (Comme D'Habitude) [Gipsy Kings, 1987] 06) Amor d'Un Dia [Luna de Fuego, 1983] 07) Bem, Bem, Maria [Gipsy Kings, 1987] 08) Baila Me [Este Mundo, 1991] 09) La Dona [Live, 1992] 10) La Quiero [Love & Liberté, 1993] 11) Sin Ella [Este Mundo, 1991] 12) Ciento [Luna de Fuego, 1983] 13) Faena [Gipsy Kings, 1987] 14) Soledad [Roots, 2004] 15) Mi Corazon [Estrellas, 1995] 16) Inspiration [Gipsy Kings, 1987] 17) A Tu Vera [Estrellas, 1995] 18) Djobi Djoba [Gipsy Kings, 1987] 19) Bamboleo [Gipsy Kings, 1987] 20) Volare (Nel

Seleta: Ramones

A “ Seleta: Ramones ” destaca as 154 músicas (algumas dobradas em versões ao vivo) que mais gosto da banda nova-iorquina, presentes em 19 álbuns da sua discografia (os prediletos são “ Ramones ”, “ Loco Live ”, “ Mondo Bizarro ”, “ Road to Ruin ” e “ Rocket to Russia ”). Ouça no Spotify aqui [não tem todas as músicas] Ouça no YouTube aqui Os 19 álbuns participantes desta Seleta 01) The KKK Took My Baby Away [Pleasant Dreams, 1981] 02) Needles and Pins [Road to Ruin, 1978] 03) Poison Heart [Mondo Bizarro, 1992] 04) Pet Sematary [Brain Drain, 1989] 05) Strength to Endure [Mondo Bizarro, 1992] 06) I Wanna be Sedated [Road to Ruin, 1978] 07) It's Gonna Be Alright [Mondo Bizarro, 1992] 08) I Believe in Miracles [Brain Drain, 1989] 09) Out of Time [Acid Eaters, 1993] 10) Questioningly [Road to Ruin, 1978] 11) Blitzkrieg Bop [Ramones, 1976] 12) Rockaway Beach [Rocket to Russia, 1977] 13) Judy is a Punk [Ramones, 1976] 14) Let's Dance [Ramones, 1976] 15) Surfin' Bi

Oito passagens de Conceição Evaristo no livro de contos Olhos d'água

Conceição Evaristo (Foto: Mariana Evaristo) "Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda contemplou-se no espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar da sua face, viu a da outra. Do outro lado, como se verdade fosse, o nítido rosto da amiga surgiu para afirmar a força de um amor entre duas iguais. Mulheres, ambas se pareciam. Altas, negras e com dezenas de dreads a lhes enfeitar a cabeça. Ambas aves fêmeas, ousadas mergulhadoras na própria profundeza. E a cada vez que uma mergulhava na outra, o suave encontro de suas fendas-mulheres engravidava as duas de prazer. E o que parecia pouco, muito se tornava. O que finito era, se eternizava. E um leve e fugaz beijo na face, sombra rasurada de uma asa amarela de borboleta, se tornava uma certeza, uma presença incrustada nos poros da pele e da memória." "Tantos foram os amores na vida de Luamanda, que sempre um chamava mais um. Aconteceu também a paixão