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Culturaê 2025 - Etapa Fortaleza


A CAIXA Cultural Fortaleza promove nos dias 8, 9 e 10 de agosto o Culturaê - Papo de Artista. O evento conta com oficina e conversas mediadas, reunindo grandes nomes locais e nacionais como MV Bill, Caio Blat, Aline Bei, Dinah Moraes, Circe Macena e mais, abordando diferentes linguagens artísticas e culturais, em mesas que falam sobre temas como urbanidade, tradição e reconhecimento. A entrada é gratuita e a retirada dos convites ocorre uma hora antes de cada dia, na bilheteria da CAIXA Cultural. Logo após cada papo, haverá uma sessão de autógrafos e selfies com o público.
 
Após a estreia do Culturaê na CAIXA Cultural Salvador, em janeiro deste ano (fotos aqui e vídeos aqui e aqui), o projeto chega pela primeira vez para o público cearense, desta vez na CAIXA Cultural Fortaleza. A programação traz como tema central uma celebração antecipada pelo tricentenário de Fortaleza.

Culturaê é um ciclo de conversas com artistas de diversas linguagens artísticas, sentados lado a lado e diante do público, uma programação singular e exclusiva. Contemplada no edital nacional da Seleção CAIXA Cultural 2025, a 1ª edição do Culturaê é patrocinada pela CAIXA e Governo Federal, com a realização das produtoras Mirdad Cultura e Fontes de Negócios, e curadoria do jornalista baiano Renato Cordeiro.


Programação da etapa Fortaleza


A ideia de promover diálogos entre artistas de várias expressões culturais surgiu a partir de um desejo do produtor Emmanuel Mirdad em transpor os nichos onde cada arte se enclausurava. “Observei que os artistas ficavam cada um no seu nicho sem muita interação ou presença em eventos de outras artes. Foi aí que pensei no Culturaê, um evento que pudesse reunir esses artistas numa troca divertida conduzida por alguém com expertise em várias linguagens. E a CAIXA Cultural, por anos o lugar de encontro de múltiplas manifestações, é o cenário ideal para encantar as pessoas em conversas inesquecíveis”, revela Mirdad, criador, sócio e coordenador geral do Culturaê, diretor da Mirdad Cultura.

Sobre levar o evento para a CAIXA Cultural, Thiago Fontes, sócio do projeto, conta, “quando meu sócio Emmanuel Mirdad trouxe a ideia do Culturaê, não tive dificuldades em perceber a sinergia com a CAIXA, instituição cultural presente em mais estados do país, logo a mais plural e diversa. Em seus 163 anos de história, a CAIXA apoiou variados projetos de música, artes visuais, literatura e de todo tipo de expressões. Ao acreditar em reunir as artes em um único evento, a CAIXA mostra como se mantém focada em inovação e antenada às demandas de uma sociedade em constante transformação”.

Para Renato Cordeiro, curador e mediador do projeto, trazer o Culturaê para Fortaleza vem de uma inquietação pela arte da capital cearense. "A arte é uma grande embaixadora de qualquer cidade onde a cultura pulsa, e essa pode chegar antes da própria cidade. A arte de Fortaleza, como o brilho de uma estrela, chegou antes. Lendo 'Cais do Porto', HQ de Brendda Maria, me vi transitando em um ônibus pelas ruas da capital. Vendo 'A Jangada de Welles', de Petrus Cariry, senti aquela passagem do Hino de Fortaleza ('As Jangadas te dizem adeus') fazer ainda mais sentido. Ouvindo 'Fortaleza', da Cidadão Instigado, entendi que certos dramas da cidade têm paralelos com a minha Salvador. Por tudo isso eu fico na dúvida se me sinto mais honrado ou mais desafiado a abraçar um evento que justamente celebre essa cidade que dá tanto pro Brasil", comenta Renato.



Culturaê 2025 — Etapa Fortaleza
Programação | Curador: Renato Cordeiro

Sexta, 08/08


Oficina | 09h
“Brincar e criar Fortalezas”
nina rizzi (literatura)

Culturaê é compromisso social! O evento oferece a alunos de uma turma da Escola Municipal Narcisa Borges, em parceria com o Programa Educativo CAIXA Gente Arteira, da CAIXA Cultural Fortaleza, uma oficina com duas horas de duração com a poeta e educadora nina rizzi, que mistura palavras, corpo e imaginação! A partir de fotografias, obras visuais e da própria memória das crianças sobre a cidade de Fortaleza, a escritora faz um convite para refletir sobre direito à cidade, território, ser criança em comunidade, e produzir narrativas. Quais os bairros da cidade e suas diferenças, quais opções de trabalho, estudo e lazer? Como a cidade pode ser uma e inúmeras. O que nos move, aproxima e une na Cidade-Solar? A oficina, voltada a crianças estudantes do Ensino Fundamental 1, propõe narrativas textuais e imagéticas, individuais e coletivas, possibilitando o acesso público à escritura de crianças conscientes e atuantes como sujeitas participativas não apenas de suas histórias de vida, mas de um contexto mais amplo, atuante nos processos históricos e literários de Fortaleza.



Mesa #01 | 17h
“Das ondas que o sol ilumina”
[Urbanidades litorâneas]
MV Bill (música) e David Lee (moda)

Fortaleza e Rio de Janeiro geraram dois artistas que compõem esta mesa sobre duas cidades banhadas pelo mar e prenhes de contradições. Cria da Cidade de Deus, o rapper MV Bill sintetizou uma parte dessa experiência no verso “Discriminados na rua, na praia, na condução", da canção “Contraste Social”. Já o estilista fortalezense David Lee leva à moda referência litorâneas nas quais o crochê tensiona o clichê: as peças de coleções como “Horizontes” e “Leste Oeste” são exemplos da busca por inovações para a moda praia urbana.



Mesa #02 | 19h
“Não se apagam no seu coração”
[Tradições, reinvenções e permanências]
Caio Blat (audiovisual) e Circe Macena (dança)

Como a arte pode reinventar um bem cultural? O ator Caio Blat protagonizou duas obras audiovisuais inspiradas em “Grande Sertão Veredas”, obra de Guimarães Rosa, ambas igualmente transgressoras: “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho” faz cinema com mirada teatral, enquanto “Grande Sertão” bebe do clássico com roupagem moderna. Já a coreógrafa Circe Macena, fundadora da Companhia Barlavento, construiu o espetáculo “Corpos Embarcados” a partir dos esforços para resgatar e fortalecer o Fandango do Mucuripe, manifestação que consiste em uma rica dança dramática.


Sábado 09/08


Mesa #03 | 15h
“Para a glória”
[Reconhecimentos e lutas]
Dinah Moraes (humor) e Francis Wilker (teatro)

A terceira mesa do Culturaê traz duas potências de Fortaleza que desconhecem as divisas do Ceará e ganharam reconhecimento nacional. A comediante Dinah Moraes se especializou em fazer humor utilizando linguagens emergentes da internet, destacadamente no Youtube e Instagram, onde já reúne mais de dois milhões de seguidores. Já o diretor, professor e pesquisador Francis Wilker é um dos diretores artísticos do grupo Pavilhão da Magnólia, que venceu neste ano o Prêmio Shell, o mais tradicional do teatro brasileiro. A companhia levou a melhor na categoria Destaque Nacional com a montagem “A Força da Água”.



Mesa #04 | 17h
“Junto à sombra dos muros do forte”
[Cidade e intimidade]
Aline Bei (literatura) e Neuma Figueirêdo (arquitetura)

Nos livros da escritora paulista Aline Bei, autora de obras como “Pequena Coreografia do Adeus” (finalista do Prêmio Jabuti), a casa é palco de perdas e abandonos. Já nas mais de 20 edições da Casacor Ceará, liderada pela empresária Neuma Figueirêdo, a casa é lugar de aconchego e sonhos concretizados por arquitetos de renome. O que uma casa precisa para ser um lar? Que relação pode ter com a cidade em que queremos viver? Acompanhe um papo que atravessa afetos e esperanças que vão da intimidade do lar à pulsação da vida urbana.


Domingo 10/08


Mesa #05 | 10h
“Por uma paternidade catilogente e um amor inoxidável”
[Especial Dia dos Pais]
Falcão (humor/música)

Imagine conhecer o lado íntimo e amoroso de uma das mais irreverentes figuras da música e da comédia brasileira. No Dia dos Pais, exclusivo para clientes CAIXA, o Culturaê traz um papo bem-humorado sobre as dores e delícias da paternidade com o grande Falcão, com intervenções do próprio filho do artista, o músico Pedro Maia.



Conceito Curatorial
por Renato Cordeiro

Você sabia que “Lágrimas e Chuva”, composição de Leoni que se tornou um grande sucesso da banda Kid Abelha, teve entre as inspirações o filme futurista “Blade Runner”? Ou que o consagrado escritor Itamar Vieira Junior escreveu uma das passagens de Torto Arado sob influência de uma fotografia de Pierre Verger? E ainda podemos citar “O que o olhar deixa perder”, projeto coreográfico das bailarinas Mônica Nascimento e Solange Lucatelli inspirado em “Saudade”, uma das mais famosas pinturas do brasileiro Almeida Júnior. Os exemplos são de perder a conta.

Artistas de uma certa linguagem artística podem beber (e bebem!) de referências de outras expressões quando criam algo novo. Mas nem sempre esse trânsito expressivo encontra espaço em eventos culturais. Para além disso, é comum que artistas de campos diferentes tenham maneiras próprias de dar vazão a inquietações em comum. É pensando nisso que o “Culturaê – Papo de Artista” propõe colocar a música para falar com a moda, a arquitetura para prosear com a literatura, a dança para discutir com o teatro.

Na edição Fortaleza do Culturaê, o evento antecipa as comemorações pelos 300 anos de fundação da capital cearense. Todas as quatro mesas carregam nos nomes referências ao Hino de Fortaleza, motes para colocar artistas de dentro e fora da cidade em diálogos sobre suas trajetórias e sonhos. De quebra. uma oficina para estudantes vai apresentar a cidade como solo fértil para histórias, e um bate-papo especial vai celebrar o Dia dos Pais.


Renato Cordeiro (foto: Uanderson Brittes)

Renato Cordeiro é baiano. Formou-se em comunicação pela UFBA e trabalha no rádio há 19 anos. Na Band News FM, assinou a série “Amado Jorge - Os Cem Anos do Maior Escritor Baiano” (2012), tendo entre os depoentes João Ubaldo Ribeiro, Gilberto Gil e Mário Cravo Jr. Com Silvana Oliveira, fez “Carnaval da Bahia”, vencedora do I Prêmio Petrobras de Jornalismo (2013). Produtor do Especial das Seis da Educadora FM (2011-2015), criou e dirigiu a série “Bethânia, Palco e Poesia”, apresentada pela própria Maria Bethânia. Mediou mesas literárias na Flipelô (2018 a 2023), FARPA (2019), Flin (2019 e 2022) Felica (2020 e 2021) e Fliu (2023), com autores como Itamar Vieira Jr., Antonio Torres, Ruy Castro, MV Bill, Maria Fernanda Elias Maglio, Clarice Freire e Saulo Dourado. Coordenou a Comissão Especial Julgadora do Festival de Música Educadora FM (2019). Desde 2017, apresenta o programa Multicultura, da Educadora FM, sendo Gerente de Jornalismo da emissora. Em 2025, é o curador do evento Culturaê, com edições nas Caixas Culturais de Salvador, Fortaleza e Curitiba.

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