Pular para o conteúdo principal

Capa do romance oroboro baobá


Esta é a capa do meu primeiro romance, “oroboro baobá”, que será lançado virtualmente em outubro, uma criação do artista visual, designer e fotógrafo Max Fonseca [recomendo demais o seu trabalho!].

oroboro é o símbolo da conexão da boca com a cauda, da cabeça com o pé, dos galhos com as raízes, o início com o fim e/ou o fim com o início. É o círculo que se consome, que gira em eterno movimento, em continuidade incessante, a ida e a volta, morte-vida & vida-morte. O tempo como roda e não lança. Tudo ao mesmo tempo agora; futuro e passado, tudo é presente.

Dizem que o símbolo tem origem no Egito Antigo, representado pela cobra que come o próprio rabo. Tradicionalmente, o oroboro é uma serpente, mas há versões como dragão. Sempre um animal. Daí, a inovação do romance: um oroboro vegetal, um oroboro de baobá.

Baobá Renala (foto: Bernard Gagnon)

O meu 1º romance já teve 10 títulos diferentes, como “Muralha”, “Miwa — A nascente e a foz” e “O enigma de Mutujikaka”. Daí, em 14 de janeiro, o símbolo oroboro se impõe: em 2018, a cobra que come a cauda para a capa do livro; giramundo, em 2019, oroboro para o título, mas não a representação comum, e sim um símbolo vegetal. O baobá Renala se anuncia [Adansonia grandidieri, endêmico de Madagascar], a “Mãe da Floresta”, presente no livro [procure saber da maravilha Allée des Baobabs em Morondava], e eu firmo, com gosto, o título definitivo: oroboro baobá [com caixa baixa, todo em minúscula, para ter o efeito “palíndromo” mais exposto]. Yeba!

Acerto a ilustração com o amigo Max Fonseca. Quero o seu traço ancestral na capa. E Max, com toda a sua mestiçagem de conceitos e essência, cria essa lindeza, um presentão, que me lembra a figuração de uma galáxia no universo, o portal da conexão antena e chão, mente e ancestralidade, hibridez, feminino-masculino, enfim, toda a simplicidade da complexidade que o livro se propõe a retratar.

Valeu demais, irmão, você arrebentou, mais uma vez! Que capa linda! Yeba!

Contracapa de oroboro baobá, com a premissa filosófica do romance

Comentários

Capa e apresentação belíssimas. Parabéns!!!
Martha Anísia disse…
Parabéns! Muito bonito tanto o texto como a imagem da capa.

Postagens mais visitadas deste blog

Seleta: R.E.M.

Foto: Chris Bilheimer A “ Seleta: R.E.M. ” destaca as 110 músicas que mais gosto da banda norte-americana presentes em 15 álbuns da sua discografia (os prediletos são “ Out of Time ”, “ Reveal ”, “ Automatic for the People ”, “ Up ” e “ Monster ”). Ouça no Spotify aqui Ouça no YouTube aqui Os 15 álbuns participantes desta Seleta 01) Losing My Religion [Out of Time, 1991] 02) I'll Take the Rain [Reveal, 2001] 03) Daysleeper [Up, 1998] 04) Imitation of Life [Reveal, 2001] 05) Half a World Away [Out of Time, 1991] 06) Everybody Hurts [Automatic for the People, 1992] 07) Country Feedback [Out of Time, 1991] 08) Strange Currencies [Monster, 1994] 09) All the Way to Reno (You're Gonna Be a Star) [Reveal, 2001] 10) Bittersweet Me [New Adventures in Hi-Fi, 1996] 11) Texarkana [Out of Time, 1991] 12) The One I Love [Document, 1987] 13) So. Central Rain (I'm Sorry) [Reckoning, 1984] 14) Swan Swan H [Lifes Rich Pageant, 1986] 15) Drive [Automatic for the People, 1992]...

Dez passagens de Clarice Lispector no livro Laços de família

Clarice Lispector (foto daqui ) “A mãe dele estava nesse instante enrolando os cabelos em frente ao espelho do banheiro, e lembrou-se do que uma cozinheira lhe contara do tempo do orfanato. Não tendo boneca com que brincar, e a maternidade já pulsando terrível no coração das órfãs, as meninas sabidas haviam escondido da freira a morte de uma das garotas. Guardaram o cadáver no armário até a freira sair, e brincaram com a menina morta, deram-lhe banhos e comidinhas, puseram-na de castigo somente para depois poder beijá-la, consolando-a. Disso a mãe se lembrou no banheiro, e abaixou mãos pensas, cheias de grampos. E considerou a cruel necessidade de amar. Considerou a malignidade de nosso desejo de ser feliz. Considerou a ferocidade com que queremos brincar. E o número de vezes em que mataremos por amor. Então olhou para o filho esperto como se olhasse para um perigoso estranho. E teve horror da própria alma que, mais que seu corpo, havia engendrado aquele ser apto à vida e à felici...

Seleta: Jacob Miller

A “Seleta: Jacob Miller” destaca as 47 músicas que mais gosto do cantor e compositor jamaicano, presentes em 11 álbuns da sua discografia solo e da banda Inner Circle (os prediletos são “ Songbook: Chapter a Day ”, “ Who Say Jah No Dread ” e “ Natty Christmas ”). Ouça no Spotify aqui [faltam 07 músicas] Ouça no YouTube aqui Os 11 álbuns participantes desta Seleta 01) Tenement Yard [Songbook: Chapter a Day, 1999] 02) All Night Till Day Light [Songbook: Chapter a Day, 1999] 03) Mixed Up Moods [Songbook: Chapter a Day, 1999] 04) I'm a Rastaman [Songbook: Chapter a Day, 1999] 05) Everything I Own [Dread Reggay Hits, Inner Circle, 1974] 06) I've Got The Handle (com Tony Rebel) [Songbook: Chapter a Day, 1999] 07) Take a Lift [Songbook: Chapter a Day, 1999] 08) Curfew [Dread Reggay Hits, Inner Circle, 1974] 09) Have Some Mercy [The ‘Killer’ Rides Again, 1976] 10) Shakey Girl [Songbook: Chapter a Day, 1999] 11) Silver Bells / Natty No Santa Claus (com Ray I) [Natty Chr...