Pular para o conteúdo principal

Música para Escrever 2020

200 bandas/artistas selecionados em 2020. Descritivo no final do post

Em 2020, entre janeiro e setembro, publiquei 20 posts da série Música para Escrever, divulgando o trabalho de 200 bandas e 385 discos (entre álbuns, EPs e single). Compilei o melhor do post-rock para escrever que peneirei na internet, via os canais no YouTube Wherepostrockdwells, Worldhaspostrock e In The Woods, além das páginas das bandas no Bandcamp.

Peneirei atrações de 44 países: Estados Unidos (42 atrações), Alemanha (17), Austrália (15), França (11), Rússia (10), Inglaterra (10), Itália (09), Polônia (08), Nova Zelândia (05), Suécia (05), Dinamarca (04), Canadá (04), Espanha (04), Áustria (03), Grécia (03), Ucrânia (03), Suíça (03), Bélgica (03), China (03), Índia (03), Portugal (03), Japão (02), Islândia (02), Finlândia (02), Irlanda (02), México (02), Belarus (02), Hungria (02), Brasil (02), Chile (02), República Tcheca (01), Holanda (01), Bulgária (01), Eslováquia (01), Filipinas (01), Azerbaijão (01), Argentina (01), Tailândia (01), Peru (01), Escócia (01), Israel (01), Hong Kong (01), Sérvia (01) e Turquia (01).

Considero o gênero post-rock (e o ambient) a melhor trilha sonora para escrever, que me faz ir além, mergulhado no universo de dentro e ao redor. Confira abaixo o Música para Escrever 2020, com os melhores sons de post-rock, a alumiar a mente e transcender em palavras.


#36 — Ouça aqui
Flash the Readies | Icaro
Overhead, The Albatross | ALL IS VIOLENT
Walk Among Statues | Sleeping Bear
The Pirate Ship Quintet | l’objet
Black Yen | The Fog Ensemble


#37 — Ouça aqui 
The Shaking Sensations | Kerretta
Our Ceasing Voice | A Shelter In The Desert
Cloudkicker | Yakhchal
East of the River | TÖRZS
La Brume Électrique | Utopia Union


#38 — Ouça aqui
Mental Architects | Terraformer
Below The Sun | Kjjjjjjjjj
Nordsind | November Might Be Fine
Before And After Science | Majora
Gray Souvenirs | KATRE


#39 — Ouça aqui
Feed Me To The Waves | aeris | Howenh
VIRTA | Deley | MINIONTV | Spruce Trap
The Great Went | Cat Kamikazee | Cerf Boiteux


#40 — Ouça aqui
Glasir | Ravena | joy wants eternity | STAGHORN
Coastlands | This earth is ours | GallantHorn
Where the Good Way Lies | gazelle(s)
Will You Dream About Electronic Sheep


#41 — Ouça aqui
fragments of an empire
E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante
madebygrey | Crawl Across the Sky
The Random Monsters | Emprier | Astetal
Random Forest | Macondø | Yenisei


#42 — Ouça aqui
øjeRum | Lowercase Noises
We All Die! What A Circus! | winterThieves.
A LAST PICTURE FROM VOYAGER | Spacecraft
Cold, Cold Heart | North Atlantic Drift
Follow The Compass | Alexander Kyd


#43 — Ouça aqui
Daturah | Unknown Connection Failure
MAGMA WAVES | Jeffk | Glasgow Coma Scale
Tryptonaut | Celephaïs | Far Behind The Sun
Elizabeth the last | NiwoHate


#44 — Ouça aqui
All Shall Be Well (AASBWAAMOTSBW) | Besides
The Sound of Rescue | Stafrænn Hakon
powder! go away | the abyss inside us | Hiboux
zugabe | Homo_Novus. | 流浪星球


#45 — Ouça aqui
Thee Silver Mt. Zion Memorial Orchestra
Hurry, Eskimo | The Mercury Program
indignu [lat.] | A Reason To Travel
Alcove | Deer Park Ranger | ṘO
Wassermanns Fiebertraum | Longwinter


#46 — Ouça aqui
Anoice | Archaique Smile | Coldbones
final days society | Unconditional Arms
In2Elements | Vanish | Astodan
Vasudeva | Beyond The Event Horizon


#47 — Ouça aqui
This Is Your Captain Speaking | Hungry Ghosts
Laura | Solkyri | Helu | Hashshashin
Grün | Through Forest & Field
Those Who Ride With Giants | Hibernal


#48 — Ouça aqui
Cucs De Llum | Sound Architects | Da Voile
Dumbsaint | As In We | Stone From The Sky
the Singer is Dead | Flares | Incoma
When The Light Dies (WTLD)


#49 — Ouça aqui
Lullabies for Falling Empires | Over the Ocean
Zeresh | Parahelio | Plight Radio
Break My Fucking Sky | Almøst Silent
Baikonur | Vanlock | Treble Puns


#50 — Ouça aqui
Ikaray | shallov | Violet Cold | Dirge
Together to the Stars | run, forrest! run!
POSTVORTA | Vesperine
KOLOSS | Schematics for Gravity


#51 — Ouça aqui
amiina | City of Dawn | Inventions
A Place of Owls | Medhelan
The Stolen Orchestra | Our Transient Lives
REPO | [Für] | Olhava


#52 — Ouça aqui
April Rain | Sora Shima | So Far As I Know
Flies Are Spies From Hell | Hope the Flowers
EXXASENS | Whale Circus | Sans Soleil
Red Light Skyscraper | Desbot


#53 — Ouça aqui
Telepathy | Monkey3 | The Chasing Monster
Kalte Sonne | Human Factor | Watered
Ninth Moon Black | Myriad Drone
LEDNIK | Oak


#54 — Ouça aqui
Mooncake | Enemies | Rumour Cubes
The End of The Ocean | glaston
Beyond the Waves | Fargo
Delayed Schedules | Eyes of Emerald Green
124C41+


#55 — Ouça aqui
Cul de Sac | Labradford | Deadhorse | Aramid
Vaudlow | Secret Gardens | Man Mountain
Driftless | Zealand The North
Outrun the Sunlight


Atrações peneiradas

Estados Unidos (42)
Cul de Sac
Ravena
STAGHORN
City of Dawn
Coastlands
Lullabies for Falling Empires
Over the Ocean
Glasir
Ikaray
joy wants eternity
The Sound of Rescue
Deadhorse
Lowercase Noises
Labradford
Inventions
Aramid
A Place of Owls
The Mercury Program
Deer Park Ranger
Crawl Across the Sky
Cloudkicker
The End of The Ocean
gazelle(s)
Vaudlow
Beyond the Waves
Secret Gardens
Unconditional Arms
As In We
This earth is ours
Our Transient Lives
Man Mountain
Driftless
Ninth Moon Black
The Great Went
Where the Good Way Lies
GallantHorn
Alcove
Zealand The North
Vasudeva
Longwinter
Outrun the Sunlight
Will You Dream About Electronic Sheep

Alemanha (17)
Daturah
Unknown Connection Failure
MAGMA WAVES
jeffk
Glasgow Coma Scale
Tryptonaut
Watered
Celephaïs
Far Behind The Sun
Flares
Homo_Novus.
Fargo
Elizabeth the last
Wassermanns Fiebertraum
Eyes of Emerald Green
Utopia Union
NiwoHate

Austrália (15)
This Is Your Captain Speaking
Hungry Ghosts
Helu
Laura
The Stolen Orchestra
Dumbsaint
Solkyri
ALL IS VIOLENT
Hashshashin
Grün
Myriad Drone
Majora
Through Forest & Field
Those Who Ride With Giants
Hibernal

França (11)
Dirge
The Random Monsters
A LAST PICTURE FROM VOYAGER
Stone From The Sky
l’objet
Vesperine
Almøst Silent
Vanlock
La Brume Electrique
Cerf Boiteux
Oak

Rússia (10)
Mooncake
April Rain
So Far As I Know
aeris
Below The Sun
powder! go away
Human Factor
Break My Fucking Sky
Follow The Compass
Olhava

Inglaterra (10)
Rumour Cubes
Coldbones
Telepathy
Flies Are Spies From Hell
MINIONTV
Cold, Cold Heart
The Pirate Ship Quintet
Random Forest
East of the River
Alexander Kyd

Itália (09)
Plight Radio
Medhelan
The Chasing Monster
POSTVORTA
Astetal
the Singer is Dead
zugabe
Red Light Skyscraper
124C41+

Polônia (08)
Hurry, Eskimo
Besides
Walk Among Statues
November Might Be Fine
In2Elements
Delayed Schedules
Yenisei
Beyond The Event Horizon

Nova Zelândia (05)
Sora Shima
Kerretta
Icaro
Hiboux
Desbot

Suécia (05)
Feed Me To The Waves
final days society
Together to the Stars
KOLOSS
Schematics for Gravity

Dinamarca (04)
The Shaking Sensations
øjeRum
Nordsind
A Reason To Travel

Canadá (04)
Thee Silver Mt. Zion Memorial Orchestra
Spruce Trap
North Atlantic Drift
REPO

Espanha (04)
EXXASENS
Kalte Sonne
ṘO
Sans Soleil

Áustria (03)
fragments of an empire
Our Ceasing Voice
The Fog Ensemble

Grécia (03)
the abyss inside us
madebygrey
Black Yen

Ucrânia (03)
Sleeping Bear
run, forrest! run!
Incoma

Suíça (03)
Monkey3
glaston
When The Light Dies (WTLD)

Bélgica (03)
Terraformer
Yakhchal
Astodan

China (03)
Whale Circus
Macondø
流浪星球

Índia (03)
Spacecraft
Cat Kamikazee
Treble Puns

Portugal (03)
indignu [lat.]
We All Die! What A Circus!
Before And After Science

Japão (02)
Anoice
Archaique Smile

Islândia (02)
amiina
Stafrænn Hakon

Finlândia (02)
VIRTA
Emprier

Irlanda (02)
Enemies
Overhead, The Albatross

Belarus (02)
Da Voile
[Für]

México (02)
Cucs De Llum
A Shelter In The Desert

Hungria (02)
Deley
TÖRZS

Brasil (02)
E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante
Gray Souvenirs

Chile (02)
Howenh
Baikonur

República Tcheca (01)
Flash the Readies

Holanda (01)
All Shall Be Well (AASBWAAMOTSBW)

Bulgária (01)
Mental Architects

Eslováquia (01)
shallov

Filipinas (01)
Sound Architects

Azerbaijão (01)
Violet Cold

Argentina (01)
Kjjjjjjjjj

Tailândia (01)
Hope the Flowers

Peru (01)
Parahelio

Escócia (01)
winterThieves.

Israel (01)
Zeresh

Hong Kong (01)
Vanish

Sérvia (01)
LEDNIK

Turquia (01)
KATRE


Música para Escrever 2019
Ouça aqui


Música para Escrever 2018
Ouça aqui


Música para Escrever 2017
Ouça aqui


385 discos (entre álbuns, EPs e single) selecionados em 2020

A cada postagem, uni os títulos dos discos num texto experimental. Segue abaixo, toda a produção baseada nas obras divulgadas:

Música para Escrever 2020
Emmanuel Mirdad

O céu submarino vai a nocaute com a duna de Ícaro. Nas gravações do segundo Ícaro, aprendendo a rosnar, o Sr. Cachorro utiliza cartógrafos de uso humano sem sangue. A andar entre as estátuas, o urso adormecido e o pássaro Chapim-real. A emissora propicia uma corda para os sem-esperança que estão presos num monotrilho, rumo à grande Antígua, a isca que provoca palpitações.

Esta é a sua religião do fogo do inferno! Como devemos combater a praga? Comece a parar de se preocupar com o leste da sua juventude, pois antiga é a coleção de raridades inéditas. São camadas de vilania quando a manchete estoura em casa. As estrelas firmes no céu de Morfeu, o labirinto de memórias, as pequenas Hiroshimas. O que está na sua mente? O asterismo: nós merecemos amar de novo. Ao espelho, a névoa elétrica produzida pela vida interior.

Ao ascender as celebrações, as criaturas se tornam o mineral enviado a um mundo alienígena. Autointitule-se: ao cair, dirija-se ao Sul, relíquias e ciclos em que não há luz. À primeira vista, encontros.

Perto de antes que esse deserto nos consuma, alimente-me com as ondas e estrelas para representar a vogal frontal semiaberta não-arrendondada de um deus & ancestral mitológico do sol. O mundo dos mortos aparece num transe, contos das águas profundas — agarre! Os sons da ciência, aventuras em psicoacústica. O servo da TV não acredita na mensagem binária de Arecibo enviada para o espaço. Os sábios preferem perecer isso: “você-precisa-você-conseguiu”. Está chovendo gatos, uma alternativa ao silêncio.

A nova era das trevas está por nascer. É preciso combater como Laocoonte, transar contra a proibição — num templo, se possível. Você deve esmagar os seus ouvidos antes de aprender a ouvir com os seus olhos. Você, que finge dormir. O nevoeiro está subindo. Primeiro, a presença. Segundo, o destino. Terceiro, a planta absinto. O ainda mais a ser encontrado pela manhã: uma luz radiante, vida além de outro mundo. As mentes distorcidas: tudo está perdido, tudo está salvo, principalmente histórias de 1914. Não há ninguém novo ao seu redor. Arco.

Alguém sentencia: “eu saí de casa apenas com roupas leves; agora, eu nunca mais me aquecerei”. Na porta, um símbolo hebraico, que se refere a um disco muito carregado, pensamentos que precisam ser descobertos pouco a pouco, o não dito de um exílio vazio. E a terra nunca pareceu tão distante; desde a fundação, isso: “medo de morrer | medo de tentar”. Alguém escreve no celular: “#pesar (...) Escrevi um livro perverso e me sinto impecável como o cordeiro, o deus silencioso, os monstros aleatórios indo para casa, deslizando para outro tipo mais profundo”. Um tipo de larva vive dentro de um búzio que repousa. Quando o panorâmico despertar desse molusco acontecer, alguém se lembrará de Gabriel García Márquez (“Por fortuna, Macondo no es un lugar sino un estado de ánimo que le permite a uno ver lo que quiere ver, y verlo como quiere”) e embarcará num último cruzeiro.

Há sete almas nos seus olhos de samambaia. Tudo cai na mesma sala: obras esquecidas, sete selos — isto é pelos nossos pecados! Jaime diz: “A passagem é a doença suíça dos padrões migratórios; até que o cosmos me leve de volta, todos nós morremos! Que circo!” O humano você quer ser uma última foto da Voyager, refugo de Marte, como a outra metade que vive e morre, arco de partidas em dois volumes, pilares adentro. A imaginação tem o sabor de uma groselha negra.

O devaneio provocado pelo veneno de uma planta entorpecente soa a trombeta de anjos e demônios. Os navios irão afundar. Os braços, para trabalhar. As pernas, para correr... e quem vai cuidar de você agora? Uma história de Mitsuki, em Hida, no Japão de 1579, revela o abrigo inadequado no mais escuro: entrar no esquecimento. “Uma visão desmotivada de conexões [acompanhadas de] um sentimento específico de significado anormal”, definiria Klaus Conrad. Os nomes antigos de uma mônada: paraíso insular e reino sobrenatural de juventude eterna. A história de galáxias em colapso é registrada pela última Elizabeth no seu infinito diário.

Preto-verde, amarelo-preto, azul-amarelo, vermelho-azul: tudo é. Os espectadores reconhecem: “nós estivemos tão errados”. A abertura das formas numa válvula-saco revela o crânio de Kobbi, que quer adquirir um jipe mais perto do frio. “Não sabemos quando começou, mas sabemos que nunca terminará”. E Laika ainda quer ir para casa, a felicidade perdida da estrada que leva a outra, “comandar a Terra para me engolir” em voos noturnos. “Semeie o vento” são fragmentos de um dicionário de sinônimos, o oceano perdido.

Ele nos deixou em paz. Contudo, raios de luz às vezes enfeitam o canto de nossos quartos... Nascido em apuros, quando as faíscas voam para cima, ele grita: “este é o nosso punk rock”. Satélites enferrujados se reúnem e cantam: “bora, esquimó!”. Um dado aprende o idioma, prezado viking. Os novos mitos são a sombra da escuridão, a odisseia de Ofélia na permanência, capítulo I. Como nós sabemos, a mudança é a única constante, a adaptação no fundo do oceano, tudo o tempo todo. “Athalase”, ele diz, ao surfar incêndios no paraíso.

Nas sombras, a chuva negra, a inibição do estúdio na fronteira eterna, essa elegia de onde tudo começou: o cataclisma e a distância [a nossa não é uma caravana de desespero]. Quem começou o fogo tem formação e parentesco com os ciclos do “visto / não-visto”. A divindade suprema que criou o universo é o gerador dessa vida em ciclos, a deixar a 3ª dimensão.

O eterno retorno do arco num storyboard: solitários e sozinhos, os fantasmas famintos, mil e duzentas vezes. A Rádio Cisne está baixa, mapeando os seus sonhos num monte agradável. “Você é o meu irmão?”, ouve-se, no clube dos meninos tristes, antes de desmoronar. O ruído flui, da província de Badakhshan, no Afeganistão, à australiana Manyana: “Nós perseguimos a luz que morre, numinosa como aqueles que andam com gigantes na escuridão da cidade”.

Nascido de uma semente, um personagem amadurece numa entidade, à busca da sua própria luz interior. Quatro mascarados, chamados de “os vermes da luz”, influenciados por vagalumes, gostam de musicalizar as histórias dos “vagalumes de Lúcifer”. Em tempos de necessidade, o processo de renascimento dá início ao protocolo de transferência, ao entardecer. O ar que respiramos, reforça o sorriso nativo do lilás nas páginas de um diário inanimado. Os corações quentes do panorama, em dez pedaços. Algo que você sente, encontrará a sua própria forma, uma outra cena, como deveria ser: tão acima, tão abaixo. Quebrar a perna num “foda-se o sol” \\ o cantor está morto. O império solar é implacável: promove a levitação em ritmos alegóricos. Longe de nós, a dúvida razoável: o oceano nunca acaba? O lamento das Leônidas soa num EP.

O amor de neve é o nº 1 para os gêmeos da casa de papel. Ser dado ao solo o adeus, suspiro por suspiro: “surte, Evelia, surte!”. Quando tudo queima por dentro, cegam-se as histórias do pântano. Nada descontinuamente nos pequenos quadrados parece agudo.

Sem fronteiras, é preciso assoprar a fumaça para curar. Comprimir, expandir. A criança noir é cósmica, a anomia do paraíso perdido. E o céu descerá em campos magnéticos elísios, as asas de chumbo sobre mares adormecidos enquanto murcham um esquecimento acima. Subida, descida, queda. “Acenando luz, vamos nos incendiar”, assim dizem a conselheira e a deusa do futuro. A esperança afunda, entre os outros. Capacitar o monstro é o fim das criaturas vivas. Essa ausência de peso, esquemas pela gravidade.

Os murmúrios no projeto do farol: o sádico e cruel assassino figura o seu enigma. Esse é o hino de uma viagem andarilha, decorrida sob as nossas estrelas calmas. O ato de amar em troca são invenções das ondas-cobertor, um retrato contínuo dos tomos oceânicos. Nessas andanças noturnas, tudo está acontecendo: o esquecimento está nas linhas entre o coração e o “nunca me deixe sozinho”.

Esperando o nascer do sol, ela diz “me deixe sem luz”, a quem possa interessar. Alguém fica feliz em servir: “Você está cercada por uma eletrônica destruidora”. No limite da esperança, está o desespero. Fragmentos: a revelação. Longe da terra, sob os seus pés, o silêncio final do oprimido, sob os pés. “Eu sinto a sua falta”, ela diz, numa fé sonora, parte 1. Há satélites em onze milhas. Esse 5º volume de amor, memória, mar e viagem a três. Nas variações cromáticas do Atlântico, ainda há o eco, nas fitas ocultas.

O abraço em chamas da tempestade no 5º sol, além do céu negro, em simetria com o planeta Astra. Os contos errantes de um mundo habitado; deixe a natureza seguir o seu curso, homem-tudo, são antípodas. Alguns nascem na noite sem fim, como a amarantina na arca Morgana. Dos monumentos celestes, não se tem mais medo.

O planeta mítico Zaris ainda não foi descoberto pelos astrônomos. Dizem que representa a imaginação e as expectativas de futuras explorações no universo, muito além dos Pontos de Lagrange. Embarque, abrace, nós temos conversado em ondas alfa, as aparições de coleções no estado restrito do Pacífico•Atlântico. Há menos ar em lugares altos, mas é preciso inalar e exalar a transmissão mística da levitação. Alguém está cheio de alegria ao regressar à casa. Os superpoderes do agora é a sua ode. Acerte a pequena madeira com mais força! E a que distância fica a outra rua?

Bate na luz, a minutos para a queda, o portão da China, à morte do sol. “Eu não quero ir para a cama”, diz a metade da minha laranja. O contexto consertado é autointitulado uma referência estável. “Nós podemos criar o nosso próprio mundo”, afirma a decadência no crescendo. A luz esmaecente a essa grande distância produz os dialetos rasos de sons da montanha autointitulada Verão. O espelho infinito é chamar cada coisa pelo seu nome correto. A maior necessidade ainda reproduz o brilho de uma luz sem fim, a habitar um pássaro vermelho.

-----

*Ordem das bandas/artistas na foto, da esquerda para direita, de cima para baixo (o crédito das fotos estão nos posts listados acima):

Cul de Sac . Thee Silver Mt. Zion Memorial Orchestra . Ravena . Mooncake . Anoice . Sora Shima . This Is Your Captain Speaking . April Rain . The Shaking Sensations . Flash the Readies . Feed Me To The Waves . VIRTA . Daturah . Hurry, Eskimo . Hungry Ghosts . STAGHORN . City of Dawn . Coastlands . Kerretta . fragments of an empire . Helu . Laura . The Stolen Orchestra . Icaro . Our Ceasing Voice . Lullabies for Falling Empires . Da Voile . the abyss inside us . Over the Ocean . Besides . øjeRum . So Far As I Know . Medhelan . Rumour Cubes . aeris . Monkey3 . Telepathy . Glasir . Ikaray . Plight Radio . final days society . amiina . Walk Among Statues . Coldbones . Stafrænn Hakon . Enemies . The Chasing Monster . November Might Be Fine . joy wants eternity . The Sound of Rescue . Deadhorse . Lowercase Noises . Labradford . Dumbsaint . Unknown Connection Failure . MAGMA WAVES . jeffk . madebygrey . glaston . Archaique Smile . Overhead, The Albatross . Cucs De Llum . Deley . E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante . Howenh . All Shall Be Well (AASBWAAMOTSBW) . shallov . Sound Architects . Violet Cold . Glasgow Coma Scale . The Random Monsters . Tryptonaut . Terraformer . Kalte Sonne . run, forrest! run! . POSTVORTA . Stone From The Sky . l’objet . Mental Architects . Below The Sun . Dirge . powder! go away . Flies Are Spies From Hell . EXXASENS . Inventions . Aramid . A Place of Owls . A LAST PICTURE FROM VOYAGER . Deer Park Ranger . The Mercury Program . Crawl Across the Sky . Cloudkicker . The End of The Ocean . gazelle(s) . Kjjjjjjjjj . Parahelio . Hope the Flowers . Spacecraft . Whale Circus . winterThieves. . Vaudlow . Beyond the Waves . Secret Gardens . Unconditional Arms . As In We . Human Factor . Together to the Stars . Nordsind . A Reason To Travel . MINIONTV . In2Elements . Sleeping Bear . Cold, Cold Heart . Astetal . Emprier . A Shelter In The Desert . ALL IS VIOLENT . Watered . Solkyri . Yakhchal . This earth is ours . Break My Fucking Sky . Astodan . ṘO . Hashshashin . Delayed Schedules . the Singer is Dead . indignu [lat.] . Our Transient Lives . Man Mountain . Driftless . Celephaïs . Far Behind The Sun . Grün . Myriad Drone . Vesperine . Ninth Moon Black . The Pirate Ship Quintet . Random Forest . Spruce Trap . Almøst Silent . Vanish . We All Die! What A Circus! . Zeresh . TÖRZS . The Great Went . Where the Good Way Lies . GallantHorn . Alcove . Flares . Majora . Through Forest & Field . Vanlock . East of the River . zugabe . Yenisei . Hiboux . KOLOSS . Schematics for Gravity . North Atlantic Drift . Sans Soleil . Cat Kamikazee . Before And After Science . [Für] . Gray Souvenirs . Baikonur . LEDNIK . Red Light Skyscraper . Alexander Kyd . Those Who Ride With Giants . Zealand The North . Vasudeva . Homo_Novus. . Fargo . Elizabeth the last . Wassermanns Fiebertraum . Follow The Compass . 124C41+ . Black Yen . Incoma . Macondø . Longwinter . 流浪星球 . Outrun the Sunlight . Eyes of Emerald Green . Hibernal . REPO . La Brume Electrique . Olhava . When The Light Dies (WTLD) . Will You Dream About Electronic Sheep . Beyond The Event Horizon . Desbot . The Fog Ensemble . Treble Puns . Utopia Union . Cerf Boiteux . KATRE . Oak . NiwoHate

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Oito passagens de Conceição Evaristo no livro de contos Olhos d'água

Conceição Evaristo (Foto: Mariana Evaristo) "Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda contemplou-se no espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar da sua face, viu a da outra. Do outro lado, como se verdade fosse, o nítido rosto da amiga surgiu para afirmar a força de um amor entre duas iguais. Mulheres, ambas se pareciam. Altas, negras e com dezenas de dreads a lhes enfeitar a cabeça. Ambas aves fêmeas, ousadas mergulhadoras na própria profundeza. E a cada vez que uma mergulhava na outra, o suave encontro de suas fendas-mulheres engravidava as duas de prazer. E o que parecia pouco, muito se tornava. O que finito era, se eternizava. E um leve e fugaz beijo na face, sombra rasurada de uma asa amarela de borboleta, se tornava uma certeza, uma presença incrustada nos poros da pele e da memória." "Tantos foram os amores na vida de Luamanda, que sempre um chamava mais um. Aconteceu também a paixão

Dez passagens de Clarice Lispector nas cartas dos anos 1950 (parte 1)

Clarice Lispector (foto daqui ) “O outono aqui está muito bonito e o frio já está chegando. Parei uns tempos de trabalhar no livro [‘A maçã no escuro’] mas um dia desses recomeçarei. Tenho a impressão penosa de que me repito em cada livro com a obstinação de quem bate na mesma porta que não quer se abrir. Aliás minha impressão é mais geral ainda: tenho a impressão de que falo muito e que digo sempre as mesmas coisas, com o que eu devo chatear muito os ouvintes que por gentileza e carinho aguentam...” “Alô Fernando [Sabino], estou escrevendo pra você mas também não tenho nada o que dizer. Acho que é assim que pouco a pouco os velhos honestos terminam por não dizer nada. Mas o engraçado é que não tendo absolutamente nada o que dizer, dá uma vontade enorme de dizer. O quê? (...) E assim é que, por não ter absolutamente nada o que dizer, até livro já escrevi, e você também. Até que a dignidade do silêncio venha, o que é frase muito bonitinha e me emociona civicamente.”  “(...) O dinheiro s

Dez passagens de Jorge Amado no romance Mar morto

Jorge Amado “(...) Os homens da beira do cais só têm uma estrada na sua vida: a estrada do mar. Por ela entram, que seu destino é esse. O mar é dono de todos eles. Do mar vem toda a alegria e toda a tristeza porque o mar é mistério que nem os marinheiros mais velhos entendem, que nem entendem aqueles antigos mestres de saveiro que não viajam mais, e, apenas, remendam velas e contam histórias. Quem já decifrou o mistério do mar? Do mar vem a música, vem o amor e vem a morte. E não é sobre o mar que a lua é mais bela? O mar é instável. Como ele é a vida dos homens dos saveiros. Qual deles já teve um fim de vida igual ao dos homens da terra que acarinham netos e reúnem as famílias nos almoços e jantares? Nenhum deles anda com esse passo firme dos homens da terra. Cada qual tem alguma coisa no fundo do mar: um filho, um irmão, um braço, um saveiro que virou, uma vela que o vento da tempestade despedaçou. Mas também qual deles não sabe cantar essas canções de amor nas noites do cais? Qual d