“(...) começaram os beijos. Não satisfeita, ela pedia: ‘Morde!’ Uma hora e quarenta minutos depois, estava ela diante do espelho, refazendo a pintura dos lábios. Então, Serafim, que a contemplava numa espécie de febre, aproximou-se: ‘Diz o seguinte: se gostas do teu marido, por que fizeste isso? Por quê?’ Acabara a maquilagem; levantou-se. Face a face com Serafim, respondeu, fixando nele os olhos verdes e frios: ‘O único homem que tinha me beijado, o único homem que eu, enfim, conhecia, era meu marido.’ Pausa e continuou: ‘Eu quis fazer uma experiência...’ Concluiu dizendo a palavra justa: ‘Questão de curiosidade...’ Serafim recuou lívido, esbravejou: ‘Quer dizer que eu sou a experiência? Eu sou a cobaia?’ Em desespero, pôs-se a vociferar contra o marido: ‘Aquela besta! Aquele cretino!’ Rápida, ela cortou: ‘Não fale assim do meu marido! Eu não admito!’ E ele: — Falo, sim! Idiota, palhaço! ...
O lampião e a peneira do mestiço