Joana Rizério Foto: Lígia Rizério "Amarraremos uma fitinha nas grades da Igreja do Bonfim vertendo lágrimas, mas não saberemos que um funcionário vai lá, a cada três meses, para tesourar os desejos de todo mundo e jogar no lixão de Canabrava." "(...) até as surucucus reais, até a mais viril das anacondas (até aquele cara que nos bastidores apelidamos de 'madeirada luxo' – não por ser grande, mas por ser delicioso); até estes abençoados machos serão, um dia, graduados como teus parceiros de infortúnio. (...) Porque a pequenez é uma espécie de falecimento do pinto. E todo pinto um dia se vai, seja por idade, defeito ou pelo bater de botas do dono inteiro. O fim sempre espreita, implacável, como toda morte." "(...) Posso ver daqui a água que trouxe Caramuru, a água que é de Yemanjá. (...) Nomes de nomes, como ladeira da água brusca, água de meninos, águas claras. Água por todo lado, água pingando da torneira de minha pia: água, que toda me...
O lampião e a peneira do mestiço