O Governo do Estado da Bahia apresenta a Flica 2017, que acontece entre os dias 5 e 8 de outubro na cidade de Cachoeira, recôncavo baiano. O evento é realizado pela Cali e Icontent, e tem patrocínio do Governo do Estado, por meio do Fazcultura, e apoio do Hiperideal, Coelba, Prefeitura Municipal de Cachoeira, Odebrecht e Sesi/Fieb.
Um dos mais relevantes eventos literários do Brasil, a Flica trará mesas com diversos pensadores e criadores da área. Com programação para crianças e adultos, estão previstos debates literários, lançamentos de livros, exposições, apresentações artísticas, contações de histórias e saraus, na sétima edição do evento. O autor homenageado desse ano é o célebre escritor baiano Ruy Espinheira Filho, referência na poesia brasileira.
Conheça a programação da Flica aqui
Ou a seguir (Mesas Literárias, Fliquinha e Intervenções Artísticas):
Mesas Literárias
Quatro dias de atividades, 10 mesas e 19 autores, com a curadoria do escritor, jornalista e fotógrafo Tom Correia. Entrada gratuita (sujeita à lotação do espaço), no Claustro do Conjunto do Carmo em Cachoeira, Bahia. Confira abaixo, com os textos do curador da Flica 2017.
Quinta, 05 de outubro
Mesa 1 – 15h
“Os reflexos do passado ancestral em nossa pele”
Carlos Moore (Cuba) e Cuti
Mediação: Jorge Portugal
Dois nomes com trajetórias gigantescas numa mesa de abertura. Duas referências sempre consultadas, não importa a direção que se tome, envolvendo complexa teia de dissidências e busca de identidade, embate e desterro, capitulação e resistência. Um recorte no tempo para debater a negritude como protagonista numa sociedade em sua face mais excludente. Carlos Moore nasceu em Cuba, mas se sente um cidadão exilado que precisa se reinventar onde quer que esteja, para quem fugir foi a coisa mais poderosa de sua infância. Por sua vez, Cuti (pseudônimo de Luiz Silva), nascido no interior de São Paulo, é uma das figuras mais destacadas da literatura do país, fundador de movimentos e publicações icônicas como o Cadernos Negros. Na condição de mediador, Jorge Portugal, outro nome referencial que está presente desde as primeiras edições da Flica.
Mesa 2 – 19h
“Penso, falo, canto e sou sua liberdade, Cachoeira”
Professor Carneirinho, Walter Fraga e Tamires Costa
Mediação: Jomar Lima
Compreender a real dimensão histórica de Cachoeira e do Recôncavo Baiano; homenagear a cidade que sempre recebeu de forma acolhedora uma das festas literárias mais importantes do país. Seu passado de opulência, suas tradições de matrizes africanas, sua religiosidade e suas manifestações populares como pano de fundo para as falas de gente da terra. Memória, causos, cultura e patrimônio numa mesa especial com nomes locais e representativos: Walter Fraga e o seu “Encruzilhadas da Liberdade”, eleito pela American Historical Association como o melhor livro de história da América Latina de 2011; o famoso professor Carneirinho, que formou tantas gerações de estudantes da região e, além de tudo, a jovem força feminina na figura de Tamires Costa para apresentar seus projetos dedicados ao patrimônio cachoeirano. A mediação vai contar com toda simpatia e polivalência de Jomar Lima, outro lídimo representante do Recôncavo.
Sexta, 06 de outubro
Mesa 3 – 10h
“Memória, obsessões e outras matérias-primas da ficção”
Maria Valéria Rezende e Franklin Carvalho
Mediação: Milena Britto
O mundo interior dos escritores permanece insondável até o instante em que eles despontam. Ou então são descobertos após o misterioso vagar do tempo literário estabelecer seu próprio ritmo. Com isso eles trazem consigo um volumoso manancial de experiências, sonhos, desencontros, esquinas sombrias ou iluminadas, além de uma pequena coleção de cicatrizes afetivas. Maria Valéria Rezende, uma das autoras mais respeitadas e queridas do país, premiada diversas vezes com o prestigiado Jabuti e mentora de encontros dedicados à produção literária feminina. Ao seu lado, Franklin Carvalho, revelado como autor vencedor de um prêmio nacional dos mais conceituados. Ambos finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura deste ano, serão mediados por Milena Britto, cuja admirável atuação literária e acadêmica é respeitada por escritores do Brasil e do exterior.
Mesa 4 – 15h
“Intervenções, agitações e desvarios”
Ricardo Lísias e Daniela Galdino
Mediação: Wesley Correia
Escritores trazem em si uma centelha de insanidade. São artífices da palavra que se recusam a cair nas armadilhas da domesticação artística, se arriscam a transpor limites kafkianos, dispostos a pagar o preço pelas acrobacias que realizam sem usar rede de proteção. A arte literária para além da palavra impressa no papel, dialogando com os vários sentidos da vida ou com a completa falta de perspectiva de encontrá-los algum dia. Ricardo Lísias se propõe a experimentações ficcionais com sua literatura-performance e termina sendo arrastado por inquéritos e processos judiciais na vida real. Já Daniela Galdino usa o verbo e o corpo; o movimento e a palavra; a voz e os dedos, fazendo de si mesma uma extensão dos seus poemas. Dois artistas tão instigantes só poderiam ser mediados pela versatilidade e a perspicácia do poeta Wesley Correia.
Mesa 5 – 19h
“A poesia em suas infinitas estações”
Ruy Espinheira Filho – Autor homenageado 2017
Mediação: Mônica Menezes
Desde 2014, a Flica presta deferência a autoras e autores vivos das primeiras gerações e em plena atividade criativa. Este ano, Ruy Espinheira Filho, com sua trajetória consagrada de poeta e prosador, vai nos desvendar sua infância no interior da Bahia, a sua atuação nas antigas redações dos jornais, nas salas de aula, sua maneira de interpretar a vida ao nosso redor. Sua poesia e prosa são referência e inspiração para leitores e escritores, uma luz que emana há décadas de um farol-mestre. Conhecer de perto sua vida e obra será mais do que um privilégio. Será um momento de plena exaltação da poesia. Para a mediação, uma especialista na literatura produzida por Ruy há tanto tempo: a poeta Mônica Menezes, com sua elegância e sensibilidade que tornarão esta homenagem um encontro ainda mais memorável.
Sábado, 07 de outubro
Mesa 6 – 10h
“Entre a ficção e a notícia: limites, contrapontos e narrativas possíveis”
Francisco José e Ricardo Ishmael
Mediação: Zulu Araújo
Jornalistas com alma de escritores que ultrapassam as fronteiras de suas pautas diárias e nos revelam novos ângulos de histórias de vida, personagens, momentos históricos, viagens reais ou imaginárias. O repórter que fareja as grandes reportagens; o escritor que mergulha nas veredas da criação literária. Ambos em busca da realidade e da fantasia que milagrosamente se complementam e nos oferecem um vasto mosaico a ser compreendido. Em mais de quarenta anos de carreira, Francisco José já cobriu de guerras a copas do mundo, de grandes assaltos a olimpíadas, reportagens especiais cujos detalhes estão publicados em seu livro de memórias. Além de apresentador de telejornal, Ricardo Ishmael assume sua faceta de ficcionista para nos apresentar sua versão do ambiente sertanejo que ele explorou literariamente. Ao lado dos dois, um mediador do porte de Zulu Araújo com toda sua discrição e maestria.
Mesa 7 – 14h
“Verbos implacáveis, surtos criativos, angústias favoritas”
Jout Jout
Mediação: Tia Má
Provocações cotidianas compartilhadas nas redes sociais e que repercutem, polemizam e mobilizam seus seguidores que já ultrapassam a casa do milhão. Uma voz jovem e corajosa que não tem pudores em expressar o que pensa, questionando o papel da mulher contemporânea em um mundo em pleno processo de convulsão, prestes a perder o controle. Julia Tolezano, a Jout Jout, é a Geração Y que preferiu tomar o rumo da contramão, recusando-se solenemente a assumir o papel de ‘princesinha da família’ até se encontrar por inteiro em seu canal de vídeos. Suas crises envolvendo autoestima, relacionamentos e trabalho são tratadas com leveza e sarcasmo. Para mediar uma conversa tão autoirônica e debochada, sem perder a profundidade que a vida nos exige, a mesa vai contar com a Tia Má, a carismática personagem da jornalista Maíra Azevedo.
Mesa 8 – 17h
“Escrita de resistência contra quem deseja sufocar a nossa voz”
Minna Salami (Finlândia/Nigéria) e Cidinha da Silva
Mediação: Denise Carrascosa
Falas contundentes que influenciam e conduzem a debates sobre a condição da mulher e do negro na sociedade do nosso tempo. Duas protagonistas que não se restringem a horizontes geográficos: suas palavras percorrem o mundo e fazem com que o público, não apenas o feminino, reflita e questione relações de gênero, assimetrias étnicas, injustiças sociais seculares. Minna Salami defende em suas conferências a transformação global das mulheres, uma ampla reconfiguração sob o viés afrocêntrico. Cidinha da Silva expõe em suas crônicas as nossas cicatrizes históricas ainda não curadas: racismo, discriminação e violência contra jovens negros das periferias. Para a condução de uma mesa marcada por tantas nuances, a presença vigorosa e atuante de Denise Carrascosa.
Mesa 9 – 20h
“A máxima potência que habita as palavras”
Paulina Chiziane (Moçambique) e Elisa Lucinda
Mediação: Lívia Natália
O verbo é a vibração de todas as coisas, a quintessência que envolve a alma de quem escreve. Saber manejar as letras e os versos é um dom poderoso, capaz de feitos jamais imaginados. Porém, encontrar o próprio caminho é tarefa árida. Demanda longo tempo de estiagem, noites em claro, fé em saltos no escuro. Uma das escritoras africanas de maior projeção na atualidade, Paulina Chiziane, a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique, estará pela primeira vez na Bahia; presença de especial valor simbólico em nosso atual contexto. Elisa Lucinda percorre trilha eclética: teatro, literatura, cinema e tevê, mas principalmente a poesia de olhos penetrantes que se reflete em atitude e força. A mediação desse encontro histórico ficará nas mãos da destemida e talentosa poeta Lívia Natália.
Domingo, 08 de outubro
Mesa 10 – 10h
“A imperdoável capacidade humana de apagar seus antepassados”
Daniel Munduruku e Eliane Potiguara
Mediação: Suzane Lima Costa
Há muitas razões para que esta mesa inédita pousasse no coração do Recôncavo Baiano nesse claro instante. Porque, ainda hoje, não sabemos muito sobre os povos indígenas; porque dificilmente nos dedicamos a conhecer o que eles sentem, pensam e escrevem. Porque é inadmissível esquecer o que aconteceu com o índio Galdino há vinte anos. Autor premiado, Daniel Munduruku expõe em dezenas de livros suas inquietações e impressões sob a ótica da ancestralidade, propondo novas formas de convivência. Além de autora de diversas publicações e remanescente de uma etnia que se viu obrigada a deixar suas terras, Eliane Potiguara é ativista e representante de diversas instituições que defendem a causa. Para mediar este encontro, teremos a presença vibrante de Suzane Lima Costa, coordenadora do Núcleo de Estudos das Produções Autorais Indígenas (NEAI – UFBA).
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Fliquinha
Quatro dias de atividades, 22 atividades e 21 atrações, com a curadoria de Lilia Gramacho e Mira Silva. Entrada gratuita (sujeita à lotação do espaço), no Cine Theatro Cachoeirano em Cachoeira, Bahia. Confira abaixo a programação.
Quinta, 05 de outubro
09h30 – Hora da Criança – Espetáculo Opereta Monetinho
10h30 – Bate-papo com Iara Sydenstricker
11h30 – Companhia Novos Novos apresenta o espetáculo “Cadernos de Rimas”
14h30 – “Contações e Encantamentos”, com Thiago Oliveira
15h30 – Bate-papo com Renato Moriconi
16h30 – Baile Pé de Maravilha com Saulo
19h30 – “A cidade e a criança” – Palestra com Iara Syndenstricker
Sexta, 06 de outubro
09h30 – Bate-papo com Pablo Maurutto
10h30 – Bate-papo com Rafael Graça e Marcos Borba – Exibição de “As Aventuras de Miau”
11h30 – Grupo PUMM apresenta o show “Todos P.U.M.M.”
14h30 – Bate-papo com Pedro Duarte
15h30 – Bate-papo com Renata Fernandes
16h30 – Grupo Dona Zefinha apresenta o espetáculo “Charfudo”
19h30 – Palestra com o psicólogo Alessandro Marimpietre
Sábado, 07 de outubro
09h30 – Projeto Livros Livres – Contação de história com o livro “A magia dos sonhos”
10h30 – Bate-papo com Carolina Cunha
11h30 – Espetáculo de mágica e palhaçaria “A Mágica do Amor” com o palhaço Espiga
14h30 – Bate-papo com Emilia Nunez
15h30 – Bate-papo com Carolina Bacelar
16h30 – Grupo Corrupio apresenta o espetáculo “Encantamentos”
Domingo, 08 de outubro
09h30 – Meu primeiro livro, com os autores Ila Nunes (“Laurina tecendo os fios do seu tapete”), Aya Iseki, Catarina Sena, Clara Peixoto, Daniela Gomes e Maria Clara Macedo (“Melinda”) e Antonio Moreno (“Tomate, pimentão e cia”)
10h30 – Coletivo Rumpilezzinho: Música de matriz africana e juventude
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Intervenções Artísticas
Quinta, 05 de outubro
Escadaria da Câmara – 16h30
– Baile Pé de Maravilha com Saulo (atividade Fliquinha)
Território Flica – Entre 19h e 21h
– Espetáculo “Corpo-Templo” com Heloísa França (dança e poesia)
– Naipe de Poesia (música e poesia)
Sexta, 06 de outubro
Território Flica – Entre 18h e 21h
– “A Capella de Waly” com Alex Simões (poesia)
– Zecalu (poesia e música)
– Frutos da Utopia (teatro)
Escadaria da Câmara – 21h
– Roberto Mendes (show musical)
Sábado, 07 de outubro
Território Flica – Entre 18h e 21h
– Grupo EX13 (poesia e dança de rua)
– Pareta Calderach (poesia)
– “As Três Irmãs do Sertão” com Sara Galvão (teatro)
Escadaria da Câmara – 22h
– Maviael Melo (show musical)
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