Pular para o conteúdo principal

Seleta: Alpha Blondy


O artista musical da África que mais gosto é o cantor e compositor Alpha Blondy. Nascido Seydou Koné no primeiro dia de 1953 em Dimbokro, no centro da atlântica Costa do Marfim, filho de mãe muçulmana e pai cristão, é um ícone, uma lenda-viva; atualmente, é a estrela do reggae mais importante no mundo, com milhares de fãs na Bahia e no Brasil.

Habitué de eventos na minha cidade natal (tanto que compôs “Bahia” para homenagear os fãs em 2007), Alpha Blondy tem um repertório “mais pra frente”, com uma pegada rocker, e canta em várias línguas. Em atividade desde os anos 1980, com mais de 20 discos lançados (entre estúdio, ao vivo e compilações), tem um timbre vocal único, incrível e sublime para a transcendência do reggae, e um discurso que alia mensagens de paz a questionamentos sócio-políticos (cunhou o termo “démocrature”, se referindo às ditaduras travestidas de democracias).

Sou fã de Alpha Blondy. Para homenageá-lo, batizei uma personagem do meu romance “oroboro baobá” com o nome da sua canção “Miwa”, que amo, lançada no álbum “Jerusalem” (segundo o artista, “Miwa veut dire mon enfant en langue Baoulé”). Tenho o marfinense na minha tríade sagrada do reggae, ao lado de Bob Marley & The Wailers e Burning Spear. Além disso, Alpha Blondy também é especial para mim, porque é o cantor de reggae preferido do meu saudoso pai (morto em 2011) e da minha mãe, e sempre quando tocava as suas músicas, os dois velhinhos paravam tudo para dançar em alta, celebrando a positividade da vibração. Nessa pandemia, por várias vezes, a minha octogenária mãe me pediu para tocar Alpha Blondy, e dançou muito ao som de “Afriki”, “Papa Bakoye” e “Idjidja”, entre outros clássicos.

Na Seleta de hoje, as 130 músicas que mais gosto, gravadas por Alpha Blondy, presentes nos seus 18 álbuns de estúdio lançados até agora, com destaque para “Apartheid is Nazism” (1985), “Masada” (1992), “Merci” (2002), “Grand Bassam Zion Rock” (1996), “Jerusalem” (1986), “Jah Glory!” (1982) e “Jah Victory” (2007). Gigante Seydou Koné, você é especial demais para a minha família, muito obrigado, continuamos a ouvi-lo com muita alegria, paz e dança!

Ouça no Spotify aqui

Ouça no YouTube aqui

01) Afriki [Apartheid is Nazism, 1985]

02) Seba Allah Y'e [Apartheid is Nazism, 1985]

03) Idjidja [Apartheid is Nazism, 1985]

04) Bory Samory [Cocody Rock!!!, 1984]

05) Brigadier Sabari [Jah Glory!, 1982]

06) Peace in Liberia [Masada, 1992]

07) Miwa [Jerusalem, 1986]

08) Papa Bakoye [Masada, 1992]

09) Sahel [Apartheid is Nazism, 1985]

10) Rasta Poué [Jah Glory!, 1982]

Os 18 álbuns presentes nesta Seleta

11) Mo [Grand Bassam Zion Rock, 1996]

12) Houphouët Yako [Masada, 1992]

13) Ne Tirez Pas Sur L'Ambulance [Jah Victory, 2007]

14) Les Chiens [Masada, 1992]

15) Souroukou Logo [Merci, 2002]

16) Alpha Kaya [Grand Bassam Zion Rock, 1996]

17) Si On M'avait Dit [Merci, 2002]

18) Ranita [Jah Victory, 2007]

19) God Bless Africa [Merci, 2002]

20) N'kabourou [Grand Bassam Zion Rock, 1996]


21) Multipartisme (Médiocratie) [Masada, 1992]

22) Masada [Masada, 1992]

23) Course au Pouvoir [Grand Bassam Zion Rock, 1996]

24) Boulevard de la Mort [Jerusalem, 1986]

25) Cocody Rock [Cocody Rock!!!, 1984]

26) Blesser [Révolution, 1987]

27) Jah Glory [Jah Glory!, 1982]

28) Bahia [Jah Victory, 2007]

29) Rainbow in the Sky [Positive Energy, 2015]

30) Jerusalem [Jerusalem, 1986]


31) Apartheid is Nazism [Apartheid is Nazism, 1985]

32) Crime Spirituel [Mystic Power, 2013]

33) Ça me Fait si Mal [Masada, 1992]

34) Travailler, C'Est Trop Dur [Jerusalem, 1986]

35) Sciences Sans Conscience [Masada, 1992]

36) Bloodshed in Africa [Jerusalem, 1986]

37) Heal Me [Dieu, 1994]

38) Dji [Jerusalem, 1986]

39) Fangandan Kameleba [Cocody Rock!!!, 1984]

40) Dou Nougnan [Jah Glory!, 1982]


41) Vuvuzela [Vision, 2011]

42) Sabotage [Elohim, 2000]

43) Politruc [Merci, 2002]

44) France à Fric [Mystic Power, 2013]

45) Quitte Dans Ça [Merci, 2002]

46) Vanité [Merci, 2002]

47) Gban Gban [Jah Victory, 2007]

48) Cheik Amadou Bamba [Grand Bassam Zion Rock, 1996]

49) The End [Jah Glory!, 1982]

50) Silence Houphouët d'or [Grand Bassam Zion Rock, 1996]


51) Kiti [Apartheid is Nazism, 1985]

52) Ragga Gangstar [Grand Bassam Zion Rock, 1996]

53) Séchez vos Larmes [Positive Energy, 2015]

54) Oté-fê [Human Race, 2018]

55) Mon Père Avait Raison [Dieu, 1994]

56) Guerre Civile [Yitzhak Rabin, 1998]

57) Journalistes en Danger (Démocrature) [Elohim, 2000]

58) Armée Française [Yitzhak Rabin, 1998]

59) Dieu [Dieu, 1994]

60) Tu Mens [Vision, 2011]


61) Jah Light [Jah Victory, 2007]

62) Massaya [Vision, 2011]

63) Ato Afri Loué [Merci, 2002]

64) Ouarzazate [Mystic Power, 2013]

65) Je Suis Venu te Dire que Je m'en Vais [Human Race, 2018]

66) Jah Houphouët [Apartheid is Nazism, 1985]

67) Le Métèque [Mystic Power, 2013]

68) Reconciliation [Mystic Power, 2013]

69) When I Need You [Elohim, 2000]

70) Stewball [Vision, 2011]


71) Une Petite Larme m'a Trahi [Positive Energy, 2015]

72) I Wish You Were Here [Jah Victory, 2007]

73) Jah Houphouët Boigny Nous Parle (Rassemblement Démocratique Africain) [Révolution, 1987]

74) Rasta Fou [Jah Glory!, 1982]

75) Cocody Rock (Dub Version) [Cocody Rock!!!, 1984]

76) Le Cha-Cha-Cha Du CFA [Vision, 2011]

77) Madiba m'a Dit [Positive Energy, 2015]

78) Lumière [Positive Energy, 2015]

79) Life [Human Race, 2018]

80) Mystère Naturel [Grand Bassam Zion Rock, 1996]


81) Sales Racistes [Jah Victory, 2007]

82) La Guerre [Dieu, 1994]

83) Les Païens [Human Race, 2018]

84) Whole Lotta Love [Human Race, 2018]

85) Freedom [Positive Energy, 2015]

86) Come Back Jesus [Apartheid is Nazism, 1985]

87) I Love Paris [Jerusalem, 1986]

88) Téré [Cocody Rock!!!, 1984]

89) Yitzhak Rabin [Yitzhak Rabin, 1998]

90) Wari [Merci, 2002]


91) Pinto (Mon Kôyaga Préféré) [Vision, 2011]

92) Cigarettes [Human Race, 2018]

93) Hey Jack [Merci, 2002]

94) Grand Bassam [Grand Bassam Zion Rock, 1996]

95) Political Brouhaha [Human Race, 2018]

96) Afrique-Antilles [Dieu, 1994]

97) Saraka [Yitzhak Rabin, 1998]

98) Soukeina (Nangnele) [Dieu, 1994]

99) Petini Go Gaou [Elohim, 2000]

100) Ikafô [Jah Victory, 2007]


101) Les Voleurs de la République [Elohim, 2000]

102) Bôgô [Vision, 2011]

103) Soutra [Mystic Power, 2013]

104) Querelles Inter-minables [Positive Energy, 2015]

105) Djeneba [Elohim, 2000]

106) Maclacla Macloclo [Positive Energy, 2015]

107) God is One [Masada, 1992]

108) Politiqui [Jerusalem, 1986]

109) Kalachnikov Love [Jerusalem, 1986]

110) Hypocrites [Yitzhak Rabin, 1998]


111) Gorée (Sénégal) [Dieu, 1994]

112) Ma Tête [Vision, 2011]

113) Amour Papier Longueur [Dieu, 1994]

114) Unité Nationale [Grand Bassam Zion Rock, 1996]

115) Trop Bon [Vision, 2011]

116) Haridjinan [Elohim, 2000]

117) Alphaman Redemption [Human Race, 2018]

118) Ya Fohi [Grand Bassam Zion Rock, 1996]

119) Rendez-Vous [Masada, 1992]

120) Sweet Fanta Diallo [Révolution, 1987]


121) Fulgence Kassy [Masada, 1992]

122) Zoukéfiez-moi [Merci, 2002]

123) Interplanetary Revolution [Cocody Rock!!!, 1984]

124) Take no Prisoner (Cannibalistic) [Elohim, 2000]

125) Lune de Miel (Honeymoon) [Elohim, 2000]

126) Veto de Dieu [S.O.S. Guerre Tribale, 1993]

127) Black Men Tears [The Prophets, 1989]

128) Jah Music [The Prophets, 1989]

129) Les Imbéciles [Yitzhak Rabin, 1998]

130) Les Salauds [Jah Victory, 2007]

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Oito passagens de Conceição Evaristo no livro de contos Olhos d'água

Conceição Evaristo (Foto: Mariana Evaristo) "Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda contemplou-se no espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar da sua face, viu a da outra. Do outro lado, como se verdade fosse, o nítido rosto da amiga surgiu para afirmar a força de um amor entre duas iguais. Mulheres, ambas se pareciam. Altas, negras e com dezenas de dreads a lhes enfeitar a cabeça. Ambas aves fêmeas, ousadas mergulhadoras na própria profundeza. E a cada vez que uma mergulhava na outra, o suave encontro de suas fendas-mulheres engravidava as duas de prazer. E o que parecia pouco, muito se tornava. O que finito era, se eternizava. E um leve e fugaz beijo na face, sombra rasurada de uma asa amarela de borboleta, se tornava uma certeza, uma presença incrustada nos poros da pele e da memória." "Tantos foram os amores na vida de Luamanda, que sempre um chamava mais um. Aconteceu também a paixão

Dez passagens de Clarice Lispector nas cartas dos anos 1950 (parte 1)

Clarice Lispector (foto daqui ) “O outono aqui está muito bonito e o frio já está chegando. Parei uns tempos de trabalhar no livro [‘A maçã no escuro’] mas um dia desses recomeçarei. Tenho a impressão penosa de que me repito em cada livro com a obstinação de quem bate na mesma porta que não quer se abrir. Aliás minha impressão é mais geral ainda: tenho a impressão de que falo muito e que digo sempre as mesmas coisas, com o que eu devo chatear muito os ouvintes que por gentileza e carinho aguentam...” “Alô Fernando [Sabino], estou escrevendo pra você mas também não tenho nada o que dizer. Acho que é assim que pouco a pouco os velhos honestos terminam por não dizer nada. Mas o engraçado é que não tendo absolutamente nada o que dizer, dá uma vontade enorme de dizer. O quê? (...) E assim é que, por não ter absolutamente nada o que dizer, até livro já escrevi, e você também. Até que a dignidade do silêncio venha, o que é frase muito bonitinha e me emociona civicamente.”  “(...) O dinheiro s

Dez passagens de Jorge Amado no romance Mar morto

Jorge Amado “(...) Os homens da beira do cais só têm uma estrada na sua vida: a estrada do mar. Por ela entram, que seu destino é esse. O mar é dono de todos eles. Do mar vem toda a alegria e toda a tristeza porque o mar é mistério que nem os marinheiros mais velhos entendem, que nem entendem aqueles antigos mestres de saveiro que não viajam mais, e, apenas, remendam velas e contam histórias. Quem já decifrou o mistério do mar? Do mar vem a música, vem o amor e vem a morte. E não é sobre o mar que a lua é mais bela? O mar é instável. Como ele é a vida dos homens dos saveiros. Qual deles já teve um fim de vida igual ao dos homens da terra que acarinham netos e reúnem as famílias nos almoços e jantares? Nenhum deles anda com esse passo firme dos homens da terra. Cada qual tem alguma coisa no fundo do mar: um filho, um irmão, um braço, um saveiro que virou, uma vela que o vento da tempestade despedaçou. Mas também qual deles não sabe cantar essas canções de amor nas noites do cais? Qual d