Julio Cortázar interferido por Mirdad
No final do mês passado, a obra-prima "Rayuela", publicada no Brasil como "O jogo da amarelinha", do mestre argentino Julio Cortázar, completou 50 anos de sua primeira publicação. O jornal Clarín criou uma página especial para as comemorações (veja aqui). A imprensa mundial fez diversas matérias destacando o livro com um dos mais importantes romances latino-americanos.
Com 640 páginas, proporciona uma experiência maravilhosa seguir os passos indicados, pulando pra lá e cá no jogo do Cortázar. Como é que não adaptaram ainda pro cinema? Dois filmes, assim como suas duas partes. Mais completo destinar a uma trilogia. Aqui, seguem as pílulas da obra prima nos links abaixo.
Parte I
Leia aqui
“Os dois o sentiram no mesmo instante e escorregaram um pelo outro como para cair em si mesmos, na terra comum onde as palavras e as carícias e as bocas os envolviam como a circunferência envolve o círculo”
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Parte II
Leia aqui
“As únicas coisas que terminam de verdade são aquelas que recomeçam todas as manhãs”
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Parte III
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“Sendo imortal, o amor brinca de inventar-se, fugindo de si mesmo para regressar na sua espiral surpreendente, os seios cantam de outro modo, a boca beija mais profundamente ou como de longe e, num momento, onde antes havia algo como a cólera e angústia, é agora o jogo puro, a agitação incrível”
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Parte IV
Leia aqui
“Esta realidade não é nenhuma garantia nem para você nem para ninguém, a não ser que a transforme em conceito, e depois em convenção, em esquema útil”
Comentários
Este trecho me pegou bastante: “Esta realidade não é nenhuma garantia nem para você nem para ninguém, a não ser que a transforme em conceito, e depois em convenção, em esquema útil. O simples fato de você estar à minha esquerda e eu à sua direita já faz da realidade pelo menos duas realidades; e note que não quero ir ao fundo e lembrar que você e eu somos dois entes absolutamente sem comunicação entre si, a não ser por meio dos sentidos e da palavra, coisas de que devemos desconfiar se formos gente séria”.
E não é que é isso mesmo? “As únicas coisas que terminam de verdade são aquelas que recomeçam todas as manhãs”... e assim vai!
Ótima seleção, Mirdad! Sigo acompanhando.
Beijos, lindo!
Brigadim, linda, volte sempre! Bjs!
Beijoka, amore!