Pular para o conteúdo principal

Ildegardo Rosa, 90 anos

Ildegardo Rosa em 1961 e 2011

Hoje, 22 de outubro, para mim, sempre será o dia do meu pai. Neste 2021, caso estivesse vivo, estaríamos celebrando 90 anos da sua existência. Mas ele permanece. Enquanto vida houver em mim, permanecerá.

O meu pai é a pessoa mais importante para mim. Uma multidão dos mais especiais. Um monte de gente reunida num só sorriso e afeto. Fico até encabulado de comentar, pois há tanta desgraça por aí, mas é preciso ser correto com o seu legado e registrar: sempre amigo, sempre irmão, pai o tempo inteiro, sempre esteve ao meu lado, parceiraço, me incentivando, investindo em todas as propostas que apresentei; nunca me tolheu, sempre me apoiou; seguro, amoroso, disposto, presente, engraçado, carinhoso e conselheiro, quando permitido (nunca invasivo ou descompensado), foi o homem mais generoso, honesto, honrado, íntegro, solidário e de coração imenso que já presenciei nessa existência.

Ildegardo Rosa (1931-2011) nasceu no último dia de Libra, em Tobias Barreto, Sergipe, quinto filho da forte Josepha com o inventor Joaquim, neto do coronel José Rosa (que dizem que inventou o sobrenome Rosa por gosto). Formou-se em Direito e Filosofia, teve diversos trabalhos (o avô morreu num naufrágio e deixou a família na pindaíba), de açougueiro a ilustrado mestre cooperativista, Petrobras, Furnas e Uneb, foi menino que amava andar nu como índio, pai de duas filhas e um filho, avô de dois casais de netos, galante sedutor dançarino, honrado marido da musicista baiana Martha Anísia, 50 anos de amor e cumplicidade.

Ildegardo Rosa com esposa, filhos, netos e genros,
comemorando os seus 80 anos em 2011 no Rio

O bravo sertanejo, que manteve o sotaque sergipano até o fim, foi poeta. Da gaveta do armário, resgatei os seus poemas (datilografados ou manuscritos), e em 2017, a minha mãe bancou a antologia póstuma “Mestre Dedé – O andarilho da ilusão” (Mondrongo, 2017), organizada por nós. E que, hoje, como presente, a celebrar os 90 anos de Ildegardo Rosa, disponibilizamos o livro de graça, para leitura e download aqui.

Caso alguém queira o livro físico, ainda restam 11 exemplares desta edição única, compre o seu (custa R$ 30,00 + frete) aqui: marthanisia@hotmail.com

Últimos 11 exemplares da primeira e única edição do livro “Mestre Dedé – O andarilho da ilusão”, de Ildegardo Rosa, publicada pela Mondrongo em 2017.

O poema do meu pai que eu mais gosto.
Ironicamente, 53 anos depois,
ele morreria em 13/12.

Capa completa do livro “Mestre Dedé – O andarilho da ilusão”, de Ildegardo Rosa, por Ulisses Góes para a editora Mondrongo.

E o meu pai amado, melhor amigo, irmão e mestre, também permanece com a sua voz singular, eternizado nessas canções minhas (todas disponíveis nas plataformas): “Illusion’s Wanderer” (parceria nossa, com os poemas dele), “El’eu”, “Fantoche” e “The Green Bee”. E ainda vai ter mais, em breve!

Grato por tanto, meu pai, celebraremos a sua vida, sempre! Os seus ensinamentos me guiam, sempre com a graça de ser o seu filhão-discípulo-irmão. Viva Mestre Dedé! Ildegardo Rosa para sempre!

-----------


Participações de Ildegardo Rosa
nas minhas composições


Voz principal
Autor da letra

Recita em 3 partes

Recita no final (6'05")

Recita no meio (1'39")

-----------

Ildegardo Rosa recita
o poema Sonhador

-----------

Posts sobre Ildegardo Rosa

Especial: Ildegardo Rosa
(1º post: três poeminhas)
Leia aqui

80 anos de Ildegardo Rosa: a despedida e o poema
(recordações do último niver)
Leia aqui

Até breve, meu pai.
(sobre a sua morte)
Leia aqui

1 mês sem Ildegardo Rosa
(santinho)
Leia aqui

Três poemas de Ildegardo Rosa
(para celebrar a poesia do Mestre Dedé)
Leia aqui

O sonhador, de Ildegardo Rosa
(para celebrar a poesia do Mestre Dedé)
Leia aqui

Livro Mestre Dedé – O andarilho da ilusão (2017), de Ildegardo Rosa
Leia aqui

Fotos do lançamento do livro
Mestre Dedé – O andarilho da ilusão
Veja aqui

Posfácio de Ildegardo Rosa para
o livro Nostalgia da lama
(muita honra para o meu livro)
Leia aqui

Modesta homenagem a um grande poeta
(poema de Tiganá Santana para Ildegardo Rosa)
Leia aqui

A carta da avó Josepha
(carta da mãe de Ildegardo Rosa)
Leia aqui

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Seleta: Ramones

A “ Seleta: Ramones ” destaca as 154 músicas (algumas dobradas em versões ao vivo) que mais gosto da banda nova-iorquina, presentes em 19 álbuns da sua discografia (os prediletos são “ Ramones ”, “ Loco Live ”, “ Mondo Bizarro ”, “ Road to Ruin ” e “ Rocket to Russia ”). Ouça no Spotify aqui [não tem todas as músicas] Ouça no YouTube aqui Os 19 álbuns participantes desta Seleta 01) The KKK Took My Baby Away [Pleasant Dreams, 1981] 02) Needles and Pins [Road to Ruin, 1978] 03) Poison Heart [Mondo Bizarro, 1992] 04) Pet Sematary [Brain Drain, 1989] 05) Strength to Endure [Mondo Bizarro, 1992] 06) I Wanna be Sedated [Road to Ruin, 1978] 07) It's Gonna Be Alright [Mondo Bizarro, 1992] 08) I Believe in Miracles [Brain Drain, 1989] 09) Out of Time [Acid Eaters, 1993] 10) Questioningly [Road to Ruin, 1978] 11) Blitzkrieg Bop [Ramones, 1976] 12) Rockaway Beach [Rocket to Russia, 1977] 13) Judy is a Punk [Ramones, 1976] 14) Let's Dance [Ramones, 1976] 15) Surfin' Bi...

Oito passagens de Conceição Evaristo no livro de contos Olhos d'água

Conceição Evaristo (Foto: Mariana Evaristo) "Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda contemplou-se no espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar da sua face, viu a da outra. Do outro lado, como se verdade fosse, o nítido rosto da amiga surgiu para afirmar a força de um amor entre duas iguais. Mulheres, ambas se pareciam. Altas, negras e com dezenas de dreads a lhes enfeitar a cabeça. Ambas aves fêmeas, ousadas mergulhadoras na própria profundeza. E a cada vez que uma mergulhava na outra, o suave encontro de suas fendas-mulheres engravidava as duas de prazer. E o que parecia pouco, muito se tornava. O que finito era, se eternizava. E um leve e fugaz beijo na face, sombra rasurada de uma asa amarela de borboleta, se tornava uma certeza, uma presença incrustada nos poros da pele e da memória." "Tantos foram os amores na vida de Luamanda, que sempre um chamava mais um. Aconteceu também a paixão...

Seleta: World Music

Imagem de Freepik Para embalar o movimento que faz girar o balão frágil em que vivemos, experimentar sotaques, timbres, cores e temperos além do óbvio, transpor fronteiras imaginárias e aguçar a curiosidade planetária para se reconhecer tão humano quanto o outro (não há estrangeiro, pois terráqueos é o que somos), confira as 05 playlists de World Music da Seleta , com Gipsy Kings , Habib Koité , Salif Keita ,  Björk  e  Israel Kamakawiwo'ole . Entre 2021 e 2024 , selecionei 381 músicas prediletas, presentes em 63 álbuns , 12 singles e 03 EPs , um acervo multicultural e diverso. PS: Esse post será atualizado a cada nova Seleta World Music criada. Seleta: Gipsy Kings (2024) 90 músicas | 14 álbuns Ouça aqui Seleta: Habib Koité (2021) 66 músicas | 06 álbuns Ouça aqui Seleta: Salif Keita (2024) 77 músicas | 17 álbuns Ouça aqui Seleta: Björk (2024) 110 músicas | 19 álbuns, 12 singles e 03 EPs Ouça aqui Seleta: Israel Kamakawiwo'ole (2024) 38 músicas | 07 álbuns Ouça aqui