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Os romances de Clarice Lispector

Clarice Lispector por Maureen Bisilliat
(acervo IMS)

Em 2022, tive a sorte de ler seis romances (e reler três) da maga Clarice Lispector. Embora fã das suas crônicas e contos, gostei de obras como “Água viva”, “Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres” e “Um sopro de vida”, assim como “A paixão segundo G. H.” (relido) e “A cidade sitiada” (o único intragável é “O lustre” e o narrador de “A hora da estrela” é um porre). Ao longo do ano, peneirei trechos impactantes, reflexivos, de imensa beleza. Seguem abaixo, uma coleção dos seus melhores momentos. Clarice eterna!

“Perto do coração selvagem” (1943)
“Ser feliz é para se conseguir o quê?”
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“O lustre” (1946)
“Para algo existir não precisava ser sabido”
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“A cidade sitiada” (1948)
“Perder-se também é caminho”
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“A maçã no escuro” (1961)
“Por mais liberdade que tivesse, ele só poderia criar o que já existia”
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“A paixão segundo G. H.” (1964)
“Dar a mão a alguém sempre foi o que esperei da alegria”
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“Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres” (1969)
“Todo erro dos outros e nos outros é uma oportunidade para mim de amar”
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“Água viva” (1973)
“O melhor ainda não foi escrito. O melhor está nas entrelinhas”
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“A hora da estrela” (1977)
“Cada dia é um dia roubado da morte”
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“Um sopro de vida” (1978)
“Eu te amo tanto como se sempre estivesse te dizendo adeus”
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Os romances de Clarice Lispector

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