Pular para o conteúdo principal

Discografia Emmanuel Mirdad: Ancient (2014), da Orange Poem


A voz aveludada, forte, de floresta e ancestral do cantor e compositor baiano Mateus Aleluia (ex-Os Tincoãs), 70 anos, um dos mais importantes e referenciais artistas da música afro-baiana, encontra o som progressivo e psicodélico do Orange Poem, inaugurando, de primeira mão, o som "ancestrodélico". Gravado por Tadeu Mascarenhas no estúdio Casa das Máquinas, com Glauber Guimarães assinando a bela capa, o EP Ancient (antigo em inglês) traz duas composições de Emmanuel Mirdad, o blues épico "Cuts" e a psicodélica "Clouds, Dreams", e a parceria entre Mirdad e o seu pai, o poeta Ildegardo Rosa, morto em 2011, na música-poema "Illusion’s Wanderer". Ancient é um trabalho que destaca os belos solos do guitarrista Marcus Zanom que, na última faixa, troca a guitarra pela sanfona etérea, com delay, uma opção inédita no som laranja.


Ouça no Spotify aqui


Ouça no Youtube aqui


Ouça no Soundcloud aqui

Download aqui

Release aqui

Ficha Técnica

01) Cuts 
      (Emmanuel Mirdad)
      BR-N1I-14-00014

      (Emmanuel Mirdad)
      BR-N1I-14-00015

      (Ildegardo Rosa / Emmanuel Mirdad)
      BR-N1I-14-00016

Mateus Aleluia (voz e backing vocal)
Marcus Zanom (guitarra e sanfona)
Mirdad (violão 12 cordas e backing vocal)
Saint (guitarra)
Hosano Lima Jr. (bateria)
Artur Paranhos (baixo)
Tadeu Mascarenhas (piano na faixa 1)

Convidado especial:
Ildegardo Rosa (voz na faixa 3) – in memorian

"Illusion's Wanderer" contém fragmentos de 15 poemas de Ildegardo Rosa, montados por Emmanuel Mirdad

Gravação, mixagem e masterização: Tadeu Mascarenhas (Estúdio Casa das Máquinas)

Produção artística e executiva: Emmanuel Mirdad

Arte do EP: Glauber Guimarães

Contracapa




Encarte

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Seleta: R.E.M.

Foto: Chris Bilheimer A “ Seleta: R.E.M. ” destaca as 110 músicas que mais gosto da banda norte-americana presentes em 15 álbuns da sua discografia (os prediletos são “ Out of Time ”, “ Reveal ”, “ Automatic for the People ”, “ Up ” e “ Monster ”). Ouça no Spotify aqui Ouça no YouTube aqui Os 15 álbuns participantes desta Seleta 01) Losing My Religion [Out of Time, 1991] 02) I'll Take the Rain [Reveal, 2001] 03) Daysleeper [Up, 1998] 04) Imitation of Life [Reveal, 2001] 05) Half a World Away [Out of Time, 1991] 06) Everybody Hurts [Automatic for the People, 1992] 07) Country Feedback [Out of Time, 1991] 08) Strange Currencies [Monster, 1994] 09) All the Way to Reno (You're Gonna Be a Star) [Reveal, 2001] 10) Bittersweet Me [New Adventures in Hi-Fi, 1996] 11) Texarkana [Out of Time, 1991] 12) The One I Love [Document, 1987] 13) So. Central Rain (I'm Sorry) [Reckoning, 1984] 14) Swan Swan H [Lifes Rich Pageant, 1986] 15) Drive [Automatic for the People, 1992]...

Dez passagens de Clarice Lispector no livro Laços de família

Clarice Lispector (foto daqui ) “A mãe dele estava nesse instante enrolando os cabelos em frente ao espelho do banheiro, e lembrou-se do que uma cozinheira lhe contara do tempo do orfanato. Não tendo boneca com que brincar, e a maternidade já pulsando terrível no coração das órfãs, as meninas sabidas haviam escondido da freira a morte de uma das garotas. Guardaram o cadáver no armário até a freira sair, e brincaram com a menina morta, deram-lhe banhos e comidinhas, puseram-na de castigo somente para depois poder beijá-la, consolando-a. Disso a mãe se lembrou no banheiro, e abaixou mãos pensas, cheias de grampos. E considerou a cruel necessidade de amar. Considerou a malignidade de nosso desejo de ser feliz. Considerou a ferocidade com que queremos brincar. E o número de vezes em que mataremos por amor. Então olhou para o filho esperto como se olhasse para um perigoso estranho. E teve horror da própria alma que, mais que seu corpo, havia engendrado aquele ser apto à vida e à felici...

Dez passagens de Jorge Amado no romance Capitães da Areia

Jorge Amado “[Sem-Pernas] queria alegria, uma mão que o acarinhasse, alguém que com muito amor o fizesse esquecer o defeito físico e os muitos anos (talvez tivessem sido apenas meses ou semanas, mas para ele seriam sempre longos anos) que vivera sozinho nas ruas da cidade, hostilizado pelos homens que passavam, empurrado pelos guardas, surrado pelos moleques maiores. Nunca tivera família. Vivera na casa de um padeiro a quem chamava ‘meu padrinho’ e que o surrava. Fugiu logo que pôde compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome, um dia levaram-no preso. Ele quer um carinho, u’a mão que passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se esquecer daquela noite na cadeia, quando os soldados bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleta. Em cada canto estava um com uma borracha comprida. As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta como um animal perseguido por outros mais fortes. A...