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Mostrando postagens de junho, 2023

Quinze passagens de Jorge Amado no romance Tieta do Agreste

          “— Me diga: é mesmo a primeira vez?           — Com mulher, é, sim.           — Andou botando em algum menino?           — Só na cabra.           — Em Negra Flor, não foi?           — Foi nela, sim.           Bicha safada, ordinária. Peto é o terceiro, entre recentes, a lhe contar da cabra. Mais uma vez Negra Flor a precedera.           — Com mulher é diferente, tu vai ver.           Muda de posição, agora de barriga para cima, abre as pernas, os olhos de Peto pousam-se na senda de pelos negros. A mão de Zuleika Cinderela vai buscá-lo.           — Vem, meu macho, traz essa rola gostosa para comer sua mulherzinha.           Beija-o ternamente, acaricia-o de manso, faz com que ele a monte, suspende o ventre para facilitar o abraço, mete a língua dentro da orelha de Peto e murmura:           — Que gostoso! Sou capaz de me enrabixar contigo.           Cruza as pernas sobre as costas do menino:           — Mete, enfia tudo.           Mantendo-o preso entre as coxas, beija-o no ros

Dez passagens de Victor Mascarenhas no romance Sete dias em setembro

Victor Mascarenhas (foto daqui )           “— Como soldado, obedeço ao príncipe, mas não concordo com nada disso. Rei é rei, ora. Ele manda, o povo obedece e quem não obedecer que sofra com as consequências. Sempre foi assim, para que mudar agora?           — Mas não achas melhor que existam regras e limites para o rei? E se um dia tivermos um governante que resolva distribuir armas a todos, que persiga seus inimigos, brigue com outros países ou nos deixe à míngua no meio de uma epidemia, por exemplo? Não deveria existir alguém que limitasse os poderes dele ou a quem pudéssemos recorrer para nos defender?           — Rei não se questiona, se obedece e meu rei é o de Portugal. É isso ou virar logo uma República, como querem os maçons.           — Então não achas errado o Brasil voltar a ser colônia e ficar submetido a um rei do outro lado do oceano?           — Achas certo que se tome do rei o que é seu direito? Se isso acontecer, daqui a pouco vão querer entregar tudo de volta para os

Playlists para dançar muito forró no São João!

Flávio José, Adelmario Coelho, Santanna e Estakazero A melhor festa do Brasil é o São João , e as farras se espalham pelo Nordeste nesta semana, anarriê! Para celebrar com muito forró , elaborei três playlists no Spotify , com as melhores músicas para xamegar até de manhã, nas vozes dos mestres Flávio José , Adelmario Coelho e Santanna, o Cantador , e também da banda Estakazero . São 340 músicas , mais de 20h de muito forró, entre xote , baião e arrasta-pé , para você aproveitar a festa completa! Viva São João ! São Xote do Nordeste Ouça no Spotify aqui 200 músicas, cerca de 12h de xote! Viva São Baião! Ouça no Spotify aqui 100 músicas, cerca de 6h de baião! Arrasta-pé às Estrelas Ouça no Spotify aqui 40 músicas, cerca de 2h15 de arrasta-pé! Imagem de Freepik São Xote do Nordeste O melhor do xote de Flávio José, Adelmario Coelho, Santanna e Estakazero. Ouça no Spotify aqui 01) De Mala e Cuia [Flávio José, Cidadão Comum, 2003] 02) Meu Cenário [Adelmario Coelho, No Brasil Temos de

Quarenta passagens de Emmanuel Mirdad no livro de memórias O lampião e a peneira do mestiço

Emmanuel Mirdad (foto: Maíra Rebouças) “Se não há ironia, a vida é só para os crentes.”           “Bom, no poema ‘Amor à primeira vista’, com a tradução da Przybycien, a polonesa Wisława nos presenteia: ‘Porque afinal cada começo é só continuação e o livro dos eventos está sempre aberto no meio’. É isso! Concordo, demais. A cada novo amor que a sorte e a persistência nos proporcionam, continuamos o melhor do legado afetivo construído em parceria com quem passou por nós e leva agora a alcunha de ex-amor [no melhor dos casos, um amor e não ex].           É impossível considerar os meus feitos e as melhores lembranças sem entrelaçá-los à importância afetiva de cada amor que vivi. Registro assim no poema ‘Inhame’ [cuja síntese me satisfaz]: ‘Sou o mais chapado de todos: não bebo, não fumo, não cheiro, nem injeto ou dissolvo; eu amo’. Eu preciso amar, sempre. Sou a antítese do estar solteiro, não consigo, embora a coincidência me force a tanto. As relações acabam, mas o sentimento não.” “Ti