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Mostrando postagens de abril, 2021

Trinta e cinco passagens de Emmanuel Mirdad no romance “oroboro baobá”

Emmanuel Mirdad no local onde escreveu “oroboro baobá”           “Amanhece. Três homens se preparam, na foz do rio Caraíva, para zarpar à lida no mar. Alderico, líder dos pescadores e dono do barco Correnteza, reclama da perda de trabalhadores para a hotelaria. Enquanto arruma a rede, colocada a bordo por Josias, o índio Burianã Pataxó expõe a fratura:           — Servir turista dá mais dinheiro. No mar, só vai quem ama. Ou se é infeliz.           O Correnteza navega, paralelo à praia. É cedo, e a paisagem, mesmo camuflada pela rotina, ainda é capaz de inebriar Burianã, que canta sobre uma lenda em que o magnífico se materializa na forma de um ente que distorce o tempo e habita o espaço entre as palavras. Josias reconhece a melodia e tenta acompanhar, mas desafina e desiste; começa a descascar uma cana-de-açúcar. Alderico guia a embarcação, a praguejar contra os forasteiros que investem na Vila de Caraíva.           O pataxó termina de cantar, e o som reverbera, por dentro, o encanto:

Música para Escrever #64 — FALL OF MESSIAH, Prime Alone, Fires Burn Low, When Waves Collide, KRANE, a spark in the v(*)id, BLACKSHAPE, Solars, ANFIORESTER e Mountainscape

Como ver além dos campos as cores vazias da carne velha? A grande arte da autodestruição é a essência que está na profundidade do solitário prime. A paisagem restante do abismo é este desejo insaciável de possuir o que pertence ao outro. Um tópico: a jornada da forma negra é o vértice negativo de todas as luzes passadas em aceitação. Confira o post #64 da série Música para Escrever , especial PESO , com os melhores sons de post-rock, a alumiar a mente e transcender em palavras. FALL OF MESSIAH Saint Jans Cappel | França Bandcamp aqui Facebook aqui Foto daqui Melhor disco para escrever " How to see beyond fields " (2014) Ouça aqui Para continuar escrevendo " EMPTY COLORS " (2016) Ouça aqui " Senicarne " (2020) Ouça aqui --------- Prime Alone São Petersburgo | Rússia Bandcamp aqui Facebook aqui Foto daqui Melhor disco para escrever " The Great Art of Self-Destruction " (2018) Ouça aqui Para continuar escrevendo " The Essence Lies in The Depth

Oito passagens de Gustavo Felicíssimo no livro-poema Oratório das águas

Gustavo Felicíssimo (foto daqui ) “Por mais que o mar seja ilusão ele sempre nos traduz apesar de permanecer intraduzível mesmo que o veja desde algum mirante ou com o corpo estendido na praia sem precisar qualquer palavra pois palavra é aparência e contemplá-lo é o que basta Assim ele também nos contempla com suas marés em eterno sobressalto com seu mistério perpétuo e as águas iluminadas da superfície tão nem aí para mim ou para você que me lê enquanto a vida passa” “Estar no mar é a única forma de fazer parte do mar Dele me deixo ficar envolto e me volto para as gaivotas que contemplam o mergulho Nada encontro além de água porque a água é o mundo enquanto consinto estar Água é o que flui se flutuo E se as ondas me levam o meu ser, refluente, navega — feito barco sem leme ou vela — não à procura da estrela fatal mas no caminho incerto do porto onde o corpo, enfim, repousará” “Choro como Ulisses ao avistar a sua Ítaca quando vejo ao longe as luzes da minha terra Choro, pois o amplo si