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Mostrando postagens de agosto, 2023

Dez passagens do livro O alufá Rufino: tráfico, escravidão e liberdade no Atlântico Negro (c. 1822-c. 1853), de João José Reis, Flávio dos Santos Gomes e Marcus J. M. de Carvalho

“Rufino não seria avis rara a bordo dos navios negreiros em que embarcou, pois africanos neles se empregavam em grande número. Além de trabalhar como marinheiros, eles conheciam as regiões fornecedoras de escravos, serviam como intérpretes e podiam melhor convencer, acalmar, organizar e controlar cativos cujas línguas soubessem falar. Geralmente esses homens do mar tinham sido escravos no Brasil e ali conseguido sua liberdade, como acontecera com o próprio Rufino. (...) Esses personagens, que um dia tinham sido vítimas do tráfico luso-brasileiro, uma vez libertos passaram a ocupar vários postos na hierarquia do mesmo negócio, e não apenas nas escalas mais inferiores. Só não os encontramos, ainda, na condição de capitães e donos de navios empregados na rota transatlântica. (...) Uma vantagem adicional para que os traficantes empregassem africanos era a maior resistência destes às doenças tropicais, muitas vezes letais, que infestavam a costa africana, em uns mais que noutros lugares, e