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Mostrando postagens de 2024

Seleta: O Rappa

A “Seleta: O Rappa” destaca as 68 músicas que mais gosto da banda carioca, presentes em 11 álbuns (os prediletos são “ Lado B Lado A ”, “ O Silêncio Q Precede O Esporro ”, “ Acústico Oficina Francisco Brennand ” e “ Rappa Mundi ”). Ouça no Spotify aqui Ouça no YouTube aqui Os 11 álbuns participantes desta Seleta 01) Me Deixa [Lado B Lado A, 1999] 02) Minha Alma (A Paz que Eu não Quero) [Lado B Lado A, 1999] 03) Pescador de Ilusões [Rappa Mundi, 1996] 04) Hey Joe (com Marcelo D2) [Rappa Mundi, 1996] 05) Maneiras (com Zeca Pagodinho) [O Silêncio Q Precede O Esporro, 2003] 06) Rodo Cotidiano [O Silêncio Q Precede O Esporro, 2003] 07) O Que Sobrou do Céu [Lado B Lado A, 1999] 08) Reza Vela [O Silêncio Q Precede O Esporro, 2003] 09) Lado B Lado A [Lado B Lado A, 1999] 10) Vapor Barato [Rappa Mundi, 1996] 11) Mar de Gente [O Silêncio Q Precede O Esporro, 2003] 12) Auto-Reverse [Nunca Tem Fim..., 2013] 13) Na Palma da Mão [Lado B Lado A, 1999] 14) Súplica Cearense [7 Vezes, 2

Dez poemas de Alex Simões no livro Minha terra tem ladeiras

“Porque não existem vítimas inocentes” Alex Simões Se Pasolini fosse vivo E morasse em Salvador na época em que o conheci, provavelmente me convidaria pra sair, não como a um poeta (pelo menos eu já rabiscava uns versos), mas como um menino da borgata Fazenda Grande do Retiro. Pasolini saía com meninos da borgata, como Nilo, que não saía comigo porque era meu amigo, mas igualmente gostava de meninos da borgata. Pasolini, meu amigo Nilo, e tantos outros amigos gostam de meninos de borgata, ragazzi di vitta , como fetiches de mercadoria, ícones da resistência à cultura pequeno-burguesa de um mundo capitalista & fascista que os criou; o que não justifica, absolutamente, o modo bárbaro com que ambos, Nilo e Pasolini, foram assassinados e menos ainda justificaria a negligência com que ambas as investigações foram conduzidas: um com a cabeça trespassada pelo pneu do próprio carro, o outro, enterrado no quintal do assassino com o pé de fora                                 [(na mesma fazen

Fifi #11 [Tempo]

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Seleta: Playlists Diversas

Imagem de wayhomestudio no Freepik Para curtir, escrever, meditar, transcender, trilhar o ambiente que o sentimento lhe pedir, a feitura da arte, a cadência de um pôr do sol, o xamego de um abraço, dirigir, criar, transar, cozinhar, mergulhar no íntimo, contemplar as cores do céu e o horizonte de cima de uma montanha, à beira da fogueira, dirigir ou pedalar à beira-mar, caminhar entre as árvores, respirar na mata, chorar, sofrer & sorrir durante a passagem da dor, construir a habitação mental para o equilíbrio, transpor fronteiras imaginárias e se sentir vivo & pulsante na existência, confira as 04 playlists diversas da Seleta , com músicas aleatórias que encantam o dia, as trilhas dos livros da maga Joan Didion e do escritor Tarcísio Buenas , e a trilha do filme que eu (ainda) não fiz. Entre 2017 e 2024 , selecionei 158 músicas prediletas, presentes em mais de 100 álbuns , de bandas como Radiohead , Audioslave , Sigur Rós , The Cure , Dire Straits , BaianaSystem , The Bea

Dez poemas de Wesley Correia no livro Secreta ilusão

Ikú Wesley Correia Para confundir a morte, será preciso desaterrar os espelhos, desdobrar-se em muitas faces de nada. Será preciso inventar uma língua com que convencê-la ir matar adiante. Também será preciso dançar com a morte: beber, cantar, alegrar-se em louvor de seu estandarte universal. Será preciso manipular a ferrugem da ilusão para confundir a morte, num fingir-se morto até que, sem interesse pela jazida carne viva, ela vá matar adiante. À morte, será preciso temê-la, mas de um modo que não a assuste, percebê-la, mas de um modo que não a provoque, fugir do ângulo de seu olho sem luz, o que já é morrer um pouco. E para lhe saciar o apetite voraz, será preciso contar com a tenacidade dos que desejam morrer, dos que urgem morrer. Para confundir a morte, será preciso vibrar na frequência do baixíssimo dó com que ela se anuncia. Será preciso, ainda, para confundir a morte, acessá-la por dentro de seu organismo pulsante, encarnar uma temporalidade ausente, atingir a transparência da

Fifi #12 [Adeus]

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Seleta: Israel Kamakawiwo'ole

A “ Seleta: Israel Kamakawiwo’ole ” destaca as 38 músicas que mais gosto do cantor e compositor havaiano Israel Kamakawiwo’ole , falecido em 1997, presentes em sete álbuns da sua discografia (os prediletos são “ Facing Future ” e “ E Ala Ē ”). Ouça no Spotify aqui Ouça no YouTube aqui Os 07 álbuns participantes desta Seleta 01) Over the Rainbow [Alone in IZ World, 2001] 02) Kamalani [E Ala Ē, 1995] 03) Kaulana Kawaihae [Facing Future, 1993] 04) Kaleohano [E Ala Ē, 1995] 05) White Sandy Beach of Hawaiʻi [Facing Future, 1993] 06) What a Wonderful World [Wonderful World, 2007] 07) Henehene Kou 'Aka [Facing Future, 1993] 08) Na Ka Pueo (Keyhole Hula) [N Dis Life, 1996] 09) Pili Me Ka'u Manu [Facing Future, 1993] 10) Lā 'Elima [Facing Future, 1993] 11) E Ku'u Morning Dew [IZ In Concert: The Man and His Music, 1998] 12) Hawai'i Aloha [IZ In Concert: The Man and His Music, 1998] 13) Ka Pua U'i [Facing Future, 1993] 14) Kūhiō Bay [Facing Future, 1993] 15

Seleta: Livros de Joan Didion

A Seleta de hoje destaca as 65 músicas presentes em 06 livros de ensaios e memórias  [“ O álbum branco ”, “ Rastejando até Belém ”, “ Noites azuis ”, “ Sul & Oeste ”, “ O ano do pensamento mágico ” e “ Vou te dizer o que penso ”] da escritora norte-americana Joan Didion (1934-2021), reunindo grandes artistas como Leonard Cohen , Israel Kamakawiwo'ole , Simon & Garfunkel , Bob Dylan , Marvin Gaye e Frank Sinatra , e bandas como The Doors , Eagles , The Jimi Hendrix Experience , Chicago , The Mamas & The Papas e The Byrds . Ouça no Spotify aqui [faltam 2 músicas] Ouça no YouTube aqui Os álbuns participantes desta Seleta 01) “Moon River” com Audrey Hepburn [“Rastejando até Belém”] 02) “Suzanne” com Leonard Cohen [“O álbum branco”] 03) “Over The Rainbow” com Israel Kamakawiwo'ole [“O ano do pensamento mágico”] 04) “Ev'ry Time We Say Goodbye” com Mabel Mercer [“O ano do pensamento mágico”] 05) “Hotel California” com Eagles [“Noites azuis”] 06) “Hey J

Dez poemas de Jovina Souza no livro Estampas do abismo

LXI Jovina Souza Nunca amei os homens com verdade, vinham no fim das festas, rejeitados, por necessidades. Apenas pegavam nos meus joelhos, afastavam e miravam minha buceta. Sequer um riso. Não falavam em beijos. Nunca amei os homens por inteiro. Eles chegavam como pedacinhos de quase nada. -------- XXIII Jovina Souza Agradecer ao tempo decorrido não me conforta. É insensato abraçar a morte, tornam-se áridos os fios da vida. Não abraço a pretensa vitória de estar viva. Não ignoro que morro a cada pedacinho do tempo vivido. Não há vitória sobre o tempo. Mesmo quando ele se vai lento, nos oferta em pequenas fatias a hora do passamento. -------- XLVII Jovina Souza Vejo o filme das mães sujas de sangue. Sangue vivo escorrendo dos seus braços igual ondas de um mar histórico de sofrer. Pregos cravados nas suas peles azeviches são tatuagens das suas vidas infelizes. Mães violadas nas bocas de seres brancos que levantam punhais e não se apiedam dos vencidos e limpam suas lâminas no cabelo dos

Joan Didion pelo olhar de Hilton Als

Joan Didion (foto: Brigitte Lacombe) Hilton Als (foto: Ali Smith) “Todos viemos de algum lugar. E o trabalho do artista é questionar os valores que fizeram parte da construção desse lugar. O que você também vai perceber na não ficção de Didion é como sua célebre clareza se torna ainda mais afiada quando a inquietação provoca fricções no banal, ou quando ela está na presença de corpos indefensáveis” “Uma das formas pelas quais as crianças se apegam à beirada do mundo é pensando que estão no centro dele. Na Califórnia ou em qualquer lugar. Ao crescer, você inevitavelmente começa a ver que a distância entre a terra firme que você pisa e a escarpa da beirada do mundo é na verdade bastante curta, e que você e outras pessoas, sem falar nos seus pais, são doidos e solitários, porque todos somos.” “(...) Repetidas vezes ao longo da carreira, Didion lutou com a ideia, e com a realidade, do que compõe o status quo , do que constitui a tradição e como o ‘bad boy’ forasteiro ou o evento imprevisto