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Mostrando postagens de novembro, 2021

Todas as cartas, de Clarice Lispector

Clarice Lispector Descrição extraída do site da Rocco , editora do livro: “ Todas as cartas reúne correspondências escritas por Clarice Lispector ao longo de sua vida. A seleção de cartas, das quais cerca demeia centena é inédita para o público, configura um acervo fundamental para compreender a trajetória literária da escritora. Ponto alto de Todas as cartas , o conjunto de correspondências inéditas endereçadas aos amigos escritores tem entre os destinatários João Cabral de Melo Neto , Rubem Braga , Lêdo Ivo , Otto Lara Resende , Paulo Mendes Campos , Nélida Piñon , Lygia Fagundes Telles , Natércia Freire e Mário de Andrade . As correspondências foram organizadas por décadas – dos anos 1940 a 1970 – e contam com notas da biógrafa Teresa Montero , que contextualizam o material no tempo, no espaço e nas inúmeras citações a personalidades e referências culturais. “ Todas as cartas ” (Rocco, 2020) Clarice Lispector Com grande material inédito, o volume resultou de longa pesquisa reali

Vinte e cinco passagens de Renato Russo no livro “Renato Russo de A a Z — As ideias do líder da Legião Urbana”

“Estou num momento complicado, difícil, mas estou sereno. A dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional.” “(...) A gente se esquece de que, até pouco tempo atrás, dependendo das ideias que seu pai tivesse, seu irmão, seu namorado, ia bater gente na sua casa, eles iam pegar essa pessoa, e você nunca mais ia saber o que tinha acontecido com essa pessoa. E ficou por isso mesmo, e não se fala nisso. É uma coisa muito perigosa, eu acho, a ideia: ‘Não, a gente era feliz naquela época’. Gente, eu não me lembro de ser feliz naquela época não! Fazer redação dizendo que o presidente é maravilhoso, quando, muito tempo depois, a gente descobre que as pessoas estão sendo mortas, em nome de uma grande coisa que não se sabe o que é. Eu acho isso péssimo. E a música [‘1965 (Duas Tribos)’] é sobre isso. A música fala especificamente de tortura, e fala dessa ideia toda de o Brasil ser o país do futuro. É sobre como seria legal se a gente encaminhasse o Brasil para ser um lance legal, porque chega de s

Cinco poemas e três trechos de Ricardo Aleixo no livro Pesado demais para a ventania

Ricardo Aleixo (foto: Rafael Motta) Loa para um dia a mais Ricardo Aleixo 1. sem poder quebrar a pedra a água esculpe na pedra o que há de pedra esquecido no seu quem próprio de água 2. sem poder deter a água a pedra enfim reconhece no gesto lento e constante da água seu quem de pedra -------- Com o Espírito das Coisas dentro Ricardo Aleixo Piedade criou o griot,            e é por ela que ele ainda vive. Fez-se homem o Espírito das Coisas               e desatou a falar uma língua linguagem estranha. Tomado por louco, foi lançado ao mar,              onde um peixe o apanhou e o comeu e, depois de comê-lo, foi, por seu turno, pescado              por um pescador, que o comeu com o Espírito das Coisas dentro,               e este falou através de sua boca a mesma língua linguagem estranha do começo. Tomado por louco, o pescador foi              apedrejado e enterrado numa vala. O vento do deserto descobriu              a vala e, lentamente, espalhou restos do pescador sobre um caçador,

oroboro baobá finalista do Prêmio São Paulo de Literatura 2021

O romance “ oroboro baobá ” (Penalux, 2020), de Emmanuel Mirdad , é um dos onze finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura 2021 , na categoria “ Melhor romance de estreia ” (foram 93 concorrentes). Anúncio aqui Sobre o livro aqui Compre o romance aqui Anúncio no Diário Oficial de SP aqui

Seleta: 90 melhores músicas da série Música para Escrever 2017

Em 2017 , a série Música para Escrever divulgou 104 discos (entre álbuns, EPs e um single) de 50 bandas e artistas de 26 países (confira neste post aqui ), com os melhores sons de post-rock, a alumiar a mente e transcender em palavras. Confira a Seleta com as 90 melhores músicas : Ouça no Spotify aqui [faltam 10 músicas]* Ouça no YouTube  aqui  [faltam 1 música da 417.3 e 1 do Wren] 01) A Mountain and a Tree [Imploding Stars] 02) Beyond Styx Pt 1 [hubris.] 03) The Giving Tree [If These Trees Could Talk] 04) Silent State Optimizer [Leech] 05) Jura [pg.lost] 06) Saturday night matadors [Baulta] 07) Holding Rivers [Oh Hiroshima] 08) Heading Home [Astralia] 09) Your Hand In Mine [Explosions in the Sky] 10) We Belong in a Movie [Molecules to Minds] 11) Victory [Paint The Sky Red] 12) Drones [Oh Hiroshima] 13) A Gallant Gentleman [We Lost The Sea] 14) Ekki múkk [Sigur Rós] 15) Cold Front [Hammock] 16) Scotland's Shame [Mogwai] 17) Bosses Hang, Pt. I [Godspeed You!

Dez passagens de Clarice Lispector nas cartas dos anos 1960-1970

Clarice Lispector (foto daqui ) “(...) apesar do grande respeito que tenho pela Academia [Brasileira de Letras], eu jamais aceitaria entrar nela.” “(...) Creio que ao escrever se entende o mundo um pouco mais que quando não se escreve. É uma lucidez meio nebulosa porque a gente não tem direito consciência dela. Assim, eu sempre começo tudo como se fosse pelo meio. Deus me livre de começar a escrever um livro da primeira linha. Eu vou juntando as notas. E depois vejo que tem uma conexão com as outras, e aí descubro que o livro já está pelo meio (...) Sou uma mulher que sofre, como todas as pessoas do mundo, as mesmas dores e os mesmos anseios. (...) Eu nunca pretendi assumir atitude de superintelectual. Eu nunca pretendi assumir atitude nenhuma. Levo uma vida muito corriqueira. Crio meus filhos. Cuido da casa. Gosto de ver meus amigos, o resto é mito. (...) A crítica, quase sempre, confunde as coisas, e acaba interpretando ao contrário o que, na verdade, quero dizer. Por esta razão, nun

Dez passagens de Julliany Mucury na biografia Renato, o Russo

Julliany Mucury (foto: Tainá Frota) “Fiz a leitura crítica de 29 (vinte e nove) letras de canção de autoria exclusiva de Renato, como memórias-presentes, registro de um tempo fluido, crítico, no embalo da mudança da década de 1980 para a de 1990, levando em conta seu projeto poético de criação, no qual é possível perceber a relevância literária de suas canções. É um relato poético-musical que traça um perfil, não só dele, mas de toda uma geração. O coração da minha pesquisa compreende, assim, uma amostra das letras compostas exclusivamente por Renato para a Legião Urbana, que servem para comprovar se o cancionista foi ‘antena da raça’, expressão de Ezra Pound, capaz de traduzir para a linguagem das letras das canções o pensamento e o sentimento de uma juventude vivente no pós-regime militar, que precisou reaprender a pensar o mundo, procurando outras formas artísticas para se expressar. (...) O legado artístico de Manfredini Jr. ensina mais sobre aceitação e consciência do que sobre en

Dez passagens de Clarice Lispector nas cartas dos anos 1950 (parte 2)

Clarice Lispector (foto daqui ) “(...) A verdade é que a pessoa só faz o que quer, mesmo quando o que quer vem contrariar seus próprios interesses mais profundos.” “(...) Você está precisando falar. De dizer. Sei que é difícil porque não é fácil encontrar uma pessoa que ouça, sem que, por ter laços de emoção, se envolva e, com isso, termine prejudicando a própria pessoa que fala. (...) Peço a você que não recuse a ajuda que existe no mundo — a ajuda de uma pessoa a outra. A ajuda de ouvidos inteligentes. (...) Sei que santo de casa não faz milagre, e que minha experiência não chega a ter valor para você por se tratar de minha experiência (não há nada de ofensivo para mim nisso, isso acontece de um modo geral com todos). (...) Sei que sua atitude é em geral negativa quanto a médicos; por motivos que desconheço, você não tem muita fé na natureza humana e na bondade dos outros. Mas pense no assunto de um modo positivo. Pense que ninguém é uma fortaleza, que nós todos somos apenas humanos