Nota sobre o romance “oroboro baobá” (Penalux, 2020), de Emmanuel Mirdad, publicada no Rascunho #252, de abril de 2021, disponível para leitura no site do jornal.
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[ “Ontem é hoje. Amanhã é hoje. Tudo o que nos forma é hoje.” A partir dessa premissa, o primeiro romance do autor baiano parece trazer a ideia de movimento como protagonista — por mais que inúmeros personagens também habitem esta obra — que teve 20 versões e foi finalista dos prêmios Sesc e Cepe de 2017. Apoiando-se no realismo fantástico, em uma narrativa fragmentada e de cortes rápidos, Mirdad elabora um universo ficcional em que a costa africana e as cidades interioranas da Bahia se conectam, com figuras como um goleiro que faz defesas sobrenaturais, um artilheiro que é chefe do tráfico e uma jovem negra que tem visões com entidades. Nessa miríade de narrativas, o criador e coordenador geral da Flica (Festa Literária Internacional de Cachoeira) acaba explorando questões que acompanham os homens desde os primórdios, como as guerras por território e as tensas narrativas e relações sociais baseadas em micropoderes, no que se insinuam críticas à elite de um país desigual e o sofrido desenvolvimento da nação. ] Rascunho, abril de 2021.
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