“Merci” é o 16º álbum da carreira do cantor Alpha Blondy, e foi lançado em 2002, 20 anos depois do seu álbum de estreia, “Jah Glory” (1982). Assim como o hoje cultuado Tiken Jah Fakoly, Alpha é natural do país africano Costa do Marfim, e é um dos principais ícones do reggae mundial em atividade, como o jamaicano Burning Spear.
Habitué dos festivais de reggae em Salvador (tanto que compôs uma música chamada “Bahia” para homenagear os fãs baianos, lançada no ótimo álbum “Jah Victory” de 2007), Alpha Blondy, segundo o site Surforeggae, é “saudado como verdadeiro sucessor de Bob Marley tanto quanto pela sua música e suas mensagens de paz e unidade”. Com uma pegada rocker peculiar, Alpha canta em francês, inglês, hebreu, árabe e dioula, seu idioma nativo. Suas músicas são sempre mensagens políticas e de paz, saudando os preceitos do rastafarianismo.
Em “Merci”, que relembro aqui 10 anos após seu lançamento, Alpha Blondy acerta a mão após dois álbuns muito fracos (“Elohim” de 1999 e “Yitzhak Rabim” de 1998) e um ao vivo (“Blondy Paris Bercy” de 2001) que não chegou, nem de longe, aos pés do clássico “Live au Zenith” de 1993. Alpha tornou-se ícone do reggae com os referenciais álbuns “Masada” (1992) e “Jerusalem” (1986) – este, gravado com a maior banda de reggae de todos os tempos, The Wailers, do rei Bob Marley, além do incrível “Apartheid is Nazism” (1985) e o roqueiro “Grand Bassam Zion Rock” (1996).
De “Merci”, destaco as músicas “Souroukou Logo”, “Ato Afri Loué”, “Si On M'avait Dit”, “Quitte Dans Ça” e “Zoukéfiez-Moi Ça”, e principalmente “God Bless Africa” que, pra mim, entra fácil no top 10 do grande Alpha Blondy.
No primeiro dia de janeiro de 2013, Alpha Blondy fará 60 anos. Eu, que considero o reggae o estilo musical que mais apreço, tenho o cantor marfinense no meu panteão sagrado, ao lado de Bob Marley & The Wailers, Peter Tosh, Burning Spear e Gregory Isaacs. Além disso, para torná-lo mais caro ainda, era o cantor de reggae preferido de meu saudoso pai (da minha mãe também), e sempre quando colocava suas músicas pra tocar em casa, os velhinhos paravam tudo pra dançar em alta, celebrando a positividade da vibração rasta. Jah!
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