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Livro O grito do mar na noite (2015), de Emmanuel Mirdad


“O grito do mar na noite”
(Via Litterarum, 2015)
Emmanuel Mirdad
ISBN: 978-85-81510-97-2
10 contos | 172 pg

O grito do mar na noite” apresenta “um agudo painel das relações humanas, sobretudo afetivas, nas quais homens e mulheres expõem suas fraquezas ante a banalidade da vida e do tempo”, segundo o escritor Márcio Matos, que assina a orelha. Para o escritor Mayrant Gallo, que assina o posfácio, Emmanuel Mirdad realiza, em seus 10 contos, “um feito altamente elogiável: trabalhar com tipos, sem meramente repeti-los, revitalizando-os, inclusive. Acompanhamos, com igual interesse, tanto o infortúnio do homem de terceira idade, do menino doente, do sujeito infeliz em seus relacionamentos amorosos, da mulher assexuada, quanto o dos mulherengos contemporâneos”.

O conto que abre o livro é “Chá de boldo”, sobre o abandono do idoso pela própria família. “Sol de abril” apresenta a bela e triste história de Lourdes, a sanfoneira caolha, uma homenagem à canção Assum Preto, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. “Assexuada” traz o dilema de Monique, a mulher que nunca gozou e não se importa, mas quer vivenciar o amor – sem sexo, é possível? Em “O banquete”, “racismo, imigração ilegal, preconceito social e racial, além de heroísmo efêmero, tão a gosto do jornalismo televisivo, funcionam como uma espécie de painel difuso do nosso mundo cotidiano, tão caótico”, revela Mayrant Gallo, que se divertiu com as desventuras amorosas do “autodestrutível Casanova às avessas” Pedro Henrique, no conto “Receba”, em que o protagonista, “muito embora consciente de seus quase êxitos, e especialmente de seus fracassos, mantém a linha, segue em frente e volta a se aventurar, como o boxeador tonto de Chaplin”.

O título da obra é um anagrama para os livros “O grito da perdiz” (1983), “Mar de Azov” (1986) e “Noites Vivas” (1972), de Hélio Pólvora, uma das principais referências literárias de Mirdad, que é fã do estilo primoroso do escritor baiano, morto aos 86 anos em março passado, e selecionou dez trechos da obra do mestre para abrir os contos de “O grito do mar na noite”, dedicando-o a obra. Na capa, a bela fotografia de uma embarcação à noite de Theu Cerqueira.

Matéria no jornal Correio aqui

Matéria no jornal A Tarde aqui

Matéria no site G1 Bahia aqui

Entrevista no programa de TV Soterópolis aqui

Entrevista na rádio CBN Salvador aqui

Crítica de Silvério Duque aqui

Crítica da revista Trupe aqui

Crítica no jornal Rascunho aqui

Crítica no site do Rascunho aqui

Entrevista no blog CultVerso aqui

Comentário de Carlos Barbosa aqui

Release aqui

Fotos do lançamento aqui

Orelha de Márcio Matos aqui

Posfácio de Mayrant Gallo aqui

Epígrafe e Dedicatória aqui

Origem do título aqui

Índice com sinopse:

Chá de boldo
Um bisavô é abandonado pela filha e tem de viver em um asilo contra sua vontade, até que ele tem a chance de retribuir a covardia.

Sol de abril
A história da cabocla Lourdes, a sanfoneira caolha, uma homenagem para a canção Assum preto, de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga.

O banquete
O opressor que é oprimido e o oprimido que pratica a opressão, que devoram e são devorados num ritmo cinematográfico de um farto banquete.

Receba
A saga de Pedro Henrique, um autodestrutível Casanova às avessas, que recebe uma série tragicômica de foras de mulheres.

“Aqui se paga”
Um menino sofre de câncer e é maltratado pela babá. Porém, se aqui, em vida, você faz, às vezes, com a vida, você paga.

“No palheiro”
A descartabilidade das relações afetivas e seus inúmeros desencontros.

“Não escaparás”
Criança, jovem, velho. Todos estão se movendo ao irremediável encontro com o gume do fim.

Assexuada
Monique, a mulher que nunca gozou e não se importa.

“Bonecas”
A transformação de um putão bombado, que se encanta e deseja um travesti.

“Quase onze dias”
O livro de alguns dias escorrendo a vida formada por efemérides inúteis e a rotina ordinária.

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