Bloco 01 (Raízes e Ser Rastafári)
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Bloco 02 (Nova Flor e Distorções da Bahia)
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Bloco 03 (Cenário Reggae e Poesia)
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Bloco 04 (Retorno à África e Espiritualidade)
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Programa #07
Ras Sidney Rocha
Ativista e Músico.
Taurino, natural de Salvador, de maio de 1968, é formado em Teologia e ativista do Movimento Rastafári da Bahia desde 1985, sendo o atual diretor da Associação Cultural Nova Flor, que funciona em Salvador há quatro anos, e é voltada à consolidação do Movimento Rastafári enquanto movimento sócio-cultural, político, filosófico e espiritual.
Ras Sidney Rocha também é músico percussionista e compositor, fundador da banda Kebra Nagast, na ativa desde 2004, mas sua ligação com o reggae tem mais de 20 anos. Escritor e poeta, possui um livro de poemas em via de publicação, intitulado Infinito, que vai sair, de forma independente, até o final de 2009. Por fim, o multi-rasta de Rocha ainda é artesão, especializado em produtos derivados do coco, de colares até porta-jóias, que estão disponíveis só por encomenda, o que lhe rendeu, entre outras coisas, um intercâmbio cultural na França e na Suíça em 2003.
Sidney Rocha indica para ouvir Bob Marley, Peter Tosh, Ijahman, Burning Spear, Jacob Miller, Márcia Griffiths, Rita Marley; ler a Bíblia; assistir O Nome da Rosa, de Jean-Jacques Annaud; e contemplar a vida, a natureza, a nós próprios, a Jah, o criador.
“Eu sou servo de Jah, o Altíssimo, voltado para as coisas do Alto, tentando manifestá-las aqui no mundo”.
“Almejo um mundo mais justo, uma sociedade igualitária e fraterna”.
“Então, Marcus Garvey tem uma frase muito importante: ‘O homem que não conhece o seu passado, sua cultura e sua história é como uma árvore sem raízes’. Infelizmente a maioria das pessoas daqui na Bahia, que são afro-descendentes, por diversos motivos, não conhecem a sua história; por conta disso, discriminam o rasta. Mas esse processo está sendo desmistificado”.
“A gente está muito tranqüilo a cerca dessas pressões, discriminações, até porque as projeções que geralmente as pessoas fazem, é atribuir aos outros seus próprios desejos e sentimentos. Então, o problema não está com a gente, e sim em quem nos discrimina. Mas nos sentimos na obrigação de desmistificar essas coisas, para que tenhamos uma sociedade mais igualitária e justa, e conseqüentemente, uma sociedade onde reine a paz”.
“Infelizmente aqui acontece muita caricatura. Pessoas que tem os cabelos grandes absorvem a denominação de rasta, quando não tem nada a ver com o movimento. Isso tem influenciado de forma muito negativa. E o Rastafári não está só na questão estética”.
“Para mim, a melhor maneira de se conhecer um rasta, é pelas suas ações”.
“É interessante nos concentramos e adentrarmos aos conceitos históricos. As pessoas não esquecem de ressaltar a nobreza da rainha da Inglaterra, por exemplo. Mas quando se trata de um rei etíope, negro, pouco se fala, ou quando se fala, é de maneira pejorativa. Então, é interessante sim ressaltar todos esses títulos, essa linhagem, porque as coisas não acontecessem por acaso”.
“Hailé Selassié é um atributo divino, o poder da Santa Trindade. Aí está uma das grandes confusões. Muitas pessoas vêem Tafari Makonnen como um Deus. E ele sempre disse que não era. Mas ele tinha uma porção divina dentro dele, o poder da Santa Trindade. Como eu tenho, como todos que acreditam em Yeshua. E isso é questão de fé, deve ser respeitado”.
“A minha verdade está me renovando a cada instante”.
“Na maioria das vezes as pessoas vivem muito na superficialidade, baseada no ter. Nós rastas buscamos a nossa essência, ou seja, o ser. Mas isso não quer dizer que não tenhamos. O Movimento Rastafári não faz uma apologia à auto-comiseração, ao contrário do que muita gente fala. E é interessante possuirmos as coisas, e não sermos possuídos por elas”.
“Nós (Associação Cultural Nova Flor) temos um calendário anual, o Reggae em Movimento, composto por: Seminário Mulher em Foco (março), Seminário África Mãe (março), Seminário Um Povo, Uma Luta, Um Destino (agosto), Seminário Rastafári e Consciência Social (dezembro) e Seminário Música Reggae, Veículo de Transformação Social (flexível), além da Biblioteca Marcus Garvey e diversos cursos em fase implantação. Ou seja, temos uma estrutura que proporcionam uma transformação social”.
“O principal inimigo a vencer são os inimigos internos. E a paz só vem a partir de uma percepção interior e espiritual que transcende a tudo”.
“Não basta só falar, nós temos que praticar”.
“O que eu percebo aqui em Salvador é que as pessoas tentam desvencilhar a música reggae do Movimento Rastafári. Não vão conseguir. Há muitos anos que esta tentativa é explícita; os meios de comunicação, salvo exceções, colocam o reggae como se fosse uma coisa solta, como se não tivesse um fundamento”.
“Eu não posso negar o fato que ocorre, não só na Bahia, que a música reggae tem sido tocada com pouca responsabilidade. A maioria dos grupos só toca reggae. É diferente de um grupo rasta, que vive o reggae”.
“Salvo algumas exceções, é incrível: todos os estilos musicais tocam nas rádios, mas o reggae não toca. Quando toca, é nos programas especiais. Então, tem alguma coisa errada, em uma cidade com uma população imensa de afro-descendentes, que tem um público altamente consumidor da música reggae”.
“Alguma coisa tá desarmonizada com essa dita pretensão de que a música reggae vai bem na Bahia. Que bem é esse, que só existem determinados grupos que são colocados em evidência? A gente percebe nitidamente que não é dispensado o mesmo tratamento pra quem faz o reggae mais compromissado com a questão política, social, cultural e espiritual, e outras pessoas que fazem o reggae light”.
“O lugar da minha poesia começa na influência da galera do movimento dos Poetas da Praça. E a minha função é tentar captar as coisas que acontecem na vida e transformá-las em poesia”.
“A África está dentro de cada um de nós. E o mais importante é você estar cônscio de quem você é, de onde você veio”.
“Às vezes eu ouço determinadas citações de África como se fosse apenas um país. A especificidade e diversidade da África é uma coisa incomensurável. E é uma irresponsabilidade muito grande querer falar de África como se fosse uma coisa homogênea, o que não é”.
“Religião é composta, na maioria das vezes, de alguns elementos como: símbolos, a(s) divindade(s), os rituais, as doutrinas ou leis divinas. Ou seja, se a gente analisar, na essência da coisa, Rastafári tem tudo isso, como os símbolos Leão Conquistador da Tribo de Judá e Estrela de Davi, a forma de cultuar do Nyabinghi, a divindade Jah, Hailé Selassié, dentre outros elementos. Rastafári é religião, porque religião é vida”.
- Sobre a afirmação de André Setaro, no K7#06, de que ‘o homem, que passa por um sofrimento, se engrandece’: “Acho que é normal, faz parte do processo de vida do ser humano. E as pessoas que forem sábias, passarão por esses momentos adversos e realmente virão a crescer, a dar bons frutos”.
“Há muita coisa que se fazer, porque tudo se renova a cada instante”.
“Cada um viaja da maneira que achar mais interessante. Eu gosto de viajar de avião, que é mais rápido. Outro viaja de navio, outro de bicicleta, e é cada um na sua viagem”.
“O movimento ou religião Rastafári é uma coisa muito simples, ao mesmo tempo complexa”.
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Onde encontrar Ras Sidney Rocha:
www.myspace.com/kebranagastreggaemusic e www.nova-flor.blogspot.com
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Escute a banda Kebra Nagast, com a música de mesmo nome:
www.4shared.com/file/110566194/22bf9a65/PodcastK707_KebraNagast_KebraNagast.html
- download free autorizado, exclusivo -
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Ficha Técnica Podcast K7 #07
Gravado em 05.06.2009, Salvador-Ba.
Direção, produção, entrevista, gravação, edição, montagem, vinhetas e locução: Emmanuel Mirdad.
Trilha sonora: PsiK7 Experiênça 01 a 04, Mirdad - PsiK7 I (2009).
Trilha das aberturas e vinhetas: Lost Mails, The Orange Poem - Psicodelia (2008).
Fotos: 01 - Divulgação; 02 e 03 - Mirdad.
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