foto: Ricardo Prado
"...
Assim se apresentava a vida:
cheia de vontade de se ramificar.
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O olho daquele pingo de chuva que vem caindo
revela a minha convicção: acredito no dilúvio
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Eu preciso de um espelho:
olhar no fundo dos olhos
e ver bem dentro de mim:
quero beijar minha sombra,
os mitos vestem meu nome
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No seio da chã da caatinga
a água é sêmen e fertiliza
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Enquanto meus irmãos dissecam cadáveres,
eu, que louvo a natureza, disseco árvores
e me torno, cada vez mais, um cadáver,
e continuo escrevendo meu próprio epitáfio
..."
Trechos dos poemas, na ordem deste post, Evangelho, Dilúvio, A Sagração do Mito, Elementos e Serenata dos Pardais, de José Inácio Vieira de Melo, publicados no livro A Infância do Centauro, Escrituras (2007).
www.jivmcavaleirodefogo.blogspot.com
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