Pular para o conteúdo principal

40 anos sem Jimi Hendrix


foto: Elliott Landy


Minha tríade sagrada da guitarra no rock é feita por David Gilmour, Jimmy Page e o eterno Jimi Hendrix. Todos os três sempre foram mestres no uso da distorção, mas ninguém sujou melhor uma nota que o purpleman dos infernos.

Sujar a nota é uma técnica de difícil execução; a fronteira entre o erro e a arte é uma linha minúscula, quase imperceptível ao ouvido comum. Mas Hendrix era um mestre único, com um bend avassalador e soluções inesperadas, puramente viscerais, para solos com altíssimo grau de sensibilidade. Arrisco dizer que ele estava além da técnica. Era um dos raríssimos artistas que de fato vivenciou e expeliu toda a agressividade, inconformação e valentia que faz do rock clássico, original, uma manifestação essencialmente libertadora.

Muito obrigado, mestre Jimi Hendrix. E obrigado por ter influenciado tanta gente, como o Zanom, um excelente guitarrista essencialmente "hendrixiano", com quem pude ter o prazer de tocar na The Orange Poem. Só quem tocou com um discípulo deste sabe o quanto isso engrandece o som!

Segue abaixo a canção Foxey Lady, uma das minhas prediletas, que fazia parte do repertório laranja, e que me proporcionou momentos inesquecíveis de muita maluquice nos palcos em que passamos.

---

Jimi Hendrix - Foxey Lady [Live 1970]


.

Comentários

Zanom. disse…
Gênio da guitarra, sem dúvidas. Simplesmente por ser sobretudo musical e original como nenhum outro sequer chegou perto. Hendrix foi o maior de todos - Não apenas por tocar fogo ou quebrar instrumentos - Basta ouvir os arranjos maravilhosos de suas canções...
Minêu disse…
Eu já fui apresentado ao David Gilmour.

Postagens mais visitadas deste blog

Seleta: R.E.M.

Foto: Chris Bilheimer A “ Seleta: R.E.M. ” destaca as 110 músicas que mais gosto da banda norte-americana presentes em 15 álbuns da sua discografia (os prediletos são “ Out of Time ”, “ Reveal ”, “ Automatic for the People ”, “ Up ” e “ Monster ”). Ouça no Spotify aqui Ouça no YouTube aqui Os 15 álbuns participantes desta Seleta 01) Losing My Religion [Out of Time, 1991] 02) I'll Take the Rain [Reveal, 2001] 03) Daysleeper [Up, 1998] 04) Imitation of Life [Reveal, 2001] 05) Half a World Away [Out of Time, 1991] 06) Everybody Hurts [Automatic for the People, 1992] 07) Country Feedback [Out of Time, 1991] 08) Strange Currencies [Monster, 1994] 09) All the Way to Reno (You're Gonna Be a Star) [Reveal, 2001] 10) Bittersweet Me [New Adventures in Hi-Fi, 1996] 11) Texarkana [Out of Time, 1991] 12) The One I Love [Document, 1987] 13) So. Central Rain (I'm Sorry) [Reckoning, 1984] 14) Swan Swan H [Lifes Rich Pageant, 1986] 15) Drive [Automatic for the People, 1992]...

Flikids 2024

A Flikids é uma festa dedicada ao universo da criança, que surge para valorizar e destacar a literatura infantil, produzida por adultos e autores mirins, bem como outros artistas que trabalham a interseção das artes com a literatura, para promover espetáculos infantis e oficinas que estimulem a formação de novos leitores e o hábito da leitura como lazer e afinidade entre os membros da família. Nos eventos literários pelo país, geralmente a programação para crianças é apresentada como uma das partes dos eventos, alternativa. Já a Flikids é exclusiva para esse público: destaca a produção da literatura infantil nos seus vários formatos e temas, como programação principal. A 1 ª edição da Flikids acontece em 19 e 20 de outubro na Caixa Cultural Salvador , patrocinada pela Caixa e Governo Federal , com a realização da Bahia Eventos e  Mirdad Cultura , coordenação geral de Emmanuel Mirdad e curadoria de Emília Nuñez e Ananda Luz . As curadoras comentam a programação  aqui ...

Oito passagens de Conceição Evaristo no livro de contos Olhos d'água

Conceição Evaristo (Foto: Mariana Evaristo) "Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda contemplou-se no espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar da sua face, viu a da outra. Do outro lado, como se verdade fosse, o nítido rosto da amiga surgiu para afirmar a força de um amor entre duas iguais. Mulheres, ambas se pareciam. Altas, negras e com dezenas de dreads a lhes enfeitar a cabeça. Ambas aves fêmeas, ousadas mergulhadoras na própria profundeza. E a cada vez que uma mergulhava na outra, o suave encontro de suas fendas-mulheres engravidava as duas de prazer. E o que parecia pouco, muito se tornava. O que finito era, se eternizava. E um leve e fugaz beijo na face, sombra rasurada de uma asa amarela de borboleta, se tornava uma certeza, uma presença incrustada nos poros da pele e da memória." "Tantos foram os amores na vida de Luamanda, que sempre um chamava mais um. Aconteceu também a paixão...