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Todas as crônicas, de Clarice Lispector


Todas as crônicas”, de Clarice Lispector, foi lançado pela editora Rocco em 2018. Trechos do release:

“Os textos publicados no Jornal do Brasil de 1967 a 1973 têm a marca da subjetividade. Logo em sua primeira colaboração dos sábados no ‘Caderno B’, a autora rompe a tradição da crônica corrida, ocupando a página com vários textos curtos. Um deles anotava: ‘Olhar-se no espelho e dizer-se deslumbrada: como sou misteriosa. Sou tão delicada e forte. E a curva dos lábios manteve a inocência. Não há homem ou mulher que por acaso não se tenha olhado ao espelho e se surpreendido consigo próprio.’ Inaugurava-se ali uma nova da relação do escritor com a mídia impressa. Ao folhetim, à crítica, ao ensaio e à crônica como a conhecíamos até então, a escritora acrescentava uma dimensão pessoal única, cuja riqueza literária até hoje não foi igualada pelas gerações seguintes”.

Clarice Lispector, sabiamente, aproveitou o espaço para fazer quase um diário íntimo, falando dos filhos, da casa, das empregadas, do Rio, do seu passado, dos lugares por onde andou e andava, dos amigos, dos bichos, de arte em geral, respondendo (às vezes de forma desaforada) aos leitores que lhe mandavam cartas”.

“‘Todas as crônicas’ permite uma apreciação completa da atividade da autora como cronista, apresentando 120 textos inéditos em livro. A obra está dividida em três partes: a primeira corresponde ao período do Jornal do Brasil, contendo material que não havia sido publicado na coletânea ‘A descoberta do mundo’; a segunda engloba as colaborações com outros veículos de imprensa; a terceira recupera esparsos do livro ‘Não esquecer’”.


1967
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“O inalcançável é sempre azul”

1968 [parte 1]
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“A verdade do mundo é impalpável”

1968 [parte 2]
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“Sou tão misteriosa que não me entendo”

1969 [parte 1]
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“Agora eu conheço esse grande susto de estar viva, tendo como único amparo exatamente o desamparo de estar viva”

1969 [parte 2]
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“Quero que os outros compreendam o que jamais entenderei”

1970
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“O que é mais fácil de se fazer? Existir, depois que passa o medo”

1971
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“Quem se recusa à visão de um bicho está com medo de si próprio”

1972-1973
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“Vida é vida, e não adianta fugir: quando a gente foge, ela corre atrás. É melhor ir ao encontro dela”


Todos os trechos presentes no livro “Todas as crônicas” (Rocco, 2018), de Clarice Lispector.

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