Bloco 01 (Poesia e Alumbramento)
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Bloco 02 (Credibilidade e Curador)
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Bloco 03 (Sertão e Família)
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Bloco 04 (Projetos e Indicações)
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Programa #05
José Inácio Vieira de Melo
Poeta e Jornalista.
Ariano, natural do povoado de Olho d’Água do Pai Mané, cidade de Dois Riachos (AL), de 1968, radicado na Bahia há mais de 20 anos. É formado em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia. Possui quatro livros publicados: Códigos do Silêncio (2000), Decifração de Abismos (2002), A Terceira Romaria (2005) e A Infância do Centauro (2007), este editado pela Escrituras Editora, de São Paulo. Publicou também o livrete Luzeiro (2003) e o CD de poemas A Casa dos Meus Quarenta Anos (2008). Além disso, organizou o Concerto lírico a quinze vozes – Uma coletânea de novos poetas da Bahia (2004), participou de antologias, e os seus poemas têm sido publicados em vários jornais, revistas e sites do Brasil e do exterior. Sua poesia tem sido destacada por nomes importantes da literatura brasileira contemporânea, como Gerardo Mello Mourão, Hélio Pólvora, Hildeberto Barbosa Filho, Lêdo Ivo, Ruy Espinheira Filho, Sânzio de Azevedo e Moacyr Scliar.
Também é co-editor da revista de arte, crítica e literatura Iararana e colunista da revista Cronópios. Atualmente reside em Jequié (desde 2006), e lá coordena o projeto Travessia das Palavras. Foi coordenador do projeto Poesia na Boca da Noite, em Salvador, que durou de 2004 a 2007, agitando as noites culturais da cidade com apresentações dos mais variados poetas. Recentemente fez a curadoria e coordenou a Praça de Cordel e Poesia na 9ª Bienal do Livro da Bahia (2009). Além disso, é curador do projeto Uma Prosa Sobre Versos, em Maracás.
JIVM indica para ouvir Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti; ler o romance Galiléia, do autor cearense Ronaldo Correia de Brito; assistir o recém-lançado filme Divã; e contemplar as estrelas, a beleza feminina e do ser humano, ler poesia e contemplá-la dentro de si.
“Eu sou um pastor de nuvens e de versos, que faz poesia e contempla o universo de uma maneira diferenciada, a frequentar as esferas do delírio”.
“Almejo passar pela vida, viver a minha poesia e tentar levar esta força poética, que me movimenta na vida, para as pessoas”.
“Nós somos os únicos animais que temos a consciência da nossa finitude, e isso não é nada agradável. E ter a consciência de estar no mundo é mais doloroso ainda. E as coisas não têm sentido algum. Então, você tem que dar um sentido a tudo isso”.
“As pessoas estão com o olhar preso às vitrines”.
“A minha poesia pretende chegar às pessoas, mas é necessário que elas tenham um tempo para a poesia também, percebam a sua existência”.
“Até o serial killer é um poeta. Ele está codificando, quer passar para as pessoas uma codificação estética, uma loucura dessa natureza. E para você perceber isso, até nessa coisa terrível, é necessário que haja sensibilidade para isso”.
“O tempo todo vivo tentando dar sentido à existência. E só encontro este sustentáculo dentro da minha arte”.
“Quanto a esta questão de ser um ícone, nunca passou pela minha cabeça. Tenho consciência de que a minha poesia tem um alcance, mas se isso vai perpassar para as demais gerações, não cabe a mim; só o tempo - este sim, o julgador infalível”.
“Eu como o agenciador das políticas culturais, como o elemento aglutinador, como a pessoa que faz, que se coloca no lugar de fazer e levar a poesia ao outro, dentro do nosso Estado, sou uma pessoa que tem uma força muito grande. Ou seja, a minha presença faz com que a minha poesia circule. E eu sou uma pessoa que a exibe e a dos outros também. Agora, e quando eu não estiver mais aqui, a minha poesia vai continuar por si própria, sem esse elemento que a leva?”.
“As coisas surgem da escuridão, do caos. A clareza só pode vir do escuro”.
“A poesia é uma doença que cura”.
“Logo quando eu cheguei aqui (Salvador em 1998), não conhecia absolutamente nada, mas sabia que tinha uma missão. E via os poetas muito dispersos. Então, falei: “Não, eu tenho que fazer alguma coisa”. E eu sempre me coloquei no lugar de fazer, e fui fazendo, tendo domínio, um conhecimento muito grande da cena literária da Bahia. E hoje dialogo com poetas de todos os estados do Brasil, tenho uma credibilidade muito grande”.
“Muito dos autores que estiveram na Praça de Cordel e Poesia da Bienal (2009) disseram que estavam indo ali por conta de minha pessoa, porque questionavam o fato de não estarem sendo remunerados, o que nós também questionamos”.
“Nós precisamos de um parque editorial para publicar os autores baianos, mas para isso é necessário que também haja leitores, e pra que existam leitores, tem que haver um processo de formação na base, desde cedo”.
“O que está acontecendo agora, a gente não tem muito como afirmar se é bom ou não, porque muitos estão experimentando. E é deste experimento que efetivamente surgem as obras primas, mas também vem muita merda pelo meio. A maioria, né? Mas é um risco que se tem de correr, porque o sujeito que não arrisca, se mantém dentro de uma tradição. Embora que, dentro desta, o sujeito também possa criar uma obra de valor”.
“O que me deixa um pouco assustado é gente querer fazer poesia matuta tendo frequentado escola. Aquilo ali vai ficar muito artificial”.
“Se eu pudesse, traçaria um outro caminho pra mim. Devido à dificuldade que é ser um poeta e alcançar uma linguagem poética que tenha algum reconhecimento. É extremamente difícil”.
“Eu não acredito em um poeta que não lê poesia. Porque ele não vai ter referencial. Vai criar uma coisa achando que é genial, e aquilo já foi feito bem melhor por vários outros”.
“Ninguém no sertão quer viver à luz de candeeiro. Todo sertanejo quer ter luz elétrica e antena parabólica para ver televisão. E exigir que o que está acontecendo no mundo não chegue a essas pessoas porque vai descaracterizá-las, é uma loucura!”.
“Eu sou uma pessoa do agreste, mas dialogo com o mundo”.
“O que tem de mais extraordinário em minha existência é o amor pelos meus dois filhos”.
- Sobre a afirmação de Nancyta, no K7#04, que almeja chegar à Lua: “Eu já vivo na Lua... Eu preciso é de voltar pra terra de vez em quando. Vivo aí, viajando pelo universo, nas esferas do delírio”.
“Certamente mais adiante vai ter uma outra maneira de se pensar o livro. Mas eu não tenho como responder qual vai ser o momento, se vai acontecer ou não. Só sei dizer que a minha geração vai morrer com o livro na mão”.
“Na cidade de Maracás, os jovens estão lendo poesia. E isso por conta de uma política que foi implementada (por Edmar Vieira, Diretor de Cultura do município). Um projeto mensal, que reúne mais de 600 pessoas no auditório da cidade, para ouvir o poeta convidado e o grupo Concriz, e que está modificando a cabeça dos jovens e seus pais. Agora pense isso em uma escala maior? É disso que nós precisamos, de pessoas que tenham vontade de causar uma transformação e de reunir pessoas para que isso efetivamente possa acontecer”.
“Tenho medo de espinho não. Farpas, a gente vai tirando do caminho. E a psicodelia é indispensável, e ela acontece, efetivamente, na sobriedade”.
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Onde encontrar José Inácio Vieira de Melo:
www.jivmcavaleirodefogo.blogspot.com
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Escute José Inácio Vieira de Melo, com o poema Vampiro:
www.4shared.com/file/107509742/a4d1e649/Jos_Incio_Vieira_de_Melo_-_Vampiro.html
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Ficha Técnica Podcast K7 #05
Gravado em 18.05.2009, Salvador-Ba.
Direção, produção, entrevista, gravação, edição, montagem, vinhetas e locução: Emmanuel Mirdad.
Trilha sonora: Curtas e Poemas, A Esposa Impossível, Pílula Azul, Homeopata e Noturno, Mirdad - Harmonogonia (2008).
Trilha das aberturas e vinhetas: Lost Mails, The Orange Poem - Psicodelia (2008).
Fotos: Ricardo Prado.
Ilustração Flyer: Mirdad, em foto de Ricardo Prado.
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José Inácio Vieira de Melo
Poeta e Jornalista.
Ariano, natural do povoado de Olho d’Água do Pai Mané, cidade de Dois Riachos (AL), de 1968, radicado na Bahia há mais de 20 anos. É formado em Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia. Possui quatro livros publicados: Códigos do Silêncio (2000), Decifração de Abismos (2002), A Terceira Romaria (2005) e A Infância do Centauro (2007), este editado pela Escrituras Editora, de São Paulo. Publicou também o livrete Luzeiro (2003) e o CD de poemas A Casa dos Meus Quarenta Anos (2008). Além disso, organizou o Concerto lírico a quinze vozes – Uma coletânea de novos poetas da Bahia (2004), participou de antologias, e os seus poemas têm sido publicados em vários jornais, revistas e sites do Brasil e do exterior. Sua poesia tem sido destacada por nomes importantes da literatura brasileira contemporânea, como Gerardo Mello Mourão, Hélio Pólvora, Hildeberto Barbosa Filho, Lêdo Ivo, Ruy Espinheira Filho, Sânzio de Azevedo e Moacyr Scliar.
Também é co-editor da revista de arte, crítica e literatura Iararana e colunista da revista Cronópios. Atualmente reside em Jequié (desde 2006), e lá coordena o projeto Travessia das Palavras. Foi coordenador do projeto Poesia na Boca da Noite, em Salvador, que durou de 2004 a 2007, agitando as noites culturais da cidade com apresentações dos mais variados poetas. Recentemente fez a curadoria e coordenou a Praça de Cordel e Poesia na 9ª Bienal do Livro da Bahia (2009). Além disso, é curador do projeto Uma Prosa Sobre Versos, em Maracás.
JIVM indica para ouvir Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti; ler o romance Galiléia, do autor cearense Ronaldo Correia de Brito; assistir o recém-lançado filme Divã; e contemplar as estrelas, a beleza feminina e do ser humano, ler poesia e contemplá-la dentro de si.
“Eu sou um pastor de nuvens e de versos, que faz poesia e contempla o universo de uma maneira diferenciada, a frequentar as esferas do delírio”.
“Almejo passar pela vida, viver a minha poesia e tentar levar esta força poética, que me movimenta na vida, para as pessoas”.
“Nós somos os únicos animais que temos a consciência da nossa finitude, e isso não é nada agradável. E ter a consciência de estar no mundo é mais doloroso ainda. E as coisas não têm sentido algum. Então, você tem que dar um sentido a tudo isso”.
“As pessoas estão com o olhar preso às vitrines”.
“A minha poesia pretende chegar às pessoas, mas é necessário que elas tenham um tempo para a poesia também, percebam a sua existência”.
“Até o serial killer é um poeta. Ele está codificando, quer passar para as pessoas uma codificação estética, uma loucura dessa natureza. E para você perceber isso, até nessa coisa terrível, é necessário que haja sensibilidade para isso”.
“O tempo todo vivo tentando dar sentido à existência. E só encontro este sustentáculo dentro da minha arte”.
“Quanto a esta questão de ser um ícone, nunca passou pela minha cabeça. Tenho consciência de que a minha poesia tem um alcance, mas se isso vai perpassar para as demais gerações, não cabe a mim; só o tempo - este sim, o julgador infalível”.
“Eu como o agenciador das políticas culturais, como o elemento aglutinador, como a pessoa que faz, que se coloca no lugar de fazer e levar a poesia ao outro, dentro do nosso Estado, sou uma pessoa que tem uma força muito grande. Ou seja, a minha presença faz com que a minha poesia circule. E eu sou uma pessoa que a exibe e a dos outros também. Agora, e quando eu não estiver mais aqui, a minha poesia vai continuar por si própria, sem esse elemento que a leva?”.
“As coisas surgem da escuridão, do caos. A clareza só pode vir do escuro”.
“A poesia é uma doença que cura”.
“Logo quando eu cheguei aqui (Salvador em 1998), não conhecia absolutamente nada, mas sabia que tinha uma missão. E via os poetas muito dispersos. Então, falei: “Não, eu tenho que fazer alguma coisa”. E eu sempre me coloquei no lugar de fazer, e fui fazendo, tendo domínio, um conhecimento muito grande da cena literária da Bahia. E hoje dialogo com poetas de todos os estados do Brasil, tenho uma credibilidade muito grande”.
“Muito dos autores que estiveram na Praça de Cordel e Poesia da Bienal (2009) disseram que estavam indo ali por conta de minha pessoa, porque questionavam o fato de não estarem sendo remunerados, o que nós também questionamos”.
“Nós precisamos de um parque editorial para publicar os autores baianos, mas para isso é necessário que também haja leitores, e pra que existam leitores, tem que haver um processo de formação na base, desde cedo”.
“O que está acontecendo agora, a gente não tem muito como afirmar se é bom ou não, porque muitos estão experimentando. E é deste experimento que efetivamente surgem as obras primas, mas também vem muita merda pelo meio. A maioria, né? Mas é um risco que se tem de correr, porque o sujeito que não arrisca, se mantém dentro de uma tradição. Embora que, dentro desta, o sujeito também possa criar uma obra de valor”.
“O que me deixa um pouco assustado é gente querer fazer poesia matuta tendo frequentado escola. Aquilo ali vai ficar muito artificial”.
“Se eu pudesse, traçaria um outro caminho pra mim. Devido à dificuldade que é ser um poeta e alcançar uma linguagem poética que tenha algum reconhecimento. É extremamente difícil”.
“Eu não acredito em um poeta que não lê poesia. Porque ele não vai ter referencial. Vai criar uma coisa achando que é genial, e aquilo já foi feito bem melhor por vários outros”.
“Ninguém no sertão quer viver à luz de candeeiro. Todo sertanejo quer ter luz elétrica e antena parabólica para ver televisão. E exigir que o que está acontecendo no mundo não chegue a essas pessoas porque vai descaracterizá-las, é uma loucura!”.
“Eu sou uma pessoa do agreste, mas dialogo com o mundo”.
“O que tem de mais extraordinário em minha existência é o amor pelos meus dois filhos”.
- Sobre a afirmação de Nancyta, no K7#04, que almeja chegar à Lua: “Eu já vivo na Lua... Eu preciso é de voltar pra terra de vez em quando. Vivo aí, viajando pelo universo, nas esferas do delírio”.
“Certamente mais adiante vai ter uma outra maneira de se pensar o livro. Mas eu não tenho como responder qual vai ser o momento, se vai acontecer ou não. Só sei dizer que a minha geração vai morrer com o livro na mão”.
“Na cidade de Maracás, os jovens estão lendo poesia. E isso por conta de uma política que foi implementada (por Edmar Vieira, Diretor de Cultura do município). Um projeto mensal, que reúne mais de 600 pessoas no auditório da cidade, para ouvir o poeta convidado e o grupo Concriz, e que está modificando a cabeça dos jovens e seus pais. Agora pense isso em uma escala maior? É disso que nós precisamos, de pessoas que tenham vontade de causar uma transformação e de reunir pessoas para que isso efetivamente possa acontecer”.
“Tenho medo de espinho não. Farpas, a gente vai tirando do caminho. E a psicodelia é indispensável, e ela acontece, efetivamente, na sobriedade”.
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Ficha Técnica Podcast K7 #05
Gravado em 18.05.2009, Salvador-Ba.
Direção, produção, entrevista, gravação, edição, montagem, vinhetas e locução: Emmanuel Mirdad.
Trilha sonora: Curtas e Poemas, A Esposa Impossível, Pílula Azul, Homeopata e Noturno, Mirdad - Harmonogonia (2008).
Trilha das aberturas e vinhetas: Lost Mails, The Orange Poem - Psicodelia (2008).
Fotos: Ricardo Prado.
Ilustração Flyer: Mirdad, em foto de Ricardo Prado.
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Comentários
é um poeta maravilhoso
um poeta que faz uma poesia forte
e limpa
jose inacio...é um poeta de alma
que encanta e que transforma
jose inacio
é um sujeito convicto do que escreve em todo o seu gesto de ser humano
jose inacio
é poesia andante
abraço ...
Sérvio Túlio de Mascarenhas Lima
Huhu!
BANDEIRANTE
Francisco Munduruca
sem corolário, sem verborragia, e sem admoestação.
a funcional sensatez d'inácio (sempre) me fascina/
- ele sabe saber -:
tudo o que lhe parece óbvio, é-me profundo;
ele escreve, e ensina a poesia a se escrever.
...
mirdad, muito interessante o formato da entrevista.
- O maior desafio de um poeta é colocar magia na poesia.
JIVM, faz isso como ninguem.
Sou fã e admiradora desse grande poeta. Quisera, um dia, chegar à altura da poeira dos seus pés!
Parabéns ao entrevistado e ao entrevistador...Brilhantes!
Cláudio Martins da Fonseca
Tive a sorte grande de conhecer este grande poeta e ser aluna dele na UESB campus Jequié-BA. Quem conhece Inácio não fica isento (a) de saber que poesia não é coisa besta como muitos pensam.
Valeu JIVM por me ensinar, com sua paixão pela poesia.
XICO LIRA
e parabêns ao "Cavaleiro de Fogo" por sua sabias palavras você consegue encantar a todos e nos levar por esse mundo imaginário que só a poesia nos propociona.
E muito obrigado pela atenção voltada ao Grupo Concriz, o seu apoio é de extrema importância para nosso sucesso.