Foto: Rui Rezende
The Orange Poem foi uma banda baiana com sonoridade baseada no psicodélico rock progressivo em inglês, com pitadas de blues, folk, groove, metal e rock dos anos 70. O TOP resistiu na cena local por 6 anos (2001 – 2007), tendo lançado em 2005, de forma totalmente independente, o álbum Shining Life, Confuse World, além de ter gravado e finalizado em 2006 o álbum engavetado Sleep in Snow Shape, produzido dois DVDs demo e ter feito alguns shows no circuito alternativo da Barra, Pituba e Rio Vermelho.
No próximo dia 31 de março, caso estivesse na ativa, The Orange Poem comemoraria 10 anos. Para celebrar a data, este blog fará posts diários com músicas que retratam o que foi o conceito musical do poema laranja, atualmente desativado pela distância geográfica de seus componentes.
The Orange Poem foi formado pelos soteropolitanos Mirdad (voz, violão 12 cordas, composições e produção), Zanom (guitarra e sanfona), Fábio Vilas-Bôas (guitarra) e Hosano Lima Jr. (bateria), além de Artur Paranhos (baixista), músico que tocou na banda por três anos e gravou nos dois álbuns. Confira abaixo um pouco sobre os músicos laranjas, com trechos retirados do DVD demo de 2003.
Fábio Vilas-Bôas
Teólogo e guitarrista de extrema agilidade
na distorção e domínio do efeito delay
“Eu tenho uma procedência musical que não tem como ter outra; sou fã do Pink Floyd, Iron Maiden, Dire Straits e Led Zeppelin, e posso dizer a vocês que estou muito satisfeito com esse trabalho nosso; é um projeto diferente para a musicalidade de hoje, né?”
“Almejo chegar no topo porque somos realistas e sabemos o que temos, e isso nos dá força pra buscar mais, porque hoje em dia a música está carente, precisando desse som que não existe mais, e nós estamos fazendo com todo amor para vocês que gostam de solos de guitarra. Não estou dizendo que somos esses músicos todos, mas falo do prazer que queremos demonstrar para vocês do que a gente pode fazer com essa procedência que Adonay Yeshua Ha'Mashya nos deu”
Hosano Lima Jr.
Baterista versátil e criativo, com peso,
sutileza e experiência de várias bandas
“Eu comecei a tocar bateria dentro do quarto com caixa de isopor. Quando consegui comprar uma bem baratinha, comecei a estudá-la e formei logo a minha primeira banda. Toquei em várias bandas de amigos até chegar na Mamutes, que toquei por um grande tempo, e toquei também na Cadillac, Deutério, Besouros do Sertão e em várias outras”
“Escutei muitos estilos diferentes em minha vida, mas a minha referência musical é a MPB. Na verdade, escuto muita coisa, MPB e rock principalmente. Minha meta mesmo é o rock’n’roll, mas escuto muito jazz, forró, tudo, gosto de tudo”
“Eu gostei muito da banda, dos músicos, grande Zanom, Fábio figura, todo mundo. O mais importante, pra mim, é tocar com aquela galera, músicos muito bons, aprendi muito com eles. Acredito que o projeto da banda está muito amplo; então, como a gente faz as músicas em inglês, o projeto é mais pra fora, não é pra aqui”
Zanom
Fonoaudiólogo, guitarrista e sanfoneiro
de pegada Hendrix, blues e música regional
“Eu comecei tocando hardcore, numa banda de amigos chamada Anomia. Toquei em bandas cover de Raul Seixas, em algumas bandas de forró, bandas de blues, mas por muito pouco tempo, e principalmente a Solo Pedregoso”
“Meu estilo preferido de música é o blues; jazz, bossa-nova e baião também, que é o que eu acho mais legal. Como referência musical, sou muito fã de Jimi Hendrix; gosto muito, era um cara fantástico, um gênio. Gosto também de Heraldo do Monte, guitarrista brasileiro que toca música nordestina. Gosto muito das harmonias de Tom Jobim. Gosto de João Bosco, Sivuca, Dominguinhos, Toninho Horta, e eu acredito que outro Deus existente no mundo é o Hermeto Pascoal. Fora isso, lá de fora tem o Steve Ray Vaughan e o George Benson”
“The Orange Poem pra mim é uma oportunidade de crescer musicalmente, até porque a banda é composta por músicos excelentes. Fazer música com essas pessoas é uma coisa muito boa, é o que me leva a tocar com prazer na banda, tocar com meus amigos”
Mirdad
Jornalista, produtor, cantor,
violonista 12 cordas e compositor
(o faz-tudo do grupo)
“Meu histórico musical inicia-se em 1997, quando comecei a tocar violão e a compor músicas pop-rock em português. Sempre tive vontade de montar uma banda que tivesse um trabalho próprio. Então, no ano 2000, compus Last Fly, que me fez pensar: ‘Por que não um projeto rock’n’roll em inglês?’. A partir daí, comecei a compor em inglês e acabei montando o Orange Poem em cima dessas composições”
“Posso dizer que tive grande influência vocal de Renato Russo, da Legião Urbana. Tive influências das músicas depressivas de Thom Yorke, do Radiohead, e o Pink Floyd ditou o som que eu quis fazer, com muita guitarra. Eu queria também alguma coisa parecida com os riffs de Led Zeppelin, Black Sabbath, música dos anos 70”
“O que almejo com o projeto Orange Poem é conseguir transformá-lo em uma banda mundial, referência do rock, como se fosse um grande ícone, como essas bandas históricas”
Artur Paranhos
Baixista profissional e extremamente versátil,
hábil tanto no groove quanto na psicodelia
“Eu já toquei outros instrumentos, como violão, cavaco e um pouco de guitarra, mas não cheguei a avançar nisso. Sempre tive uma banda de rock paralela a alguma outra. Tocava em várias bandas, inclusive de pagode, uma coisa meio contraditória, pagode X rock, mas eu gosto, sou um cara muito eclético; toquei em muitas bandas de forró também”
“Eu vejo que a Orange é uma banda que tem um compromisso sério, desde o primeiro momento; nunca estive nesse meio ‘conseguimos um empresário, vamos precisar viajar pro exterior e você vai ter que largar tudo’. Então, depois que tive confiança na banda, vi que é uma coisa séria e que se der pra fazer sucesso, a gente vai estar junto sem besteiras, eu tô aqui, pro que der e vier”
“No rock, se a banda é boa, realmente ela continua, e faz história no mundo todo. Se o som é bom, todo mundo conhece e prestigia seu talento ou da banda. E eu pretendo fazer sucesso pelo menos entre a gente”
Fotos por Rui Rezende, exceto a de Artur, por Mirdad.
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