Margaret Atwood - Foto daqui
“Um homem é apenas a estratégia de uma mulher para fazer outras mulheres.”
“Querer é ter uma fraqueza. É essa fraqueza, seja lá qual for, que me atrai. É como uma pequena rachadura numa parede, que antes, até este momento, era impenetrável.”
“Estes dois são muito jovens: em um o bigode ainda é de fios ralados, no outro o rosto ainda está cheio de espinhas. A juventude deles é comovente, mas sei que não posso me deixar enganar por ela. Os jovens são com frequência os mais perigosos, os mais fanáticos, os mais nervosos com suas armas.”
“É verdadeiramente espantoso as coisas com que as pessoas conseguem se habituar, desde que existam algumas compensações.”
“Enquanto nos afastamos, sei que estão nos observando, esses dois homens que ainda não têm sequer permissão para tocar em mulheres. Eles tocam com os olhos, e eu remexo um pouco os quadris, sentindo a saia vermelha rodada balançar ao meu redor. É como dar uma banana quando se está atrás de uma cerca ou atiçar um cachorro com um osso mantido fora do alcance, e sinto-me envergonhada de meu comportamento, porque nada disso é culpa desses homens, são jovens demais. (...) Então descubro que afinal não estou envergonhada. Aprecio o poder; o poder de um osso de cachorro, passivo mas presente. E espero que fiquem de pau duro ao nos verem e que tenham que se esfregar contra as barreiras pintadas, às escondidas. Eles sofrerão, mais tarde, à noite, em sua camas de regimento.”
Trechos presentes no romance O conto da aia (Rocco, 2017), de Margaret Atwood, na tradução de Ana Deiro, páginas 147-148, 166, 31, 320 e 33, respectivamente.
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