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Podcast K7 #03 - Mou Brasil

ilustração por Zeca

Bloco 01 (Incoerências do Cenário I)
- Ouça e baixe aqui: www.4shared.com/file/104939512/dba86654/PodcastK703_MouBrasil_Bloco01.html

Bloco 02 (Incoerências do Cenário II)
- Ouça e baixe aqui: www.4shared.com/file/104941901/25340b34/PodcastK703_MouBrasil_Bloco02.html

Bloco 03 (Família e Espiritualidade)
- Ouça e baixe aqui: www.4shared.com/file/104944158/1852e65f/PodcastK703_MouBrasil_Bloco03.html

Bloco 04 (Sapiência)
- Ouça e baixe aqui: www.4shared.com/file/104950881/69f3a5de/PodcastK703_MouBrasil_Bloco04.html

Problemas para baixar? Entre em contato: elmirdad@yahoo.com.br

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Programa #03
Mou Brasil

Músico e Compositor.

Aquariano, soteropolitano de 1960, do bairro de Santo Antônio Além do Carmo, é guitarrista, violonista, compositor, arranjador e diretor musical com 32 anos de carreira profissional (começou em 1977). Tocou e gravou com grupos de música instrumental como o Raposa Velha, Jazz Carmo Quinteto, Cozinha Baiana, e participou do Grupo Garagem por cerca de cinco anos, gravando dois álbuns e vários shows por todo o Brasil e exterior. Já tocou com gente do naipe de Márcio Montarroyos, Heraldo do Monte, Luiz Melodia, Dominguinhos, Jaques Morelebaum, Lula Nascimento, Caetano Veloso, Virgínia Rodrigues, Gal Costa, Sadao Watanabe, entre vários outros. Falando em turnê, já passou por diversos países da Europa, diversos estados do Brasil, Argentina, Uruguai, EUA, Japão, Malásia, Israel, Austrália, entre outros. Gravou com muita gente, de João Donato a Arthur Maia, de Virgínia Rodrigues a Tiganá Santana.

Mou Brasil indica para escutar o álbum Bitches Brew, de Miles Davis, além de John Coltrane, Milton Nascimento, Hermeto Pascoal e Villa-Lobos; ler os poetas Rainer Maria Rilke e Manuel Bandeira, e os mestres Yogananda e Osho; assistir Charles Chaplin e contemplar a própria natureza, as crianças e os animais.

“Na maior parte do dia, eu estou tentando musicalizar o que eu vejo, penso, sinto, as experiências que a gente tem. Tentando trazer para o mundo objetivo, que este é o desafio”.

“Almejo realizar a música que eu faço. Pode ser uma bobagem, porque você pode ser feliz sem nada, mas como veio esse ofício...”.

“A arte traz realizações, mas talvez a felicidade não esteja conectada à realização profissional, a essas conquistas que a gente fica obcecado, todo mundo”.

“Deixaram acabar com Salvador. As pessoas vivem com receio, medo, uma violência estúpida. E não acontece nada em Salvador. As pessoas desaprenderam a curtir música. É um lugar muito louco, a musicalidade aqui é um negócio brutal, mas ainda é subutilizado”.

“A música que faz sucesso na Bahia, que as pessoas veneram tanto, é a música pop comercial. Será que só tem isto mesmo, com tanta coisa aí pra ser explorada?”.

“Em Salvador, não tem formador de opinião, não tem crítica, ninguém entende mais nada. As pessoas confundem todo mundo. Quem tem mais bossalidade é às vezes quem tem mais respeito. Você não pode ser um cara calado, e fazer uma boa música, que você dança. Cadê os curadores de verdade? Ninguém discerne mais nada?”

“Eu espero que a arte seja um meio de transformação das pessoas. Se não tiver este objetivo, pra mim, não tem sentido. Fazer as pessoas ficarem pulando, e irem pra casa mais bestas, não me interessa”.

“Não adianta fazer música para 10, 20 pessoas. O que precisamos fazer é uma transformação na sociedade, senão vai ficar insuportável de se viver, todo mundo escondido, nos seus carros, difícil de andar pela cidade. Desse jeito, a cidade vai ficar marginalizada”.

“É incoerente fazer a arte andar com o pau quebrando na sociedade”.

“Não tem um programa de música da pesada na TV, feito por uma pessoa que entende o que é música, para oferecer uma coisa de verdade. Então, como é que podemos esperar que as pessoas compreendam, assimilem (a música instrumental)? Não tem jeito”.

“As pessoas, por mais que elas estejam sendo bombardeadas, elas têm a capacidade de ouvir e de começar a gostar (da música instrumental), mas os produtores só pensam em dinheiro, não estão preocupados com o que é que vai fazer bem, tornar uma pessoa melhor pra viver na cidade”.

“Quando nos colocam em algum evento, o tratamento é 90% péssimo. E a gente tem que tocar, porque se não nem aí você toca. Pagam mal e demoram demais pra pagar. É muito complicado fazer música aqui”.

“A música instrumental precisa adquirir um espaço onde as pessoas (o público) entendam que ela está existindo. Ela parece que é um bicho-papão”.

“O pessoal da Secretaria (de Cultura) não estão fechados para a música instrumental. O problema é que faz muito tempo que fomos jogados às traças. Não só nós que fazemos, mas como também as pessoas que escutam. Então, é um trabalho que vai precisar de tempo”.

“É uma concepção equivocada de progresso, criando milhões de prédios, depreciando a cidade, o meio ambiente. Quem progride é o homem, não o lugar. As pessoas, a alma é quem progride. O resto não progride nada”.

“Engraçado é que cada um tem uma direção própria (na família Brasil). Ninguém teve formação (acadêmica). Em casa, estuda-se”.

“Dos bateristas da família, o mais negro que eu acho é o Victor (Brasil)”.

“Faz música? Então você está inserido na música do mundo. Eu não quero (esse) papo: é daqui, tudo bem, a coisa regional, considerações extra-música. Pra mim, não tem esse negócio”.

“Eu sou um iogue caótico”.

“Tem caras incríveis na música, como o Coltrane. Este tem uma espiritualidade profunda, o cara se desligou mesmo, não tinha muito contato, preocupação com o sucesso, não existe vaidade quando você assiste aos vídeos. E eu me espelho nessas pessoas, quero levar minha música para esse lado”.

- Sobre a afirmação de Minêu, no K7#02, de que nós temos a obrigação de sermos felizes: “Rapaz, eu acho que ele está certo. A gente passou a existir do nada. Você convidado a existir. Quer mais? A gente está aqui, sentindo, experimentando, e tem possibilidades fantásticas de sentir amor. Eu acho que sim”.

“Eu tenho as minhas insatisfações profissionais, sabe, mas quando deito todo dia, eu agradeço de estar vivo, de poder curtir tanta coisa, amar, conhecer pessoas lindas que abrem os seus olhos, te dizem coisas maravilhosa, se você estiver aberto”.

“Você tem que aprender quase tudo, ou pelo menos o básico, do que já foi feito, pra depois colocar a sua linguagem. É muito trabalho”.

“Milton (Nascimento) fez coisas que todo mundo está aprendendo ainda”.

“Eu já vivi bastante a psicodelia, hoje estou mais cool”.

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Onde encontrar Mou Brasil:
www.myspace.com/paulobrasil e www.myspace.com/moubrasil

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Escute Mou Brasil, com a sua composição Teo:

www.4shared.com/file/104952805/c4e2344/Mou_Brasil_-_Teo.html

- download free autorizado, exclusivo -

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Ficha Técnica Podcast K7 #03

Gravado em 09.05.2009, Salvador-Ba.

Direção, produção, entrevista, gravação, edição, montagem, vinhetas e locução: Emmanuel Mirdad.
Trilha sonora: Samsara, Sátiro, Imaculado, Procissão e um trecho de Credo, de Mou Brasil.

Trilha das aberturas e vinhetas: Lost Mails, The Orange Poem - Psicodelia (2008).

Fotos: Divulgação.

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Comentários

Zanom. disse…
Muito bom ! Adorei as palavras do mestre Mou !
Ricardo disse…
Muitíssimo bacana, uma visão muito sensibilísta do que é música para ele, a essencia da coisa, que tá ficando meio perdida.

Muito Bacana!
Lucas Brasil disse…
è uma pena que tanto tempo depois tá tudo um pouco pior com fortes prenuncios que ira piorar ainda mais, a Bahia é uma bobagem cercada de merda por todos os lados, inclusive o de cima e o de baixo, tamos lascados o queridos irmãos

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