Muralha por Minêu
Hoje, 24 de outubro, concluí, de fato, a Parte I de Muralha (o meu primeiro romance), intitulada Mudinho, com 14 capítulos e um total de 56 páginas de Word escritas. Nessa etapa, entre 2013 e 2014, investi 89 horas e 25 minutos de trabalho em 33 dias (média de quase três horas por dia), quase todos em Salvador – exceto dois dias em Porto Alegre e um dia em Florianópolis, na honra de escrever na casa do amigo e referência Tabajara Ruas.
A Parte I de Muralha (a história do goleiro que nunca tomou gol), conta a trajetória do tirador de coco e pescador Mudinho, no RG José Santos, de Caraíva a Porto Seguro, onde foi jogar pela seleção da cidade na fase final do campeonato amador. Suas defesas na final (e semifinal) garantiram o título inédito para o time porto-segurense. Acaba sendo contratado para jogar em um grande time de Salvador.
Nessa parte, revelo a origem de Muralha, filho de pai desconhecido, mãe morta meses após o parto (foi criado no orfanato, mas essa fase só mais à frente), sem ninguém no mundo que soubesse de seus parentes, e todas as suas estranhas idiossincrasias. Apresento o antagonista Marceleza, o índio goleador e marginal, e o coadjuvante Sanfilippo, dirigente da seleção amadora, que será o futuro empresário do surreal goleiro.
A ideia do personagem principal, orbitava em minha cabeça há tempos, mas somente em 2012 foi esquematizada num rascunho. Conversei com alguns amigos sobre o enredo ao longo dos meses, fiz uma pesquisa/sondagem com amigos jornalistas esportivos, como Ivan Marques e Darino Sena, e fiquei trabalhando mentalmente apenas. Só fui começar a escrever mesmo em junho de 2013, quando elaborei todo o esqueleto da história e levei a produção até o final de julho do mesmo ano, concluindo a primeira versão da Parte I.
O rosto e a cor da pele do personagem Muralha são iguais às do ator Djimon Hounsou quando jovem. Foto: Internet
Veio então a Flica 2013, a preguiça do final de ano, a produção e o lançamento do livro de poemas Nostalgia da lama em 2014, as regravações da minha banda The Orange Poem e a produção do novo livro de contos O grito do mar na noite, que deverá ser lançado em dezembro deste ano (será?). Muralha foi protelado.
Mesmo com uma nova Flica em pré-produção, retomei o romance em outubro de 2014, revisando a Parte I, alterando vários trechos, refazendo e corrigindo. Agradeço aos amigos escritores: Carlos Henrique Schroeder, pelo toque em refazer o capítulo I, que realmente estava muito fraco para uma abertura; Aurélio Schommer, pela dica de evitar o excesso de informação sobre a família do coadjuvante da trama; Mayrant Gallo, para evitar vínculos com clubes de futebol (irá servir para a próxima parte).
Deletei o esqueleto do enredo montado em 2012, sem dó. Desvinculei Muralha das Olimpíadas de 2012 e da Copa do Mundo de 2014 e ainda não defini o rumo que tomarei – após a Flica farei.
Aláfia! O trabalho, prazeroso e doloroso, segue.
Caricatura: Muralha na seleção de Porto Seguro, por Minêu
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