The Orange Poem está de volta e lança EP Ground com Glauber Guimarães no vocal
O som psicodélico progressivo do poema laranja está de volta, após um hiato de cabalísticos sete anos. O produtor Emmanuel Mirdad, compositor das músicas do grupo, remexeu o baú das canções laranjas e prepara uma série de lançamentos em 2014. O primeiro chama-se Ground, que será lançado na próxima quarta 15/01 aqui: www.soundcloud.com/theorangepoem. É um EP com três músicas (Last Fly, Rain e Farewell Song), que foram gravadas entre 2005 e 2006, e estavam engavetadas desde o fim da banda. “Lançaremos ao longo de 2014 três EPs virtuais, preparando o terreno para no final do ano lançar um álbum físico completo”, informa o produtor. Agora, as músicas ganharam uma nova mixagem e a ilustre presença da voz do cantor e compositor baiano Glauber Guimarães (ex-Dead Billies e atual Teclas Pretas e Glauberovsky Orchestra) no vocal, substituindo Mirdad, que não canta mais na banda.
Tadeu Mascarenhas grava a voz de Glauber Guimarães no EP Ground em dezembro de 2013 – Foto Mirdad
A proposta é que a nova Orange Poem não tenha um vocalista fixo. “O que importa é a voz, não o status ou o cargo na banda. Primeiro foi Glauber, com sua voz facão, tão perfeita para a sonoridade psicodélica que fazemos que eu me pergunto porque ele não gravou antes nesse estilo. O próximo será uma reconhecida voz dilacerante do rock baiano, mas é surpresa ainda”, explica o produtor. Mirdad selecionou as melhores composições suas dos dois álbuns engavetados da laranja e levou os arquivos originais da gravação de volta ao estúdio Casa das Máquinas, de Tadeu Mascarenhas, onde os vocalistas estão registrando seus novos vocais. Uma nova mix, acréscimo de alguns instrumentos e arranjos, e as novas versões das músicas que foram pouquíssimo conhecidas ganham cara de inéditas. E realmente é algo inédito conferir o inconfundível e excelente timbre de Glauber na sonoridade psicodélica da Orange Poem.
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A BANDA
De 2001 a 2007, a Orange Poem apresentou sua singular sonoridade baseada no psicodélico rock progressivo em inglês, com pitadas de blues, folk, groove e hard rock setentista. Formada por desconhecidos do cenário do rock baiano (e até entre si mesmos), conduzida pelo multifacetado Emmanuel Mirdad (escritor, compositor e produtor da Flica), foi uma banda guitarreira de canções autorais do seu produtor e então cantor. Zanom e Saint, guitarristas tão antagônicos de estilo, combinaram como yin-yang seus timbres em solos de puro feeling ou velocidade intensa. Na gruvada cozinha laranja, a segurança e técnica dos músicos Hosano Lima Jr (baterista) e Artur Paranhos (baixista).
Pertencente à geração 00 do rock baiano, de bandas cantando em inglês como The Honkers e Plane of Mine, a Orange Poem gravou dois discos no estúdio Casa das Máquinas, do psicodélico Tadeu Mascarenhas (na época, ainda ostentava uma potente barba Talibã). “Shining Life, Confuse World”, o primeiro, chegou a ser prensado e lançado no extinto World Bar em 2005, de forma totalmente independente, sem gravadora nem selo. A banda optou por não trabalhar a divulgação dele e partiram pra gravar o seguinte, “Sleep in Snow Shape”, que foi concluído no final de 2006, poucos meses antes da banda acabar em março de 2007. Não chegou a ser lançado, e os membros se mudaram pra estados distintos. Mirdad nunca se conformou com o engavetamento das canções laranjas.
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AS CANÇÕES
Last Fly
(Emmanuel Mirdad)
Feita em agosto do ano 2000, é a mãe do poema laranja, a composição que originou a proposta de montar uma banda psicodélica progressiva em inglês. Traz uma jornada introspectiva de um ser angustiado, que se depara com a infância problemática. Tem a participação psicodélica em risadas do primeiro baixista da banda, Rajasí Vasconcelos, irmão de Larriri Vasconcelos, baixista da Radiola.
Rain
(Emmanuel Mirdad)
Blues depressivo, de cadência progressiva e angustiante. O poema é um retrato da solidão de um ser por escolha, por exclusão, que não significa sofrimento, e sim a sobrevivência de sua integridade e caráter. O destaque fica para os excelentes solos bluesy de Zanom. Tem a participação de Tadeu Mascarenhas no sintetizador e no piano, e do músico Gabriel Franco nos berros finais da canção.
Farewell Song
(Emmanuel Mirdad)
Blues estradeiro, com passagens psicodélicas e teatrais. Os versos são locados em um funeral, e o personagem da canção ouve a voz que guia a narrativa, passando por três momentos: morte, purgatório e redenção. Mais uma participação de Tadeu Mascarenhas no sintetizador.
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O EP GROUND
01. Last Fly
BR-N1I-14-00002
02. Rain
BR-N1I-14-00003
03. Farewell Song
BR-N1I-14-00004
Todas as composições são de Emmanuel Mirdad
Glauber Guimarães (voz)
Mirdad (violão 12 cordas)
Zanom (guitarra)
Saint (guitarra)
Hosano Jr. (bateria)
Artur Paranhos (baixo)
Participações especiais:
Tadeu Mascarenhas (piano e sintetizador)
Rajasí Vasconcelos (risadas em Last Fly)
Gabriel Franco (grito final em Rain)
Gravação, mixagem e masterização: Tadeu Mascarenhas (Estúdio Casa das Máquinas)
Produção artística e executiva: Emmanuel Mirdad
Arte: Glauber Guimarães
Foto: Rafael Rodrigues
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