Pular para o conteúdo principal

Vamos ouvir: Acústico, do Clube de Patifes

Acústico (2013) - Clube de Patifes



Não consegue visualizar o player? Ouça aqui

Release disponível no Facebook da banda:

"
O “Clube de Patifes” foi fundado em 1998, quando um grupo de estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana, entusiastas da cultura, em suas reuniões, começaram a compor músicas. O tema que mais fascinava a todos logo despontou: a noite e seus personagens. A sonoridade ideal, a qual casaria perfeitamente com essa temática: o blues em todas as suas variantes, mas estas influências não foram definidoras da musicalidade e sim, da plasticidade do grupo.

Alguns anos depois, em 2001, lançaram pelo selo Covil Independente, seu primeiro disco, intitulado “Do Palco ao Balcão”. Logo se destacaram as músicas “Noite em Claro” e “Sol no Topo”, bastante pedidas nos shows da banda. O álbum representou uma grande conquista para os músicos, por se tratar de uma banda de independente nascida no interior da Bahia. Em 2010, os Patifes lançaram o seu segundo álbum, o tão esperado “Com um Pouco Mais de Alma”, que teve sua prévia com o single “Mulher de Repente”, lançado em 2007.

O grande desafio imposto ao Clube de Patifes é continuar propagando as suas músicas recheadas de influências regionais, presentes na tanto na estética quanto nas alegorias cantadas, e, sedimentar a sua peculiar sonoridade construída a partir de elementos culturais afrobrasileiros, o que levou alguns críticos a definirem esta música feita pelo grupo de “Candomblues”, é só escutar a emblemática “um dia blue” – do álbum “com um pouco mais de alma” para entender do que está se falando. Além disso, é muito evidente, para todos da banda, a semelhança existente entre as dores do blues afroamericano e o sofrimento presente noforró tradicional (nordestino sertanejo), tanto em métrica, quanto em sentimento. O que leva o grupo a sonhar “um dia conseguir unir as águas do Mississipi às águas do Paraguaçu e do Velho Chico”.

Outro desafio que veio com a maturidade e anos de circulação é o enfrentamento às barreiras impostas pela própria lógica do mercado fonográfico e pelas dificuldades da cena alternativa do interior da Bahia, estão preparando o quarto e mais maduro álbum com previsão de ser lançado em 2014, com título ainda não definido, mas, com o repertório sendo montado com bastante esmero, marca registrada do grupo.

Falando em circulação… Nestes 15 anos de existência o Clube de Patifes já tocou nos mais diversos palcos, bares e festivais para os mais diversos públicos em diferentes cidades e Estados da União.
"

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Seleta: R.E.M.

Foto: Chris Bilheimer A “ Seleta: R.E.M. ” destaca as 110 músicas que mais gosto da banda norte-americana presentes em 15 álbuns da sua discografia (os prediletos são “ Out of Time ”, “ Reveal ”, “ Automatic for the People ”, “ Up ” e “ Monster ”). Ouça no Spotify aqui Ouça no YouTube aqui Os 15 álbuns participantes desta Seleta 01) Losing My Religion [Out of Time, 1991] 02) I'll Take the Rain [Reveal, 2001] 03) Daysleeper [Up, 1998] 04) Imitation of Life [Reveal, 2001] 05) Half a World Away [Out of Time, 1991] 06) Everybody Hurts [Automatic for the People, 1992] 07) Country Feedback [Out of Time, 1991] 08) Strange Currencies [Monster, 1994] 09) All the Way to Reno (You're Gonna Be a Star) [Reveal, 2001] 10) Bittersweet Me [New Adventures in Hi-Fi, 1996] 11) Texarkana [Out of Time, 1991] 12) The One I Love [Document, 1987] 13) So. Central Rain (I'm Sorry) [Reckoning, 1984] 14) Swan Swan H [Lifes Rich Pageant, 1986] 15) Drive [Automatic for the People, 1992]...

Dez passagens de Clarice Lispector no livro Laços de família

Clarice Lispector (foto daqui ) “A mãe dele estava nesse instante enrolando os cabelos em frente ao espelho do banheiro, e lembrou-se do que uma cozinheira lhe contara do tempo do orfanato. Não tendo boneca com que brincar, e a maternidade já pulsando terrível no coração das órfãs, as meninas sabidas haviam escondido da freira a morte de uma das garotas. Guardaram o cadáver no armário até a freira sair, e brincaram com a menina morta, deram-lhe banhos e comidinhas, puseram-na de castigo somente para depois poder beijá-la, consolando-a. Disso a mãe se lembrou no banheiro, e abaixou mãos pensas, cheias de grampos. E considerou a cruel necessidade de amar. Considerou a malignidade de nosso desejo de ser feliz. Considerou a ferocidade com que queremos brincar. E o número de vezes em que mataremos por amor. Então olhou para o filho esperto como se olhasse para um perigoso estranho. E teve horror da própria alma que, mais que seu corpo, havia engendrado aquele ser apto à vida e à felici...

Dez passagens de Jorge Amado no romance Capitães da Areia

Jorge Amado “[Sem-Pernas] queria alegria, uma mão que o acarinhasse, alguém que com muito amor o fizesse esquecer o defeito físico e os muitos anos (talvez tivessem sido apenas meses ou semanas, mas para ele seriam sempre longos anos) que vivera sozinho nas ruas da cidade, hostilizado pelos homens que passavam, empurrado pelos guardas, surrado pelos moleques maiores. Nunca tivera família. Vivera na casa de um padeiro a quem chamava ‘meu padrinho’ e que o surrava. Fugiu logo que pôde compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome, um dia levaram-no preso. Ele quer um carinho, u’a mão que passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se esquecer daquela noite na cadeia, quando os soldados bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleta. Em cada canto estava um com uma borracha comprida. As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta como um animal perseguido por outros mais fortes. A...