“Mestre Dedé – O andarilho da ilusão”
(Mondrongo, 2017)
Ildegardo Rosa
Sessenta anos atrás, o poeta sagra: “Eu queria ser vento e me fizeram pedra”. É o emblema da sua trajetória, a busca por ser um vento “liberto, alegre, que a todos conhece”, que “não tem preconceito” e “bisbilhota, canta, geme, chora e ri com os povos do mundo”, pois “traduz liberdade”, a escapar pelas frestas dos enquadramentos da matéria, que o forjam a ser “pedra grande, pesada, sem ânimo”, a virar concreto e monumento, “sendo escalada, mas sempre parada”. Um libertário a contestar os limites, um contestador a projetar soluções para superar o óbvio, um solucionador inspirado pela plena liberdade, para além da tirania das formas. Ildegardo Rosa, o Mestre Dedé.
Materializado em 22 de outubro de 1931, último dia de Libra, na cidade de Campos (atual Tobias Barreto), em Sergipe, fronteira com o nordeste da Bahia, quinto filho da forte Josepha com o inventor Joaquim, neto do coronel José Rosa — que dizem que inventou o sobrenome Rosa por gosto, e tragicamente morreu no naufrágio do Iate Itacaré (1939), em Ilhéus, junto com as economias da família (iria comprar fazendas de cacau) —, formou-se em Direito e Filosofia, teve diversos trabalhos, de açougueiro a ilustrado mestre cooperativista, Petrobras, Furnas e Uneb, foi menino que amava andar nu como índio, pai de duas filhas e um filho, avô de dois casais de netos, galante sedutor dançarino, honrado marido da musicista baiana Martha Anísia, 50 anos de amor e cumplicidade. Bem que tentaram, mas a pedra “chutada, pisada, cuspida, rolando... rolando... no sem fim das estradas” não foi capaz de conter o vento “forte, doido, tufão violento, revolucionário”, a soprar e gargalhar.
“Mestre Dedé — O andarilho da ilusão” é uma antologia com 130 poemas de Ildegardo Rosa, abrangendo diversas fases da sua lavra: versos de amor, sociais, memorialistas e de expurgo das dores, com destaque para os seus poemas filosóficos e espirituais — as lições do Mestre Dedé, que morreu em 2011, aos 80 anos, no dia de Santa Luzia. “Eu sei (ou quase sei) que estou lá ou aqui — pouco importa”. Afinal, o mundo é uma ilusão.
Emmanuel Rosa*
Escritor e filho
*Mirdad assinou a orelha com o sobrenome Rosa para homenagear o pai
Texto de Ildegardo Rosa na abertura do livro. Ele o escreveu quando era vivo, mas o livro acabou só sendo publicado quase dez anos depois.
Leitura e download do livro aqui
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Os 25 melhores poemas
Comparação é o mais antigo do livro. Ildegardo o escreveu com apenas 20 anos.
A ironia deste poema é que, depois de cremado, as cinzas de Ildegardo foram jogadas na Baía de Todos os Santos, ou seja, foi morar no palácio encantado, lá no fundo do mar, junto a Janaína.
Presentes no livro Mestre Dedé – O andarilho da ilusão (Mondrongo, 2017), de Ildegardo Rosa, páginas 13, 14, 15, 17, 19, 38-39, 21, 29, 72, 20, 18, 22, 23, 40, 56, 52, 62, 86, 122, 140, 26, 92, 45, 91 e 69, respectivamente.
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Posfácio do livro por Martha Anísia, esposa de Ildegardo
O lançamento do livro póstumo aconteceu no dia 18 de maio de 2017, na Confraria do França, Rio Vermelho, Salvador-BA. Fotos do evento aqui
O livro custa R$ 30,00 (+frete). Pedidos: marthanisia@hotmail.com
O livro custa R$ 30,00 (+frete). Pedidos: marthanisia@hotmail.com
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