Pular para o conteúdo principal

Composições de Emmanuel Mirdad: Small & Dangerous


Canção progressiva com ambientes distintos e refrão, possui variação harmônica e de melodia, e um ritmo diferente das outras músicas do repertório Orange Roots, a criar uma atmosfera de navegação em alto mar, com destaque para as “gaivotas” criadas pela guitarra em reverso de Átila Santtana, as camadas de vocais de Jahgun e de teclas de Tadeu Mascarenhas, e a bateria fusion de Iuri Carvalho. A letra versa sobre um ser que não se adequa aos padrões, sonhador, cuja força oscila entre o vento e a rocha, que se sente como uma agulha em festas e quer tentar existir na sua, longe de idiotices e mentiras.


Ouça no YouTube aqui


Ouça no Spotify aqui

Ouça no YouTube aqui

Ouça na Apple Music aqui

Ouça no Deezer aqui

Ouça no Amazon Music aqui

Ouça no Tidal aqui

Small & Dangerous
(Emmanuel Mirdad)
BR-N1I-16-00003

I am a definite being and fragile
Needing my dreams all the time
My choices are lethal and unique
If I fail, I tear into pieces
If I win, I disobey

I see people in parties and feel like a needle
Nobody can approach me, I’m small and dangerous
I just don’t want to be idiotic and to talk lies
My words are short and poetries

“What was it that happened that was so awful?
  I’ll try to exist far away from here
  I’ll try to exist, that’s it”

I had a friend that brought me suicide
He was so absent that seemed a genius
Said to me that he had drunk poison
And that his flesh trembled, anxious for rest

Naive... imprisoned with the key in his hands,
Knowing the rottenness of the failure and glory
And he didn’t learn there are moments when you wear a mask
Or your strength has to oscillate between the wind and rock

“What was it that happened that was so awful?
  I’ll try to exist far away from here
  I’ll try to exist, that’s it”

Faixa 05 – Orange Roots – Fluid (2019) | Composta por Emmanuel Mirdad | Produzida por Emmanuel Mirdad & Átila Santtana | Jahgun – voz & backing vocal | Átila Santtana – guitarra & guitarra reverso | Iuri Carvalho – bateria | Fabrício Mota – baixo | Tadeu Mascarenhas – oberheim & piano rhodes | Gravado, mixado e masterizado por Tadeu Mascarenhas no Estúdio Casa das Máquinas, Salvador, Bahia, Brasil | Arte: Max Fonseca | Foto: Karim Saafir

Composta por Emmanuel Mirdad em 19 e 20/02/2004.

Letra de 07/05/2001 e 26/03/2002 (em português) e out-dez/2003 (em inglês).

Curiosidades:

– Os títulos anteriores de “Small & Dangerous” foram os errados “What Was That Happened Thus of So Awful?” e “What It Was That Happened Thus of So Awful?”, e o correto “What Was It That Happened That Was So Awful?”.

– Final de relação, esbagaçado pela repulsa da ex por conta do que ele era, e não por algo que ele tivesse feito, entre março e abril de 2001, descarregou a sua frustração numa carta em que se afirmava como uma pessoa diferente, mesmo. Em 07/05/2001, Emmanuel Mirdad reciclou a carta num poema além de si, “O que foi que aconteceu assim de tão medonho?”, suavizado e melhorado em 26/03/2002 – exemplo: “tentarei existir muito longe daqui, tentarei existir apenas” no lugar de “o tempo passa e eu só pioro, vou ser feliz somente longe daqui”. A versão em inglês é do final de 2003, e a mudança no título para “Small & Dangerous” é da época da gravação de “Fluid” em 2016, para ser mais eficiente para o público, pelo tamanho menor e sonoramente mais impactante.

– Quinta-feira, primeiro dia de Carnaval em Salvador, e a namorada trabalhando no hospital. À noite, restou o violão. “Small & Dangerous” começou a ser composta a partir de um riff, mas o cansaço o fez deixar para o dia seguinte. Na sexta de Carnaval, um “arranca-rabo” aconteceu. Após a briga com a namorada, achou melhor repetir a dose “ficar em casa e tocar violão” do que terminar a relação e vadiar na festa sozinho. Assim, finalizou a canção, então chamada de “What Was That Happened Thus of So Awful?” (com vários erros na letra como nesse título), que o deixou orgulhoso, pois há tempos que não compunha. Logo depois, o momento “claustro” dessa sexta de Carnaval rendeu mais inspiração, e Emmanuel Mirdad compôs “My Impossible Wife”.

– “Small & Dangerous” e “Deep” tem parentesco na letra. Embora a letra da primeira tenha vindo antes, a segunda foi composta e finalizada primeiro. Em 2002, a pergunta que intitulava “Small & Dangerous” foi surrupiada do seu refrão para o da recém-composta “Deep” – então chamada de “What Was That Happened So Freak?”. Como não havia previsão de compor melodia para o poema engavetado, Emmanuel Mirdad resolveu reciclar a frase “O que foi que aconteceu assim de tão medonho?” na nova canção. A partir de 2004, com “Small & Dangerous” finalizada, decidiu não modificá-las ou excluir uma das duas, e ambas contêm a frase espantada, cada uma de seu jeito.

– Com o título original e suas variantes, “Small & Dangerous” fez parte de repertórios “lado B” da The Orange Poem (2000-2007), mas nunca foi tocada pela banda. No dia 12/07/2006, acompanhada por “Someday I’ll Escape”, “Flowers to the Sun”, “A Reflex, A Nightmare”, “My Impossible Wife” e “Deep”, migrou para o repertório Sad Child.

– Como “What Was It That Happened That Was So Awful?”, “Small & Dangerous” fez parte do repertório do grupo folk Sad Child em 2006 (sem shows, só ensaios) e foi registrada numa demo, que não foi divulgada. Era o momento solo de Glauber Guimarães, que cantava com um grave muito bonito, a la Johnny Cash.

– “Curtas e Poemas” é uma versão de “Small & Dangerous” para piano solo, composta em 2008. Ouça aqui

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Seleta: Gipsy Kings

A “ Seleta: Gipsy Kings ” destaca as 90 músicas que mais gosto do grupo cigano, presentes em 14 álbuns (os prediletos são “ Gipsy Kings ”, “ Este Mundo ”, “ Somos Gitanos ” e “ Love & Liberté ”). Ouça no Spotify aqui Ouça no YouTube aqui Os 14 álbuns participantes desta Seleta 01) Un Amor [Gipsy Kings, 1987] 02) Tu Quieres Volver [Gipsy Kings, 1987] 03) Habla Me [Este Mundo, 1991] 04) Como un Silencio [Somos Gitanos, 2001] 05) A Mi Manera (Comme D'Habitude) [Gipsy Kings, 1987] 06) Amor d'Un Dia [Luna de Fuego, 1983] 07) Bem, Bem, Maria [Gipsy Kings, 1987] 08) Baila Me [Este Mundo, 1991] 09) La Dona [Live, 1992] 10) La Quiero [Love & Liberté, 1993] 11) Sin Ella [Este Mundo, 1991] 12) Ciento [Luna de Fuego, 1983] 13) Faena [Gipsy Kings, 1987] 14) Soledad [Roots, 2004] 15) Mi Corazon [Estrellas, 1995] 16) Inspiration [Gipsy Kings, 1987] 17) A Tu Vera [Estrellas, 1995] 18) Djobi Djoba [Gipsy Kings, 1987] 19) Bamboleo [Gipsy Kings, 1987] 20) Volare (Nel

Seleta: Ramones

A “ Seleta: Ramones ” destaca as 154 músicas (algumas dobradas em versões ao vivo) que mais gosto da banda nova-iorquina, presentes em 19 álbuns da sua discografia (os prediletos são “ Ramones ”, “ Loco Live ”, “ Mondo Bizarro ”, “ Road to Ruin ” e “ Rocket to Russia ”). Ouça no Spotify aqui [não tem todas as músicas] Ouça no YouTube aqui Os 19 álbuns participantes desta Seleta 01) The KKK Took My Baby Away [Pleasant Dreams, 1981] 02) Needles and Pins [Road to Ruin, 1978] 03) Poison Heart [Mondo Bizarro, 1992] 04) Pet Sematary [Brain Drain, 1989] 05) Strength to Endure [Mondo Bizarro, 1992] 06) I Wanna be Sedated [Road to Ruin, 1978] 07) It's Gonna Be Alright [Mondo Bizarro, 1992] 08) I Believe in Miracles [Brain Drain, 1989] 09) Out of Time [Acid Eaters, 1993] 10) Questioningly [Road to Ruin, 1978] 11) Blitzkrieg Bop [Ramones, 1976] 12) Rockaway Beach [Rocket to Russia, 1977] 13) Judy is a Punk [Ramones, 1976] 14) Let's Dance [Ramones, 1976] 15) Surfin' Bi

Oito passagens de Conceição Evaristo no livro de contos Olhos d'água

Conceição Evaristo (Foto: Mariana Evaristo) "Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda contemplou-se no espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar da sua face, viu a da outra. Do outro lado, como se verdade fosse, o nítido rosto da amiga surgiu para afirmar a força de um amor entre duas iguais. Mulheres, ambas se pareciam. Altas, negras e com dezenas de dreads a lhes enfeitar a cabeça. Ambas aves fêmeas, ousadas mergulhadoras na própria profundeza. E a cada vez que uma mergulhava na outra, o suave encontro de suas fendas-mulheres engravidava as duas de prazer. E o que parecia pouco, muito se tornava. O que finito era, se eternizava. E um leve e fugaz beijo na face, sombra rasurada de uma asa amarela de borboleta, se tornava uma certeza, uma presença incrustada nos poros da pele e da memória." "Tantos foram os amores na vida de Luamanda, que sempre um chamava mais um. Aconteceu também a paixão