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A jornada para escrever o romance oroboro baobá — Parte VIII (2020)


oroboro baobá” é o meu primeiro romance. Escrevê-lo foi um laboratório, um curso, um aprendizado. No post de hoje, a 8ª e última parte da jornada de criação do “oroboro baobá”, com o relato do que aconteceu em 2020: a 8ª e última disputa por prêmio, e o romance apanha mais uma vez; dou um basta do original na gaveta e resolvo publicá-lo por conta própria; a capa final é ilustrada por Max Fonseca; 500 dias depois, “oroboro baobá” é lançado no meu niver de 40 anos; acertos com a editora Penalux e o romance é impresso também; curiosidados e mais.


DISPUTA POR PRÊMIO [8ª VEZ]

Ano novo, última tentativa. E vai ser com o Prêmio Sesc de Literatura 2020! O romance “oroboro baobá” tá pronto desde fev/19. Mesmo assim, dou uma olhada e a única coisa que mudo no original para o prêmio é dar uma página de espaço, em vez de um enter [avalio que, apenas um espaço em branco entre os trechos com temporalidades e personagens distintos, é exigir demais do leitor, e eu não quero correr nenhum risco de confundir os avaliadores].

Espero chegar a data oroboro desse ano bissexto para poder efetivar a inscrição virtual. Prestenção:

02 02 2020

Viu? Leia de um lado, leia do outro, e o resultado é igual. O palíndromo está firmado, nessa beleza rara que é a data oroboro em um Dois de Fevereiro. Armaria! Demais para o meu coração baiano! Vivi esse dia mágico, que beleza! Para apimentar, devido ao bissexto, esse domingo, 02 de fevereiro de 2020, é o 33º dia do ano, restando 333 dias para concluir dois mil e vinte. Muita magia! Às duas e vinte e dois da tarde, no apê 703-B, faço a inscrição de “oroboro baobá” no Prêmio Sesc de Literatura 2020.

02 02 2020

oroboro baobá” vai ganhar! É muita bênção nessa inscrição, gente! 

Por conta da quarentena, passei a cozinhar. Esse é o registro do 1º almoço que fiz na vida [e ficou gostoso]

PANDEMIA & A JORNADA OROBORO

O novo coronavírus [SARS-CoV-2] esbagaça o mundo em 2020. Milhões de infectados, um milhão de mortos [em setembro]. No apê 703-B, me isolo com a mãe Martha, com mais de 80 anos, na terça, 17 de março de 2020. Quarentena quase total, exceto pelo supermercado [farmácia e banco eventuais]. Vida social interrompida. O namoro com Litza acaba. O meu negócio vai para o limbo [eventos sem aglomeração não existem]. Desafio imenso. E o mais importante: não se infectar e manter a saúde.

Viro cozinheiro e faxineiro. Não quero escrever um livro. Quero encerrar o ciclo do “oroboro baobá”. Na tarde do sábado, 28 de março de 2020, começo a escrever os textos e a elaborar os posts da série “A jornada para escrever o romance oroboro baobá”, de 2012 a 2020. A “biografia” do meu 1º romance, com riqueza de detalhes, fotos, evolução do texto, influências, o que estava fazendo/lendo/amando, etc.

Perda de tempo? Não me importa. Sou um memorialista, e isso me basta.

A cinematográfica Allée des Baobabs, em Madagascar, na pintura do artista malgaxe Rivo Razaf, baseada numa fotografia do também malgaxe Pierrot Men [garimpada daqui]

ADAPTAÇÃO PARA SÉRIE [6ª VEZ]

Sábado, 06 de junho de 2020, apê 703-B. Estou isolado há 82 dias e, via vídeo do WhatsApp, mato a saudade da querida Gabriela Leite, que continua morando na França. Mais de uma hora de papo depois, anoitece na Bahia, e eu faço a proposta de retomarmos o projeto de adaptar o meu romance numa série audiovisual. O diferencial: animação! Eita! Olha a sincronia lá da Usina do Drama [relembrando: fui matriculado na turma de animação tendo me inscrito em live action].

Gabriela curte a ideia, pois a animação é o foco do seu trabalho audiovisual desde que se mudou para a França. Injeto possibilidades, ficamos empolgados de novo! Yeba! Gabriela pondera que está cheia de trabalho, e que o processo pode demorar, tem receio que eu fique chateado com ela novamente. Tranquilizo-a: estou sem expectativa alguma. Tudo no tempo que deve ser, se for. Envio o original de “oroboro baobá” por e-mail.

Na noite da terça, 30 de junho de 2020, temos nova rodada virtual. Gabriela me informa que voltou a trabalhar com gastronomia, que tá com um tempo mais restrito ainda, e me pede para enviar uma versão em formato “livro caseiro”. Peço uns dias para editá-la [a que tenho está com a estrutura antiga, que eu não quero mais], e só consigo enviá-la na quinta 23/07/20. Agora, da minha parte, é aguardar o próximo chamado da diretora.

“Encontro você no oitavo round”, do carioca-capixaba Caê Guimarães, foi o romance vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2020

PERDE PRÊMIO [8ª VEZ]

Pela 3ª vez, entra junho e nenhum e-mail informando a glória. Bate a deprê. A tal bênção do 02 02 2020? Doce ilusão. Perdi, putz! Na manhã da sexta, 19 de junho de 2020, a confirmação: o meu livro toma fumo no Prêmio Sesc de Literatura [pela última vez]. Quem ganha é um capixaba nascido no Rio, o poeta Caê Guimarães, estreando no romance [quase] aos cinquenta anos. E do que se trata “Encontro você no oitavo round”? O site do Prêmio Sesc informa: “Em uma narrativa que trata de redenção, um pugilista se debate entre um incômodo zumbido e a memória de outra ocupação antes de se dedicar ao boxe. Dias antes da sua última luta, ele conhece uma jornalista disposta a desvendar o que o fez tomar o caminho dos ringues”.

PQP! Chega! Ligo o foda-se! Não vou mais aguardar a decisão de comissões! Chega de Prêmio Sesc ou qualquer outro! Vou lançar por conta própria, free no meu blog. É isso.

PS: Para piorar, o Prêmio Sesc de Literatura passa a não divulgar mais a lista dos finalistas. Ou seja, nunca vou saber qual foi o desempenho de “oroboro baobá”.

Allée des Baobabs pelo fotógrafo iraniano Amirreza Kamkar [daqui]

OROBORO VOCÊ MESMO

Já citei acima. Depois de apanhar oito vezes em prêmios, vou lançar o “oroboro baobá” no esquema “faça você mesmo”. Quero o trabalho do artista Max Fonseca para a capa [a minha ideia é fundar o símbolo do oroboro vegetal, formado não por uma cobra ou dragão, e sim pelo baobá Renala, na capa do romance]. E vou acertar com uma editora para poder ter o livro impresso também. Contudo, antes de meter a mão final no romance [e editorar o PDF e preparar os posts no blog], quero avançar na elaboração dos posts da jornada até 2020. Ou seja, finalizar “oroboro baobá” só em agosto [se a pandemia permitir que eu esteja vivo].


“ISO lamento”, música composta em 05/08/20, para retratar as angústias que sentia por conta da pandemia

REVISÃO EDITORIAL [13ª VEZ — FINAL]

Na tarde da terça 04/08/20, após 120 dias na função de escrever os posts da jornada, chego ao tempo corrente. Ufa! Consegui! Estou vivo, com saúde, não peguei a doença, e vivencio uma nova quarentena [quebrei o isolamento para ir à praia no domingo 26/07/20, após 131 dias quase trancafiado no apê], mas logo deixo de contar, porque é inevitável sair [porém, mantenho os cuidados todos e o pouquíssimo contato com outras pessoas].

Quarta, 05 de agosto de 2020, tarde. Depois de faxinar o apê 703-B e cozinhar pela manhã [e comprar no site Soupop a camisa com estampa oroboro para poder utilizar nas fotos de divulgação], e começar a assistir à série “Street Food: América Latina” na Netflix [curti, recomendo!], retomo a produção literária do romance “oroboro baobá”, passando a limpo no original as mudanças listadas em 14/05, 20/06 e 11/07/2020 [quando elaborava os posts da jornada, fui encontrando erros e alterações a serem feitas, como Huriǂoaxa, o nome nativo da Table Mountain].

Ajusto a estrutura dos trechos do original para o formato que disputou o Prêmio Sesc de Literatura 2020 [uma página de espaço, em vez de uma linha em branco] e, para aclimatar o leitor às várias temporalidades do romance, insiro a premissa “Ontem é hoje, amanhã é hoje, tudo o que nos forma é hoje” também no começo do livro, antes dos trechos, depois da epígrafe. Por fim, ajusto os números da página “Dados”, a incluir a banda neozelandesa Jakob [justiça feita, ouvi muito ao escrever em 2018] e atualizando os livros lidos. À noite, traduzo a agonia da pandemia compondo a canção “ISO lamento” [a última vez que compus foi em 2014].

Camiseta “Ouroboros”, por Tobe Fonseca, vendida pelo site Soupop, é a minha escolha para vestir na divulgação do romance

Quinta, 06 de agosto de 2020, manhã. Com a versão “livro caseiro” do romance [impressa em 2019] e uma caneta esferográfica preta [com a tampa trocada, na cor azul, de alguma perdida] em mãos, começo a 13ª revisão editorial de “oroboro baobá” [toda feita no apê 703-B], a última. Reviso quatro trechos durante o dia [tristeza pela perda do professor Jaime Sodré], a limpar excessos, readequar a estrutura de parágrafos e inserir novas criações, como o artesão pataxó ignorado pelos turistas racistas, o amigo da nativa [chefe de segurança que admira Gigante] e o xodó “Josias palpita que o tempo vai mudar, pois sente o cheiro de chuva no vento”.

Estabeleço a meta: terminar e publicar o romance no dia do meu aniversário de 40 anos, em 07 de outubro. Daí, me aplico na função workaholic, domingo a domingo, por 21 dias ininterruptos [07 a 27/08/20], a investir mais de 84 horas de trabalho para concluir a última revisão editorial de “oroboro baobá”.

Algumas novidades: Bartira alugando barraco no morro e trabalhando como lavadeira após sabotagem da madame [em 08/08/20]; troco as frutas: Miwa come uma manga em vez de laranja no posto [conexão com Benivalda], Sanfilippo toma um suco de laranja em vez de mangaba [em 10/08/20]; estrutura de versos para iniciar o contato do fantástico com a mortal Bartira, para causar uma diferenciação na narrativa [além de novos trechos como “‘Que lindo!’, Bartira suspira. Ela gira, gira, gira. ‘Quero dançar, também’, Bartira se anima. Ela se aproxima. Bartira não teme”], primeiro com Mopmadogara [em 11/08/20], e depois com Makonga e Mokamassoulé [em 14/08/20]; o filho deserdado que acusa o pai Mbamba de se comportar como um branco “que não merece a pele bem preta que tem”; o novo parágrafo [escrito do zero] do bisneto de Mbamba se tornando um assassino, gostando de matar e sendo atraído para a carreira de matador de aluguel [em 13/08/20].

A pandemia forçou o cancelamento da Flica 2020. Depois de nove edições ininterruptas, não teremos em outubro a 10ª edição da festa literária mais charmosa do Brasil. Que tristeza... E que impacto econômico horroroso, para nós, para o mercado e para a economia de Cachoeira e da região... Comunicado oficial aqui e aqui

Troco o estilo musical do niver de Paca [de funk carioca para pagode baiano] e insiro, no trecho que Bartira encontra e adota Miwa, a informação do ano de 1988, de maneira sutil: “a encomenda da festa do vereador Matoso Gazzinelli — ainda com o tema das Olimpíadas de Seul” [em 15/08/20]; invento que Rodriguez é um dissidente cubano [em 16/08/20]; duas novas falas de Dona Tonica [“Vou dar um pulo pro seu lado, amiga” e “Quero sentir a presença de Yemanjá no que me resta de vida”] e um grau na apreensão da matéria pelo olhar de Gigante: “a matéria se manifesta como espectros de luzes a bailar em ondas sonoras (...) a voz de Filosofalice é fragmentada em cristais de microtons” [em 17/08/20]; Miwa vai ao Santuário não mais para não fazer desfeita, e sim para conhecer o ponto turístico; o flautista vizinho da pensão de Dona Arminda passa de austríaco para holandês; escrevo “Para Gigante, tanto faz Montanha ou o que surgir” e  troco o começo da fala de Bip-bip para Xandão: “Finalmente, Montanha é o titular, parabéns por ouvir o clamor do povo!” [em 18/08/20].

O milenar símbolo “oroboro” na versão da arte de Tobe Fonseca

Troco infos para “Marcelino não permite desavenças entre os jogadores”, Montanha se recusa a sair na foto do time e Bip-bip aceita mudar as opiniões se “o investimento em publicidade nos seus programas” for ampliado [em 19/08/20]; decido não formatar o contato de Miwa com as entidades do mesmo modo que os trechos de Bartira, pois ela é semideusa, não precisa dessa diferenciação; insiro um vizinho boliviano de Marcelino no final do trecho sobre Trancoso; transformo um trecho em dois: Miwa encontra Dona Tonica na churrascaria & Miwa desabafa com Dona Tonica [em 20/08/20]; modifico a ordem dos verbos da escalada “o tempo” [no sonho de Miwa com o filho], passando a ser “flui”, “continua” e “jorra”; dou uma melhorada na provocação em Santaluz: “Rallex volta ao campo, assim que a partida recomeça, e manda beijos para a arquibancada. ‘Filho da puta!’, alguém grita”; passo a direcionar as reflexões de Moinho de Ouro [“assume o esquema 10-0-0” e outras] para Rodriguez; troco “cabra” por “nêgo” na fala do dirigente Gordo [em 21/08/20].

Este vídeo caseiro de Osmar Santos apresentando o campo do estádio de Santaluz me salva de cometer um erro crasso no romance. Ô, sorte!

Sexta, 21 de agosto de 2020, noite. No apê 703-B, relaxado no sofá, resolvo pesquisar na internet sobre os estádios presentes no romance. Há muito que escrevi esses trechos, e não revisei de maneira mais apurada. Na real, é um toque do astral para a obra não se lenhar. PORRA!!! O nome do estádio de Santaluz tá errado!!! Não é Nilson Rocha Bispo, como o Google informa, e sim Milton Góes. SASSINHORA!!! Já pensou se tivesse ganho o LeYa? Um prêmio gringo premiando essa bola fora, que vergonha! Armaria, ô, sorte, que bom que não ganhei e vou poder consertar esse erro crasso!

Pesquiso e assisto a vídeos no YouTube para conhecer o estádio Milton Góes [isso que dá não conhecer presencialmente as locações] e fazer as alterações nas cenas. Aproveito e pesquiso sobre o estádio em Porto Seguro, e percebo que não dá para a mosca descer da arquibancada e entrar no vestiário; ela tem que descer e atravessar o campo, pois o vestiário fica do outro lado da arquibancada. Afff... Reviso os trechos e anoto as mudanças a serem feitas.

Quando chego neste take do vídeo de Osmar Santos, “ÊÊÊÊPAAA!! O NOME DO ESTÁDIO É OUTRO, MEODEOS!!!”

Mais algumas novidades: alambrado lateral, a ambulância não entra mais em campo, Bogus ajuda a carregar o corpo de Sereno, confusão com os dirigentes nos fundos do campo e não mais na parte interna do estádio, a fuga de Montanha [“(...) se direciona à outra lateral do campo e (...) produz um salto olímpico (...) a superar o alambrado, atravessando a torcida sem tocar nas pessoas”] e outras alterações para readequar o estádio de Santaluz; refaço o começo do trecho “jogo de ida da semifinal” [troco a meia de Santaluz para azul], conserto o voo da mosca & outras alterações para readequar o estádio de Porto Seguro; insiro a roupa de Corumbá [“calça social e camisa de botão”] e troco o comentário sobre Robinson [de “esperança de passar no concurso para delegado” a “tira o chapéu e cospe no chão”]; em relação a Mbira, crio que Dona Tonica “se dedica ao menino como a um filho” [em 22/08/20]; troco “ladrão” por “homem” a referência ao personagem que mata o fotógrafo; após a delegacia, Juvêncio leva Montanha ao hotel, não mais ao restaurante [em 23/08/20]; insiro Gunilla usando luvas pretas para raptar Mbira, e faço novo final para o trecho: “Sob o céu azul, sem nuvens, nenhuma testemunha”; descrevo melhor o lado B do orfanato: “espaço restrito, de acesso proibido aos empregados e órfãos”; novo final para o trecho da saída de Mkini da aldeia: “Sem informar o destino”; troco a reação do garçom para: “(...) olha para Pedraluarez, faz que vai servir e atira três vezes em Marcelino” [em 24/08/20].


20 anos da minha composição “Last Fly” em 24/08/20, a música que originou o projeto e a banda The Orange Poem

Troco um lamento por “Bartira pensa em Dona Tonica e sente que deveria ter contado a verdade para a amiga”; Miwa e Mkini não são mais gêmeos dizigóticos, são originados por uma só semente de Mutujikaka; retiro a reflexão de Mensawaggo sobre o sentido pretendido pelo cristão ao ver o adesivo “Deus está no controle” [vou logo para o que interessa] e a selfie de Isidora com o caixão de Marcelino [em 25/08/20].

Na quarta 26/08/20, escrevo o xodó “um baobá cujas raízes são os galhos” no trecho da finalíssima do Amadô, para enriquecer a comparação de Montanha a um oroboro [“enrosca a matéria e consegue retornar”], e as novidades: “Ramón acerta a trave e cobre o rosto com a camisa”, “Digo Cabral se encaminha para a cobrança. (...) Calmamente, ajeita a bola na marca. Vidal se agarra à esperança” [para criar um clima no gol do título, com a torcida cantando em alta: “É campeão! É campeão! É campeão!”] e a fala de Bip-bip para marcar, de maneira sutil, o ano de 2010 nessa linha do tempo de Montanha: “É a vez dos novatos, minha gente! Primeiro, a Espanha fatura a sua primeira Copa do Mundo, e, agora, a nossa Porto Seguro ganha o seu primeiro Amadô, que é muuuito mais importante!”

Ainda nesse 26 de agosto, também marco, de maneira sutil, o ano de 2010 na linha do tempo de Miwa, Bartira & cia, no trecho logo após a finalíssima, assim escrito: “Bartira até que assiste a uns jogos da Copa do Mundo, por ser na África do Sul, desejando a presença de Miwa; a mãe acha que a filha iria curtir as reportagens sobre as terras que ama”.

JA-BU-LÃÃÃÃ-NIIII!! A bola da Copa do Mundo 2010, na África do Sul

Troco “Mas você fala?” por “Ô pêga! Você num é mudo?!” no susto do mototaxista com a fala de Mkini; insiro a maravilhosa expressão baiana “oxe, e é, é” numa fala de Marcelino e a referência sutil de 31 de outubro como “antevéspera do feriado de Finados”, para marcar a data em que Bartira encontra Miwa no mangue; novo final para o trecho da morte de Sanfilippo: “Após um período com os ex-sogros, Takeshi volta ao Japão”; troco a reação dos turistas ao verem Mihasoa e Miwa: “Turistas ignoram as mulheres na lagoa e tiram fotos dos baobás” [em 27/08/20].

No feriado de sete de setembro em 2018, dei fim no trecho que Nara Maxakali está em Salvador, descobre o paradeiro de Mkini e segue para reencontrá-lo. Nessa época, achava melhor para o romance manter o suspense sobre o que aconteceria ao negro Maxakali após o seu rapto por Dom Brito. Expliquei: “um gancho para a próxima temporada; herança do contista, prefiro deixar em aberto”.

Porra nenhuma! Fiquei insatisfeito, achando incompleto desde então. No arriar da cortina da última revisão editorial de “oroboro baobá”, final de tarde da quinta 27/08/20, resgato esse trecho, reviso-o e o insiro antes do trecho de Mihasoa com Miwa em Madagascar, com um novo final: “Nara não quer esperar o tempo do ônibus, prefere investir num táxi, tamanha a agonia para agarrar o seu filho Mkini, e telefona para Bartira: quer promover o reencontro dos irmãos. (...) — Miwa não está mais no Brasil...”.

Curiosamente, houve trechos sem mudança alguma, ficando iguais à versão de 2019: “Bartira avisa Benivalda que é mãe”, “origem de Nara Maxakali”, “Mkini é raptado por Mensawaggo”, “Sanfilippo rouba de Bip-bip a foto Miwa no santuário”, “Nara fala com a cacique”, “Nara e Luzia se estabelecem por um tempo em Mucuri” e “Mensawaggo leva Mbira para o Reino do Kongo; ele é adotado e criado como Mbamba”.

Olha só quanto risco eu fiz para finalizar o romance!

122 TRECHOS

Trabalhar no texto do romance de novo me faz mexer na estrutura dos seus trechos. Inevitável. E, agora, finalmente realizo a mudança final e encontro uma estrutura que me satisfaz. Em seis dias [19 e 20, 24 a 27/08/20], troco a ordem de 31 trechos, junto dois em um, e resgato da gaveta o trecho Nara descobre Mkini no Bahia, consolidando um total de 122 trechos do romance “oroboro baobá”. Confira quais são e a ordem abaixo:









A 10ª sugestão para a capa do romance é a definitiva: pedi para o designer, fotógrafo e artista visual Max Fonseca criar a versão “baobá” para o símbolo milenar do “oroboro” e ele criou essa beleza aí, o encontro das raízes com os galhos a formar uma galáxia. Viva o oroboro de baobá!

CAPA [10ª VEZ — FINAL]

Em maio de 2016, completamente absorvido pela tela “Oxumarê: o sonho da serpente”, formo com ela a 5ª sugestão de capa, a 1ª vez que cogito um trabalho de Max Fonseca para ilustrar o romance. Giramundo acontece, e, como já mencionei mais acima, em 2020 firmo que a capa será do comparsa [novamente], só que a ideia é fundar o símbolo do oroboro vegetal, formado não por uma cobra ou dragão, e sim pelo baobá Renala.

Domingo, 03 de maio de 2020, tarde. Via vídeo do WhatsApp, com Max na Suíça e eu no apê 703-B, pré-acertamos o trampo. No dia seguinte, envio o original de “oroboro baobá” [dessa época] por e-mail, fotos da Renala desfolhada e um modelo do símbolo que eu quero. Max informa que está em final de semestre, muito ocupado, e que vai ler aos poucos, nas pausas, e dará notícias mais à frente.

E-mail para Max Fonseca

Terça, 07 de julho de 2020, apê 703-B. Via WhatsApp, mando uma mensagem para Max: “Irmão, bom dia, td bem por aí? Perdi no concurso e preciso organizar a publicação do romance. Me digaê” [o concurso era o Prêmio Sesc]. Final de tarde, nos acertamos. Na quarta 12/08/20, sempre pelo WhatsApp, ele revela que é “bem difícil como forma!!” e me manda uns esboços; conversamos sobre e eu oriento o que mudar.

Quinta, 27 de agosto de 2020, às 07h52, chega mensagem com a capa completa. Eu aprovo e peço mais versões com o direcionamento do símbolo, além da melhora na visualização da premissa na contracapa. Meio-dia e vinte, Max envia três opções para a capa: a) título embaixo e oroboro com a fusão dos ramos com as raízes no sentido do Nordeste; b) título em cima e oroboro com a fusão ao Nordeste; c) título embaixo e oroboro com a fusão ao Sul. Respondo: “Sobre a capa, vou deixar aqui matutando pra escolher. Qual é a sua predileta?”. E Max prefere a opção “b”.

Escolho a minha opção e resolvo fazer uma sondagem com os amigos. Coincidentemente, o placar final é de 7 a 3 para a opção “c”, a que escolhi. Na sexta, 28 de agosto de 2020, às 09h, Max Fonseca envia a capa e contracapa de “oroboro baobá” por e-mail. No sábado 29/08/20, envia os flyers por e-mail e eu efetuo o pagamento. Estou muito contente e satisfeito com o resultado final. Ficou muito linda a capa!

Max Fonseca entrega a capa e contracapa de “oroboro baobá”

Max Fonseca entrega os flyers de divulgação

PERTO DO FIM

Mesmo com a revisão editorial concluída, não me sinto seguro de afirmar o fim do romance. Então, resolvo dar a última olhada, como leitor, e não editor. Em dez dias [01 a 05 + 07 a 10 e 14/09/20] todos no apê 703-B, invisto mais de 28 horas de trabalho para ler e deixar “oroboro baobá” no ponto!

Das alterações e acréscimos que faço, só registro a inserção de referências históricas [na quarta 09/09/20] para marcar as datas de nascimento de Benivalda, Dona Tonica e Bartira, todas ligadas ao futebol: “em Montevidéu, no Estádio Centenário, a seleção do Uruguai bate a Argentina e ganha a primeira edição da Copa do Mundo, de virada” [Benivalda nasce em 1930, mas antes da final da Copa]; “em Minas Gerais, na cidade de Três Corações, vem ao mundo o menino Edson Arantes do Nascimento, o Pelé” [Dona Tonica, 23/10/1940]; “na antevéspera do Maracanazo — a derrota da seleção brasileira de futebol, na final da Copa do Mundo, para a equipe do Uruguai, de virada” [Bartira, 14/07/1950].

A contracapa do romance por Max Fonseca

NA FUNÇÃO DO LANÇAMENTO

Manhã da quinta 20/08/20, via celular, acerto com um escritor amigo [que prefere não ser identificado] a criação do release para o lançamento do romance. Entretanto, não quero um release comum, e mais um texto síntese que tente explicar a obra para os leitores e atiçar a curiosidade deles. O amigo topa o desafio, e eu envio o original por e-mail na quinta 27/08/20.

Terça, 01 de setembro de 2020, manhã. Por conta da pandemia, decido fazer as fotos de divulgação no home office do apê 703-B, com o meu celular mesmo, apoiado no monitor do PC, com os meus livros de cenário ao fundo. Justo! É o registro do local em que mais escrevi no romance [quase todo o processo]. Vestido com a camisa da Soulpop, faço algumas poses e zéfini.

A foto que escolhi para a minha edição de “oroboro baobá”

Sexta, 04 de setembro de 2020, manhã no apê 703-B. Para divulgar a capa do romance, decido criar um post sobre o símbolo “oroboro” e a versão inaugurada pelo livro & desenhada por Max Fonseca. Então, escrevo um texto e gosto do resultado. Melhor parte: “oroboro é o símbolo da conexão da boca com a cauda, da cabeça com o pé, dos galhos com as raízes, o início com o fim e/ou o fim com o início. É o círculo que se consome, que gira em eterno movimento, em continuidade incessante, a ida e a volta, morte-vida & vida-morte. O tempo como roda e não lança. Tudo ao mesmo tempo agora; futuro e passado, tudo é presente. (...) Dizem que o símbolo tem origem no Egito Antigo, representado pela cobra que come o próprio rabo. Tradicionalmente, o oroboro é uma serpente, mas há versões como dragão. Sempre um animal. Daí, a inovação do romance: um oroboro vegetal, um oroboro de baobá”.

Terça, 15 de setembro de 2020, às duas da madruga, chega o e-mail do amigo com o texto sobre o romance. Pela manhã, via celular, conversamos e afinamos as alterações. À noite, ele envia o definitivo [a 15 dias do lançamento, publico um post com o release no blog e divulgo nas redes sociais]. Confere o presente que ganhei:

O belo texto sobre oroboro baobá que ganhei de presente. Ô, sorte!

Em 27 dias [28 a 31/08 + 01 a 04 + 06 a 19 + 21 a 23 + 27 e 28/09/20], invisto 77 horas de trabalho para editorar o PDF de “oroboro baobá”, que vai ser disponibilizado para download no dia do lançamento, 07 de outubro. Fico feliz por conseguir finalizar o material no prazo [na terça 01/09/20, invisto sete horas e meia de trabalho nessa função], e contente com o resultado.

Em oito dias [16 a 19 + 21 a 23 + 28/09/20], invisto mais de 37 horas de trabalho para gerar uma imagem de cada página de “oroboro baobá” [um total de 354 imagens], fazer o upload no blog e elaborar os 125 posts relacionados ao romance, entre outras funções, para preparar o lançamento em 07 de outubro [mais uma vez, fico feliz por conseguir concluir a tempo — na quinta 17/09/20, invisto sete horas e meia de trabalho nessa função — e contente com o resultado].

Lançamento de “oroboro baobá” em 07/10/2020

500º DIA OROBORO
ROMANCE NO NIVER [4ª VEZ — FINAL]
OROBORO BAOBÁ [20ª VERSÃO — FINAL]

Na quarta, 07 de outubro de 2020, estreio nos 40 anos. É a 4ª e última vez que invisto o meu niver no trabalho de “oroboro baobá”. Diferente de 2014 e 2016, mas com um empenho semelhante a 2018: finalizar a obra hoje. Marcar o sétimo dia de outubro como a data do romance.

Galo madrugador que sou, às cinco da manhã já estou na função, apê 703-B, tudo para sagrar o horário de 07h10 no arquivo do original. Faço uma leitura dinâmica e não encontro problemas. Fecho a contabilidade e concluo a produção literária de “oroboro baobá”, salvando o arquivo no horário desejado.

Recebo parabéns de pessoas queridas e saio andando pelo meu bairro atrás de uma banca aberta, até que consigo comprar exemplares do jornal Correio na banca Ponto 7: preciso guardar esse presentão; uma matéria sobre o lançamento de “oroboro baobá” no dia dos meus 40 anos. Uau! Estou muito, muito, muito feliz!

“oroboro baobá” no jornal Correio em 07/10/2020

Quarta, 07 de outubro de 2020. Ou 500º dia de trabalho em “oroboro baobá”. O último dia, que também é o dia do lançamento. Marcado para às 11h14, não consigo postar todos os trechos a tempo [a romaria atrás do jornal me atrapalhou]. Publico os posts, upload do PDF no Google Drive e Mediafire, divulgo nas redes às 12h12. Viva!!! É a 20ª versão do romance que vai ao mundo, a definitiva [leia aqui]. Yeba! TERMINOU, PORRA!!!

Almoço no apê 703-B panquecas feitas por mãe, na sua companhia. Mais parabéns de pessoas queridas via celular. De volta à função, faço o upload das páginas do romance num álbum da minha fanpage e, coincidentemente às 16h20, publico “oroboro baobá” também no Facebook [leia aqui]. Consegui! Tá no mundo!

Careteiro na foto de divulgação do romance

OROBORO BAOBÁ NA PENALUX

Na terça 07/07/20 [mesma data em que acerto Max Fonseca para a capa da minha edição], à noite, telefono para o editor Wilson Gorj, da Penalux [amo o slogan dessa editora paulista: “Porque livros iluminam”]. Começo a fazer uma proposta de parceria, para eles publicarem “oroboro baobá” sem custo para mim, com o objetivo de disputar os principais prêmios e, caso ganhe, rachar a premiação em dinheiro, só que a conversa se alonga, Wilson me explica como funciona e eu mesmo ponho em cheque se o romance é um concorrente à altura de ser premiado. Não dou seguimento à proposta.

No mês seguinte, já de volta à função do livro, penso que é importante participar da disputa sim, e, mais importante, presentear as pessoas que foram importantes nessa jornada com um exemplar impresso de “oroboro baobá”. Na terça 11/08/20, envio mensagem via WhatsApp para Wilson, solicitando a proposta de publicação, que ele prontamente envia por e-mail, dizendo não ser mais possível realizar esse ano.

A editora com o melhor slogan do mundo!

Daí, na noite da quarta 12/08/20, via celular, insisto com Wilson para tentarmos a publicação em 2020 ainda. Devido à pandemia, a quantidade de publicações deve ter diminuído; com menos concorrência, melhor para a disputa. Sugiro que ele analise a obra, junto com o seu sócio Tonho França, e certifique a qualidade, se vale a pena investir para disputar os prêmios. O editor topa [mesmo não sendo a versão final].

Segunda, 17 de agosto de 2020, manhã. Envio, por e-mail, o original de “oroboro baobá” para a Penalux avaliar [revisado apenas até a pg 77]. Na quinta 20/08/20, os editores aprovam o original do romance. Acertamos os pontos e vamos tentar publicar em 2020 ainda. Yeba! Eu assumo o risco do investimento de uma tiragem de 50 exemplares [com o preço de venda de R$ 48,00 cada]. Tenho o prazo de até 15 de setembro para enviar o original e as demandas que eles me solicitaram.

A editora Penalux aprova “oroboro baobá”

Demandas para publicar “oroboro baobá”

Na sexta, 28 de agosto de 2020, apê 703-B, assino contrato com a Penalux para a publicação de “oroboro baobá” pela manhã [continuo no gás para terminar o original, tanto pela meta de lançar a minha edição no niver, quanto para viabilizar o romance impresso ainda em 2020] e, à tarde, envio as informações sobre o que desejo para a capa dessa edição.

Contrato assinado com a Penalux em 28/08/20

As minhas sugestões para a capa da edição Penalux de “oroboro baobá”

Depois de uns dias matutando, e de começar a assistir ao estranho e interessante filme “Buster’s Mal Heart” [escrito e dirigido pela norte-americana Sarah Adina Smith], defino o excerto para a contracapa da edição Penalux de “oroboro baobá”, na manhã do domingo 30/08/20 [e envio por e-mail aos editores]: o final do trecho ensaístico “Bahia pai canalha”, que o jornalista Sanfilippo escreve “com os pés dentro do rio Caraíva, a saborear um suco de laranja”.

Dentre as várias opções, pensei como um editor e escolhi esse trecho para a contracapa

Na quarta 02/09/20, envio para a Penalux seis opções de foto para eles escolherem a que será publicada na orelha, e esse texto como bio:

Baiano de Salvador (1980), formado em Jornalismo pela Ufba, é autor de “oroboro baobá” (romance, 2020), “O limbo dos clichês imperdoáveis” (contos, 2018) e “Quem se habilita a colorir o vazio?” (poemas, 2017). Produtor cultural desde 1999, é criador e coordenador geral da Flica (Festa Literária Internacional de Cachoeira) e sócio-diretor da produtora Cali. Compositor e produtor da banda de rock psicodélico progressivo The Orange Poem e do projeto de psy-prog-reggae Orange Roots. Mantém o blog “O lampião e a peneira do mestiço” (elmirdad.blogspot.com).

Às 11h25 da quinta, 15 de setembro de 2020, envio por e-mail o original de “oroboro baobá” para a editora Penalux, bem no último dia do prazo. Ufa! Consegui! Caso houver alguma alteração, tenho tempo de consertar até eles fecharem o miolo [deve ser em outubro]. Exponho a dificuldade com a orelha: a escritora pretendida não entrega no prazo. Então, o amigo escritor autoriza o uso do texto do release como a orelha do romance [mais uma vez, ele pede sigilo]. Envio para a Penalux por e-mail e zero as pendências na sexta 16/09/20.

Todo o material de “oroboro baobá” entregue na Penalux

Na manhã da segunda 05/10/20, a Penalux envia a capa e o miolo do “oroboro baobá”, uma criação do designer editorial Guilherme Peres. Lamento não ter outra representação do símbolo oroboro no formato baobá como queria, mas aprovo a capa. O miolo? Faço uma revisão detalhada [em 05 e 06/10/20, manhã e tarde], repleta de comentários no PDF, e envio por e-mail.

Terça, 20 de outubro de 2020, manhã. A Penalux envia, por e-mail, a capa final e o miolo corrigido. Infelizmente, “não foi possível aplicar todas as minúcias apontadas”, eles informam. Para não me chatear, confiro apenas os principais consertos e solicito mais dois, o que prontamente é atendido e eu aprovo para envio à gráfica. Yeba! “oroboro baobá” no mundo como versão impressa também!

Capa completa da edição Penalux de “oroboro baobá”,
por Guilherme Peres

AGRADECIMENTOS [FINAL]

Pela leitura atenta, criteriosa e generosa do original deste romance (em versões anteriores), repleta de dicas, palpites e orientações preciosas, a impressionar pela riqueza de detalhes e páginas de comentários, agradeço aos amigos escritores Tom Correia (2018 e 2017), Wesley Correia (2017) e Carlos Barbosa (2016).

Também agradeço, pela leitura do original deste romance (em versões anteriores) e as dicas valiosas e generosas, às amigas Sarah Fernandes, Mônica Menezes, Gabriela Leite, Daisy Andrade e Eli Campos, e ao amigo Elieser Cesar. Por correções e informações específicas, agradeço à revisora Acácia Melo Magalhães e à Mary del Priore, Mayrant Gallo, Filipe Sousa, Flávio Bustani e Lorena Hertzriken. Pelo incentivo à carreira literária, agradeço especialmente à Martha Anísia, minha mãe, e à Kátia Moema, minha irmã.

Celebro a linda ilustração (representação visual inédita do símbolo oroboro como um vegetal) e a arte da capa & contracapa produzidas pelo amigo designer, artista visual e fotógrafo Max Fonseca.

Por fim, pela oferta generosa de dicas, palpites e orientações, agradeço, também, à Litza Rabelo (2019), Miria Cachoeira (2018), Susan Kalik e Marcelo Oliveira (2017), Fabrício Mota, Victor Mascarenhas e Márcio Cavalcante (2015), Sara Galvão e Gustavo Castelucci (2014), Darino Sena, Ivan Dias Marques, Tabajara Ruas, Aurélio Schommer e Carlos Henrique Schroeder (2013), e Ana Gilli (2012).


CONTABILIDADE 2020

Em 2020, investi 121 horas em 34 dias [agosto a outubro] para finalizar “oroboro baobá”.

18ª fase
121h | 34 dias
Agosto a Outubro de 2020
[Romance “oroboro baobá”]


CURIOSIDADOS

Começo a jornada numa terça-feira, em julho de 2012. Eu nasço numa terça de outubro, em 1980. A sincronia opera, e o dia predileto para trabalhar em “oroboro baobá” é justamente a terça, dia de Oxumaré, o orixá que anuncia o fantástico para mim e inspira a criação de Mutujikaka, a divindade guardiã. São 79 terças-feiras investidas no romance. Que beleza! Outros dias “oroboro baobá”: 78 segundas, 77 quartas e 76 quintas [o dia com menos trabalho no romance é o domingo, com 55 ocorrências].

A data em que mais trabalho em “oroboro baobá” é 13 de Junho, aparecendo por 5x nos anos de 2013, 2015 a 2018. Acho graça em saber que o dia de Santo Antônio surge dessa maneira na jornada, pois é o santo que a minha tia Regina é devota fervorosa, e sempre pediu para que ele me protegesse. Com quatro ocorrências cada, destaco também as datas de 07 de Outubro [2014, 2016, 2018 e 2020], 17, 22, 23 e 24 de Janeiro [2015, 2017 a 2019], 01, 02, 03 e 05 de Setembro [2015, 2016, 2018 e 2020], 11 e 12 de Junho.

O mês de mais trabalho em “oroboro baobá” é o primeiro do ano, com o verão baiano estalando lá fora: o caprico-aquariano Janeiro, com mais de 363 horas de trabalho investidas em 85 dias, espaçados em cinco anos [2018 (+de 147h em 29d), 2017 (+de 80h em 20d), 2015 (+de 66h em 19d), 2019 (+de 61h em 15d) e 2016 (+de 7h em 2d)]. Inclusive o mês de janeiro de 2018 detém o recorde de mais trabalho: mais de 147 horas investidas em 29 dias [esse corre todo para juntar as duas versões de 2017 numa só, a tempo de concorrer ao Prêmio Sesc, que nem fui finalista].


Outros meses “oroboro baobá”: o virgo-libriano Setembro [mais de 277 horas em 70 dias (2016, 2018, 2015 e 2020)], o leo-virginiano Agosto [mais de 219 horas em 58 dias (2016, 2020, 2018, 2013, 2017 e 2015)] e o gemini-canceriano Junho [mais de 213 horas em 56 dias (2017, 2016, 2013, 2015 e 2018)]. O mês com menos trabalho no romance é o escorpio-sargitariano Novembro, com um pouco mais de 14 horas em 09 dias [2016, 2013, 2015 e 2014], sempre uma sobra da finalização em outubro, algum conserto que aparece de última hora — assim como Dezembro, com um pouco mais de 15 horas, também em nove dias.

O ano de mais trabalho em “oroboro baobá” é o ano do macaco [o mesmo em que eu nasci, em 1980], de Oxalá e Iemanjá, o ano do golpe no Brasil: 2016, com 577 horas e 40 minutos de trabalho [30,15% do total] investidos em 133 dias. É quando o fantástico se anuncia, e crio as entidades, a divindade, e muitos trechos que amo demais. E também é a consolidação da parte do futebol, e o elo entre o masculino e o feminino, etc. É, de fato, o principal ano de criação em “oroboro baobá”.

Outros anos “oroboro baobá”: o da cabra 2015 [mais de 394 horas em 107 dias], o do cachorro 2018 [377 horas em 93 dias] e o do galo 2017 [mais de 183 horas em 52 dias]. Tirando o do dragão 2012, em que apenas em um dia escrevo o esboço original, o ano com menos trabalho no romance é o do cavalo 2014, com mais de 35 horas em 14 dias.

Aos 40 anos, todo feliz com os meus cinco livros
digitais em versão “livro caseiro”

Os cinco dias em que mais trabalho em “oroboro baobá”:

1) 16 de fevereiro de 2015, uma segunda de Carnaval, com 09 horas de trabalho, manhã & tarde, dedicadas ao roteiro do longa “Muralha” [crio a cena do jantar entre bandidos, o original do jantar no iate em que Marcelino é assassinado];

2) 18 de abril de 2016, outra segunda, com 08 horas e 50 minutos, da manhã à noite, dedicadas à versão “Muralha” de 2016 [em que escrevo o original do xodó “O coronel (...) convence profissionais a dedicarem as suas competências em prol da ampliação e manutenção do império de uma só família”, entre outros];

3) 18 de agosto de 2016, uma quinta de Olimpíadas, com 08 horas e 40 minutos, da manhã à noite, dedicadas à versão “Muralha” de 2016 [em que escrevo várias contribuições, principalmente sobre Dona Tonica (a sua origem, a relação com Ranolfo), e também a morte de Mbamba];

4-5) 08 de fevereiro de 2015, um domingo, com 08 horas e 30 minutos, manhã & tarde, dedicadas ao roteiro do longa “Muralha” [revisão geral de cenas];

4-5) 22 de janeiro de 2018, mais uma segunda, com 08 horas e 30 minutos, manhã & tarde, dedicadas à versão “Yeba-Miwa! O enigma de Mutujikaka” [em que escrevo várias contribuições, como a troca para Miguelito “Moinho de Ouro” e o trecho-xodó de Miwa na infância interessada pela África].

Capa da edição Penalux de “oroboro baobá”, por Guilherme Peres

Ao fim de 1.914 horas em 500 dias, concluo “oroboro baobá” com 60.061 palavras e um investimento de R$ 154.011,00 [divididos em: R$ 153.120,00 de horas de trabalho e R$ 891,00 de revisão]. Contando por dia de trabalho de 6h, são 319 dias, mais ou menos 16 meses direto escrevendo [numa semana de trabalho de cinco dias].

O lançamento de “oroboro baobá” em edição própria no meu blog me custa R$ 9.173,33 de investimento, sendo R$ 6.160,00 editorando o PDF [77 horas em 27 dias] e R$ 3.013,33 gerando as imagens e criando os posts no blog [37h40 em 8 dias].

Começo a elaborar os posts sobre a jornada de escrever “oroboro baobá” no sábado, 28 de março de 2020, e, em vez de começar um novo livro [por conta do isolamento na pandemia], dedico-me a registrar esse precioso processo de aprendizagem [sempre no apê 703-B]. De março a novembro [com uma pausa entre 05/08/20 e 27/09/20], invisto 138 dias nessa função, concluindo os textos na quarta, 04 de novembro de 2020. O arquivo original é finalizado com 390 páginas [sem contar as diversas imagens e várias páginas das versões & outros divulgadas no blog]. Valeu demais, “oroboro baobá”! Yeba!

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