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A jornada para escrever o romance oroboro baobá — Parte VII (2019)


oroboro baobá” é o meu primeiro romance. Escrevê-lo foi um laboratório, um curso, um aprendizado. No post de hoje, a 7ª parte da jornada de criação do “oroboro baobá”, com o relato do que aconteceu em 2019: adeus aos capítulos, tudo numa leva só; mudança no título para “oroboro baobá”; última troca de nomes de personagens [Mihasoa, Pedraluarez...]; revisão editorial em sequência até zerar as pendências e “finalizar” o livro; penúltima versão do romance; último registro na Biblioteca Nacional; frustração imensa de não ter ganho o Prêmio LeYa [ninguém foi premiado esse ano]; e muito mais.

Janeiro de 2019. Celebro a árvore soberana, o pilar da conexão que faz da Casa de Dora, em Itacaré, um lugar especial, mágico

SESC OU LEYA?

De volta do réveillon em Itacaré, Bahia, começo a editar o original do romance “Tudo o que nos forma é hoje” na quarta, 09 de janeiro de 2019, apê 703-B, de acordo com o formato do Prêmio Sesc de Literatura 2019. No dia seguinte, concluo e inscrevo virtualmente o romance. Será a 3ª vez que disputarei o Prêmio Sesc — só que não.

Devido à surpreendente vitória do escritor Itamar Vieira Junior, que ganhou o Prêmio LeYa 2018 com o seu romance “Torto arado”, e foi catapultado do lugar obscuro de autor baiano para o prestígio de autor internacional, ganhando uma projeção incrível, eu fiquei radiante para inscrever o meu na edição 2019 do prêmio português [estava na minha mira há anos, mas eu sempre o evitara; agora, estava empolgado]. Na sexta 11/01/19, decido inscrever o romance também no Prêmio LeYa.

Só que... Ando a revisar editorialmente o 1º livro de contos do amigo escritor Wesley Correia. É sempre um encontro bem interessante no seu apê, em que, além do trabalho literário, trocamos ideias sobre cultura em geral, várias resenhas e risadas. Numa dessas, Wesley me mostra um dos livros finalistas do Prêmio Sesc de Literatura 2018. Eu não acredito no que leio. Avalio como muito ruim. Penso que não havia como perder a vaga de finalista para essa obra. Wesley concorda. Fico puto e acho que fui prejudicado. Tomo raiva do prêmio e decido não concorrer esse ano. Vou me dedicar apenas ao Prêmio LeYa.

O amigo pondera: é muito difícil, quase impossível, que os portugueses premiem dois baianos na sequência. Concordo com ele, mas devo manter a esperança. E me afastar de sofrer com uma desgraça dessa, perder a vaga na final para um livro ruim. Na tarde da quarta 16/01/19, cancelo a inscrição de “Tudo o que nos forma é hoje” no Prêmio Sesc de Literatura 2019.

No apê do amigo Wesley Correia, a revisar editorialmente os seus contos em jan/19

TUDO NUM CAPÍTULO SÓ

Sexta, 11 de janeiro de 2019, tarde no apê 703-B. Bom, se vou concorrer ao prestigiado prêmio internacional, que teve até edição sem premiar livro algum, preciso dar “uma requintada” no romance. E o que seria isso? Bem, viajo nessa: como o título “Tudo o que nos forma é hoje” é a premissa “filosófica”, o livro não pode ser dividido em capítulos, e sim apresentado num capítulo só, passado, presente e futuro. Gosto! É isso! Retomo, então, a produção literária do romance, com essa meta de juntar tudo.

Na real, não é só juntar os capítulos na ordem atual. Aproveito para mexer em tudo: vou elaborar uma nova ordem/estrutura e, para separar os trechos, apenas um espaço em branco, nenhum símbolo gráfico. Começo assim: o cap. 1 com a maior parte do 8 + cap. 2 & o final do 6. Por fim, reviso os trechos [o processo: juntar e revisar]. Em três dias [12 a 14/01/19], invisto mais de 13 horas de trabalho e concluo as fusões [todas feitas no apê 703-B].


NOVO TÍTULO [15ª VEZ — FINAL]

Segunda, 14 de janeiro de 2019, tarde. No apê 703-B, após fundir os capítulos, avalio que “Tudo o que nos forma é hoje” é um título fraco para disputar o Prêmio LeYa; dá impressão que é autoajuda. Vixe! Tô fora! Três da tarde, penso em como manter a premissa “filosófica” no título.

Catorze de janeiro. Um ano atrás, de madrugada, o oroboro se anuncia ao romance. A cobra que engole o próprio rabo para a capa do romance. Giramundo, giramundo, catorze de janeiro, de novo. Um ano depois, descarto as opções pesquisadas e, às 15h40, defino que o oroboro vai para o título. Mas não a sua representação comum, com animais [cobra ou dragão]. É um oroboro vegetal! A Renala se anuncia. Firmo, com o gosto, na 15ª tentativa, o título definitivo para o romance: oroboro baobá [fruto do capricorniano 14 de janeiro]. Com caixa baixa, todo em minúscula, para ter o efeito “palíndromo” mais exposto. Yeba! Viva! Tô felizão pela escolha!

No resto da tarde dessa segunda 14/01/19, reviso todos os trechos com as entidades e a divindade, e pesquiso todas as ocorrências da palavra “dia”, trocando-a por outra ou a cortando.

PS: Felizão, anuncio o novo título para o amigo Wesley Correia, entusiasta do romance, mas ele não gosta e reclama. Firme, digo para se acostumar, que não vai mudar mais.

Amo criar [cheio de ideias, sempre!]

A ÚLTIMA ESCRITA

Tá certo que tenho de escrever umas coisinhas [além dos cortes] para poder dar sentido à nova estrutura do romance, como no trecho “[...] a patroa prefere o seu serviço e se sente desafogada por não ter mais de pesquisar e contratar uma substituta provisória”, mas considero apenas um trecho como a derradeira criação, a última escrita em “oroboro baobá”.

Não tenho a data precisa, mas lembro do incômodo ao reler o trecho de Marcelino na prisão. Tá esburacado esse troço! E olhe que o original é lá de 2013 [“virou o Marceleza da Aldeia, preso duas vezes, que se proclamou crente pra sair da cadeia, onde aprendeu a fazer gol como poucos”]! Quantas vezes reli, revi, revisei e alterei? Uma porrada! Só agora, nesse verão de 2019, que consigo resolver o problema dessa história mal contada na cadeia. Entonces, finalmente há lógica na inserção do playboy bad boy bom de bola no tráfico.

PS: A criação se concentra no 1º parágrafo abaixo [exceto o método “evangélico”, ideia antiga]; o 2º é uma readequação do trecho já escrito.


FAXINAÇO DE VERÃO

Em quatro dias [15 a 18/01/19], todos no apê 703-B, invisto mais de 13 horas de trabalho na função do faxinaço [ou revisão dos mais de cem trechos do romance]. Algumas novidades: pesquiso todas as ocorrências das palavras “ano”, “semana”, “mês”, “década”, “século”, “hora”, “minuto” e “segundo”, troco-as por outras ou as excluo [o tempo é um só, não há divisão — que doideira!], e mexo em palavras específicas ao longo do romance na terça 15/01/19; já que tudo o que nos forma é hoje, retiro todas as datas do romance na quarta 16/01/19; modifico a ordem de alguns trechos e mexo em palavras ao longo do texto na sexta 18/01/19; retiro as notas que restam [sobre a Revolução de 30, o goleiro Barbosa, a pronúncia de Misara e a OIT, quais são os países do sul da África e a fala de Nelson Mandela sobre a Table Mountain], deixando apenas a nota sobre o nome Miwa — e a nota sobre os Lanceiros Negros e o Massacre de Porongos, transfiro para o corpo do texto [não tenho a data precisa].


ADIÓS, DEDICATÓRIAS

Após a curtição “Super Lua de Mel” em Itacimirim com a namorada Litza Rabelo [três dias maravilhosos de praia, piscina e muito amô & sintonia], de volta ao apê 703-B para concluir a revisão dos mais de cem trechos do romance em dois dias [22 e 23/01/19]. Na função “filosófica”, doidice desse verão, mexo na palavra “tempo” ao longo do texto. E, na manhã da quarta 23/01/19, dou fim às dedicatórias do romance.

Avalio que dedicar a obra é um comportamento brega. Talvez uma camuflagem do meu egoísmo. Talvez tenha contabilizado esse esforço hercúleo de escrever “oroboro baobá” só na minha conta. Talvez seja chateação com o sumiço de Sarah [não temos mais contato, nem como amigos]. Enfim, adiós, dedicatórias. PS: Nesse embalo, reformulo a página “Agradecimentos”.

No mangue de Itacimirim, dias inesquecíveis de muito amô em jan/19. Foto: Litza Rabelo

TROCA DE NOMES

Última chance para o texto, decido trocar nomes também. Na sexta 25/01/19, faço uma “homenagem” ao Pedro Álvares Cabral, e rebatizo o apelido criminoso do português Dom Brito para Pedraluarez [uma das versões para o nome do achador do Brasil], bem mais suntuoso que o simplório Patrão. Ainda nessa tarde #sextou, modifico o nome do zagueiro Rolex para Rallex, para evitar complicações com a marca [assim como trocara o Moleskine de Sanfilippo por “caderninho” no meado de 2018].


Na quarta 30/01/19, resolvo uma pendência antiga [já andava descontente com esse estrangeirismo] e troco o nome do programa “The Flash no Esporte” para “Rapidão do Esporte”, muito mais a ver com Bip-bip e a pegada baiana no jornalismo esportivo — modifico também o slogan do programa, de “Ágil, dinâmico e interativo” [desde 2015] para “Ágil, interativo e polêmico”.


Por fim, na segunda 18/02/19, véspera do aniversário da namorada Litza, decido trocar o nome de Misara [avalio que a sonoridade não parece ser de Madagascar]. Pesquiso nomes malgaxes para mulheres, seja no São Google, ou no Facebook. Yeba! Encontro um bem bonitinho [gostei mesmo!]: Mihasoa, a mãe de Miwa e Mkini, fechando a tampa dos personagens de “oroboro baobá” [todas essas trocas são feitas no apê 703-B].


REVISÃO EDITORIAL [10ª VEZ]

Na manhã da quinta 24/01/19, dou início a 10ª revisão editorial do romance [toda feita no apê 703-B], via celular, como nas últimas vezes. É a nova leva do método estabelecido em 2018: farei a revisão editorial de todos os trechos e, caso encontre algum problema, mesmo que só de estilo, lerei tudo de novo até ter uma leitura sem erros.

Em 13 dias [24 e 25 + 28 a 30/01/19 + 01, 03 a 09/02/19], invisto mais de 41 horas de trabalho para revisar editorialmente os mais de cem trechos, com a meta principal de limpar os regionalismos do narrador, afinar melhor a sua voz [quero que seja “a tela” do romance]. Além disso, mexo nas palavras “banco” e “movimento” ao longo do texto, e modifico a ordem de alguns trechos.

Allée des Baobabs, Madagascar. Foto: @earthphotos [daqui]

450º DIA OROBORO

Quarta, 06 de fevereiro de 2019. Ou 450º dia de trabalho em “oroboro baobá”. Só trabalho à tarde, e faço a revisão editorial de 13 trechos do romance [já contabilizado acima], sem nenhuma marcação especial. Mais um “dia oroboro” bem simplinho [tomo mofada de 1h20 do barbeiro, assisto à série “Black Earth Rising” na Netflix, e ao filme “Green Book” no Cinépolis com Litza].

Passarela Ecológica do Gigica, no mangue de Mucuri, Bahia. Foto: Silvia Cristine [garimpada no Facebook]

REVISÃO EDITORIAL [11ª VEZ]

Na manhã da segunda 11/02/19, começo a 11ª revisão editorial do romance [toda feita no apê 703-B], via celular. Uma nova rodada, nessa função de terminar “oroboro baobá”. Em oito dias [11 a 16 + 18 e 19/02/19], invisto mais de 36 horas de trabalho para revisar editorialmente os mais de cem trechos. Além disso, ao longo do romance, mexo nas palavras “baba” e “país”, e no verbo “aproveitar”.

Na manhã da quinta 14/02/19, desisto do apelido “Meias Vermelhas” para a seleção de Porto Seguro [não lembro o motivo], cortando-o do romance [troco por outras palavras]. E, na tardinha da terça 19/02/19 [aniversário da namorada Litza], modifico a ordem de alguns trechos pela última vez, e consolido a estrutura de “oroboro baobá” assim:


REVISÃO EDITORIAL [12ª VEZ]

Na tarde da quarta 20/02/19, dou início a 12ª revisão editorial do romance [toda feita no apê 703-B], via celular. Em cinco dias [20 a 22 + 25 e 26/02/19], invisto mais de 18 horas de trabalho para terminar a revisão editorial de “oroboro baobá”.

PS: Na quinta 21/02/19, retiro todas as menções a dias [segunda, terça...] do romance.

Em 2019, comemoro os 10 anos do meu blog [veja aqui]

OROBORO BAOBÁ [19ª VERSÃO]

Terça, 26 de fevereiro de 2019, tarde no apê 703-B. Revejo as páginas “Agradecimentos” e “Dados”, fecho a contabilidade e, às 15h40, considero concluída a produção literária do romance “oroboro baobá”.

PS: Nas contas dessa época, investi um total de 1.793 horas de trabalho em 466 dias para criar o romance. Financeiramente, custou-me R$ 144.331,00. Numa situação hipotética de 6h de trabalho por dia, cinco dias por semana, trabalhei por quase 15 meses sem parar.

Trecho do certificado de registro do romance “oroboro baobá” [versão fev/2019] na Biblioteca Nacional, expedido em 09/10/2019

BIBLIOTECA NACIONAL [8º REGISTRO]

Na manhã da quarta 27/02/19, apê 703-B, imprimo uma cópia do romance, organizo os documentos, rubrico as 133 páginas e pago o GRU no caixa eletrônico. Decido aguardar o Carnaval passar [esse ano vai até março], para dar sequência ao registro.

Quinta, 07 de março de 2019, manhã. Depois de nadar no Asbac e de trabalhar pela Flica 2019 [temos uma nova curadora: a poeta, jornalista e professora Kátia Borges], vou aos Correios e envio “oroboro baobá” [tenho que passar a identificar como “versão fev/2019”, pois o título não muda mais] para registro na Biblioteca Nacional.

PS: Monto duas versões do romance: 15 dias para criar o PDF para download [caso não conseguisse nenhum prêmio, lançaria por conta própria a partir dessa versão], e oito dias para criar o “livro caseiro” [destruo os originais de “Tudo o que nos forma é hoje”].


DISPUTA POR PRÊMIO [7ª VEZ]

Preparo o original no formato do Prêmio LeYa 2019, mas a impressora quebra na quinta 28/02/19. Encaro como um desafio, para testar a minha persistência [poderia ter interpretado como um sinal para não me inscrever nesse prêmio ou, ao menos, me inscrever também no Sesc, enfim].

Passado o Carnaval, levo a impressora na assistência, que condena: já era, sem conserto [a tal da obsolescência programada]. Putz! A merda é que acabo de comprar um cartucho novo. E foi caro. E não quero perder tempo tentando vender o desgraçado [não irei comprar outra impressora dessa marca nunca mais].

Fuço aqui, fuço ali, acerto com um fornecedor, que me aluga a sua impressora pessoal. Na manhã da quarta 13/03/19, apê 703-B, boto o miserê do cartucho [também, gasto todo, hehe], e imprimo as duas cópias do romance para disputar o Prêmio LeYa 2019 [e um original para mim, que empresto para as amigas Eli Campos e Daisy Andrade, e para a minha irmã, Kátia Moema].

Sexta, 15 de março de 2019, após nadar no Asbac, vou aos Correios do Pituba Parque Center e envio para Portugal as duas cópias impressas de “oroboro baobá” [vr. fev/2019], para concorrer ao Prêmio LeYa 2019. Um anacronismo muito custoso [aff, que é que custa receber em PDF via e-mail?], mais precisamente R$ 353,35 [Correios: R$ 189,35 + Cartucho: R$ 80,00 + Locação impressora: R$ 50,00 + Papel: R$ 19,00 + Encadernação: R$ 12,00 + CD: R$ 3,00]. Na terça 02/04/19, os originais são entregues na sede da editora LeYa.

O tipo de anúncio que esmaga

PERDE PRÊMIO [7ª VEZ]

A minha maior esperança em 2019 é ganhar o Prêmio LeYa. A estratégia: me mudar para Portugal, a aproveitar a divulgação que o premiado recebe, e começar, com substância, uma carreira de escritor profissional. Além de produzir novos livros, vou procurar um emprego como editor [trabalho que amo fazer].

Passo 2019 sonhando, esperançoso pela mudança de vida — nem o lançamento do álbum “Fluid”, da Orange Roots [aleluia, pois estava na gaveta desde 2016], e o sucesso da Flica 2019 [última festa-aglomeração antes da pandemia] me satisfazem. Em outubro, dias ansiosos pelo resultado [ainda mais depois de saber que havia dois brasileiros na final]: durmo mal, acordo de madrugada, enfim.

Nem soube do anúncio do júri, na terça 29/10/19. É a namorada Litza que, na manhã da quarta, 30 de outubro de 2019, com muito amor e delicadeza, via celular, avisa-me que o júri decidiu não premiar ninguém. Entro correndo no site da LeYa e a decisão até hoje me dói: “as obras concorrentes não correspondem aos parâmetros de qualidade literária exigidos pelo Prémio”. O pior é que nem tenho como saber se o meu romance chegou à final. Foda! A maior esperança de 2019 se esvai. Receba, pai. A melhor estratégia de ir embora do Brasil é implodida. Kuéin! A carreira profissional de escritor vai ter de aguardar. E a de editor, também. Doeu...

Ironicamente, na noite dessa mesma quarta 30/10/19, chega no apê 703-B o certificado de registro na Biblioteca Nacional da última versão do romance. Será que é um sinal? Passo o olho em “oroboro baobá” e decido não mudar nada. Em 2020, tentarei mais uma vez.

Réveillon em Ilhéus, Bahia, sem a menor ideia do que viria em 2020

AGRADECIMENTOS 2019

Pela leitura atenta, criteriosa e generosa do original deste romance (em versões anteriores), repleta de dicas, palpites e orientações preciosas, a impressionar pela riqueza de detalhes e páginas de comentários, agradeço aos amigos escritores Tom Correia (2018 e 2017), Wesley Correia (2017) e Carlos Barbosa (2016).

Também agradeço, pela leitura do original deste romance (em versões anteriores) e as dicas valiosas e generosas, à Martha Anísia, minha mãe, Kátia Moema, minha irmã, às amigas Sarah Fernandes, Mônica Menezes, Gabriela Leite, Daisy Andrade e Eli Campos, e ao amigo Elieser Cesar. Por correções e informações específicas, agradeço à revisora Acácia Melo Magalhães, e também a Mayrant Gallo, Mary del Priore, Filipe Sousa, Flávio Bustani e Lorena Hertzriken.

Por fim, pela oferta generosa de dicas, palpites e orientações, agradeço, também, a Miria Cachoeira (2018), Susan Kalik e Marcelo Oliveira (2017), Fabrício Mota, Victor Mascarenhas e Márcio Cavalcante (2015), Sara Galvão e Gustavo Castelucci (2014), Darino Sena, Ivan Dias Marques, Tabajara Ruas, Aurélio Schommer e Carlos Henrique Schroeder (2013), e Ana Gilli (2012).

Dos livros lidos [durante o processo de escrita e fora dos dias de trabalho no romance] em 2019, são estes acima os que eu considero como os mais importantes para a minha formação como leitor e escritor

CONTABILIDADE 2019

Em 2019, investi 138 horas e 20 minutos em 36 dias [janeiro e fevereiro] para escrever “oroboro baobá”.

17ª fase
138h e 20min | 36 dias
Janeiro e Fevereiro de 2019
[Romance “Tudo o que nos forma é hoje”]
[Romance “oroboro baobá”]

Comentários

Wesley disse…
Só faltou falar do bolo de Val... rsrsrs
A propósito, ela fez um - o melhor de todos - semana passada, e lembramos, Gi e eu, de você!
Gi até me sugeriu pedir pra Val fazer outro e eu deixaria no seu Ap... mas, se te conheço um pouco, sei que está tentando cumprir o máximo possível o tal isolamento...
Seu livro é grande por si, pelo que se propõe enquanto narrativa historico-fantástica, e por lançar luz a temas nacionais tão sensíveis.
Bravo, Gigante Mirdad! Sem trocadilho, hein?! ... rsrs
Abração, amigo, e muito obrigado por sua generosidade para com minha escrita!
Emmanuel Mirdad disse…
Ahhh, o bolo de Val, o melhor do planeta! Fiquei com água na boca! Que maldade, rs. Vem logo, vacina! Saudade de vcs, meus amigos! Já já estaremos juntos comendo o bolo da Val, hehe. Eita, grato pelas gentis palavras, meu nobre, e acho q muito em breve as pessoas poderão se encantar com os seus belos contos. Grande abraço!

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