Pular para o conteúdo principal

Composições de Emmanuel Mirdad: À Beira


Um poprock com balanço de arrocha suigado com percussão árabe, trompete latino e as multidões do mundo reunidas para apreciar a beleza de um luar em Cachoeira, “você quer ser o que eu busco e ter o que você procura?” a provocar o ouvinte. Faixa de abertura do EP “Andanças”, de Orange Poem & Mateus Aleluia Filho, lançado em 2022.

Ouça no YouTube aqui

Ouça no Spotify aqui


Ouça no YouTube aqui

Ouça na Apple Music aqui

Ouça no Deezer aqui

À Beira
(Emmanuel Mirdad)
BR-N1I-22-00001

Você quer ser o que eu busco e ter o que você procura?

Então lhe contarei sobre os dias de sonho, aquele desejo de um plano impossível
Que tal fugir de nós mesmos?

Dias em que o medo e o preconceito não farão mais parte do vocabulário
Quero ser feliz e ter você em paz, vivenciar toda a beleza da aurora
À beira de um rio

A lua paira sobre Cachoeira
E o amor que estava perdido se tornou o meu lar
A lua paira sobre Cachoeira
E eu, que estava perdido, encontrei o meu par

Por que é tão difícil aceitar a felicidade?
Eu quero cantar pra você toda noite
Até que a minha voz deixe mudo o mundo imundo
E no groove xamegado de muitos beijos molhados
Pelos corpos agarrados, pulso, impulso, sangue e fluidos
Comungar a melodia das nossas almas
Sexo plexo paraíso

A lua paira sobre Cachoeira
E o amor que estava perdido se tornou o meu lar
A lua paira sobre Cachoeira
E eu, que estava perdido, encontrei o meu par
O meu lar, o meu rio, o luar
Eu me fiz do massapê, eu me refiz no bereguedê
Estou na mata de dentro, eu me sinto à beira
Beira, à beira, na beira

Faixa 01 - EP Andanças (Zenyatta Records, 2022), de Orange Poem & Mateus Aleluia Filho | Mateus Aleluia Filho – voz e trompete | Emmanuel Mirdad – violão 12 cordas | Hosano Lima Jr. – bateria | Tadeu Mascarenhas – baixo, hammond e synth | Sebastian Notini – derbake, karkabou, bendir, caxixi e chaves | Gravado, mixado e masterizado por Tadeu Mascarenhas no Casa das Máquinas, Salvador-BA | Produção musical: Emmanuel Mirdad e Tadeu Mascarenhas | Produção fonográfica: Emmanuel Mirdad | Arte: Movimento 1989

Composta por Emmanuel Mirdad em 02/11/2021.

Harmonia e partes da letra de “A Song to You, My Home” (Emmanuel Mirdad) composta em 09/11/2000.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Oito passagens de Conceição Evaristo no livro de contos Olhos d'água

Conceição Evaristo (Foto: Mariana Evaristo) "Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda contemplou-se no espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar da sua face, viu a da outra. Do outro lado, como se verdade fosse, o nítido rosto da amiga surgiu para afirmar a força de um amor entre duas iguais. Mulheres, ambas se pareciam. Altas, negras e com dezenas de dreads a lhes enfeitar a cabeça. Ambas aves fêmeas, ousadas mergulhadoras na própria profundeza. E a cada vez que uma mergulhava na outra, o suave encontro de suas fendas-mulheres engravidava as duas de prazer. E o que parecia pouco, muito se tornava. O que finito era, se eternizava. E um leve e fugaz beijo na face, sombra rasurada de uma asa amarela de borboleta, se tornava uma certeza, uma presença incrustada nos poros da pele e da memória." "Tantos foram os amores na vida de Luamanda, que sempre um chamava mais um. Aconteceu também a paixão

Dez passagens de Clarice Lispector nas cartas dos anos 1950 (parte 1)

Clarice Lispector (foto daqui ) “O outono aqui está muito bonito e o frio já está chegando. Parei uns tempos de trabalhar no livro [‘A maçã no escuro’] mas um dia desses recomeçarei. Tenho a impressão penosa de que me repito em cada livro com a obstinação de quem bate na mesma porta que não quer se abrir. Aliás minha impressão é mais geral ainda: tenho a impressão de que falo muito e que digo sempre as mesmas coisas, com o que eu devo chatear muito os ouvintes que por gentileza e carinho aguentam...” “Alô Fernando [Sabino], estou escrevendo pra você mas também não tenho nada o que dizer. Acho que é assim que pouco a pouco os velhos honestos terminam por não dizer nada. Mas o engraçado é que não tendo absolutamente nada o que dizer, dá uma vontade enorme de dizer. O quê? (...) E assim é que, por não ter absolutamente nada o que dizer, até livro já escrevi, e você também. Até que a dignidade do silêncio venha, o que é frase muito bonitinha e me emociona civicamente.”  “(...) O dinheiro s

Dez passagens de Jorge Amado no romance Mar morto

Jorge Amado “(...) Os homens da beira do cais só têm uma estrada na sua vida: a estrada do mar. Por ela entram, que seu destino é esse. O mar é dono de todos eles. Do mar vem toda a alegria e toda a tristeza porque o mar é mistério que nem os marinheiros mais velhos entendem, que nem entendem aqueles antigos mestres de saveiro que não viajam mais, e, apenas, remendam velas e contam histórias. Quem já decifrou o mistério do mar? Do mar vem a música, vem o amor e vem a morte. E não é sobre o mar que a lua é mais bela? O mar é instável. Como ele é a vida dos homens dos saveiros. Qual deles já teve um fim de vida igual ao dos homens da terra que acarinham netos e reúnem as famílias nos almoços e jantares? Nenhum deles anda com esse passo firme dos homens da terra. Cada qual tem alguma coisa no fundo do mar: um filho, um irmão, um braço, um saveiro que virou, uma vela que o vento da tempestade despedaçou. Mas também qual deles não sabe cantar essas canções de amor nas noites do cais? Qual d