Entre 2023 e 2024, tive a sorte de ler seis livros de ensaios e memórias da escritora californiana Joan Didion (1934-2021), um ícone do jornalismo. Era uma das dívidas que mais me incomodavam, pois eu ouvi falar muito bem dela desde os bons tempos da Facom-Ufba e esse estilo mais literário de escrever crônicas, ensaios, reportagens e perfis sempre me fascinou nos produtos midiáticos (fui assinante da piauí entre 2006 e 2016) mais do que os outros estilos.
Bastou assistir ao doc “Joan Didion: The Center Will Not Hold”, de Griffin Dunne, na Netflix, que resolvi me dar de presente a coleção lançada pela HarperCollins Brasil e mais o “Rastejando até Belém”, lançado pela Todavia (que tem a melhor tradução da Didion, feita por Maria Cecília Brandi). Mergulhei e aproveitei muito. Devorei, a saborear esse estilo tão singular, que o crítico de arte Hilton Als descreve: “a não ficção de Joan Didion se radicalizou pela rejeição à ideia de que o mundo possa ser filtrado pelos preceitos do jornalismo e desembocar do outro lado como ‘verdade’. A sua não ficção narrativa é um questionamento sobre a verdade. E, se a sua não ficção é sinônimo de algo, diz Didion texto após texto, é da ideia de que a verdade é provisória e que a única coisa que a garante é quem você é no momento em que escreveu isso ou aquilo, e que as suas alegrias, os seus vieses e preconceitos também fazem parte da escrita”.
Sou fã e leitor de Joan Didion. Recomendo! “O ano do pensamento mágico” é fundamental! Foi delicioso peneirar os seis livros e os divulgar no blog; são muitas preciosidades, atemporais. Seguem abaixo, uma coleção dos seus melhores momentos. Viva Joan Didion! Eterna!
Sobre a escritora: “Joan Didion (1934-2021) nasceu em Sacramento, na Califórnia. Foi uma criança tímida e passou a adolescência lendo Ernest Hemingway para aprender a composição das frases. Estudou Inglês em Berkeley e ganhou um concurso de ensaios patrocinado pela revista Vogue, onde trabalhou por mais de uma década. É autora de onze obras de não ficção, entre elas, “O ano do pensamento mágico”, vencedora do National Book Award em 2005. Didion é um ícone do jornalismo literário norte-americano, considerada uma das precursoras do Novo Jornalismo e recebeu, em 2013, a National Medal of Arts and Humanities do ex-presidente Barack Obama”.
“O ano do pensamento mágico” (2005)
“Alguns acontecimentos na vida iam permanecer além da minha capacidade de geri-los e controlá-los. Algumas coisas iam simplesmente acontecer”
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“Rastejando até Belém” (1968)
“O caráter — a disposição de aceitar a responsabilidade pela própria vida — é a fonte de onde brota o amor-próprio”
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“O álbum branco” (1979)
“Contamos histórias para poder viver”
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“Noites azuis” (2012)
“O medo não é daquilo que se perdeu. O medo é daquilo que ainda resta a perder”
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“Vou te dizer o que penso” (2022)
“Torne um lugar acessível à vista e de certa forma ele não é mais acessível à imaginação”
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“Sul & Oeste” (2017)
“Eu estava condenada à não convencionalidade”
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