Pular para o conteúdo principal

Vamos ouvir: escrever-me, envelhecer-me, esquecer-me, de Messias

escrever-me, envelhecer-me, esquecer-me (2010), de messias



Não consegue visualizar o player? Ouça aqui

Release disponível no site do artista:

O álbum de Messias, nas últimas lojas do ramo, numa loja longe de você. Ou na audiosfera.

Messias (líder do grupo "brincando de deus", de Salvador-Bahia) anuncia o lançamento do seu primeiro trabalho solo. O álbum — se é que ainda podemos chamá-lo assim — está saindo em MP3 e CD; em breve, ganhará versões em vinil e cassete, numa provocação aberta aos formatos. Precedido pelos singles "Resilience" (que atingiu o quarto lugar no Top 10 da revista brasileira Rolling Stone), “The machines are my family” e “God, if you can hear me”, seu trabalho chega a uma versão final com “Escrever-me, Envelhecer-me, Esquecer-me”, um álbum triplo (para os formatos CD, vinil e cassete, e inteiro para download), num total de 32 faixas.

O ÁLBUM

Produtor e autor de todas as músicas, Messias reuniu músicos locais, colaboradores, parceiros da brincando de deus, além de contar com a co-produção de André t. Seu trabalho solo não se contrapõe ao que ele realiza com a brincando de deus, mas introduz novos elementos. As composições (em português e inglês) são formadas a partir de paisagens sonoras e textos pessoais, inaugurando um processo absolutamente particular de método de trabalho: o disco foi gravado no Estúdio T (em Salvador), mas é recheado de sessões realizadas em casa, no carro, em bares da cidade ou via celular. Diverso sem ser eclético, Messias faz uma tentativa pessoal: conferir sofisticação a um coração lo-fi. Assim, guitarras, programação, efeitos e cordas delineiam seu trabalho atual.

Além do seu trabalho solo e à frente da brincando de deus, Messias é doutor em Comunicação e professor da Universidade Federal da Bahia, onde trabalha com música e cultura digital. Mas é a dimensão estética de sua música que conferiu a Messias o reconhecimento por suas melodias e textos apurados. Em sua estreia solo, Messias demonstra rigor com o que faz: o disco é um trabalho singular de produção musical, projeto gráfico e convergência de som-texto-imagem.

MESSIAS NO TOP 10 DA ROLLING STONE

A música "Resilience", que abre o disco de estreia de Messias, aparece na quarta posição do TOP 10 da revista Rolling Stone Brasil (mês de março). Antes mesmo do lançamento do disco, a faixa já circula pela “audiosfera”, termo criado por Messias em sua tese de doutorado para fazer referência à música online.

SHOWS DE LANÇAMENTO

Messias tocou em São Paulo (Studio SP, 19.05.10) e Belo Horizonte (A Obra, 20.05.10). O lançamento do disco em Salvador foi em 30 de junho, na Igreja da Barroquinha. O próximo show será no dia 10.11.12, no B-23, em Salvador.

A COMUNIDADE: o novo site de Messias

Messias foi um dos pioneiros na exploração dos recursos digitais para divulgação de sua música. Ele também criou a lendária lista de discussão “Indie-Brasil”, que integrou centenas de músicos e produtores independentes da cena brasileira. Para reunir os interessados em sua música, Messias montou uma comunidade, uma espécie de rede social própria. Textos, fotos, blogs e músicas já estão disponíveis. Além disso, os membros podem pendurar suas próprias páginas na comunidade: www.messias.art.br .

INFO: Lançamento do álbum Messias: escrever-me, envelhecer-me, esquecer-me (2010) Selo: Digitalia Music (independente). Todas a músicas sob licença Creative Commons.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Dez passagens de Clarice Lispector nas cartas dos anos 1950 (parte 1)

Clarice Lispector (foto daqui ) “O outono aqui está muito bonito e o frio já está chegando. Parei uns tempos de trabalhar no livro [‘A maçã no escuro’] mas um dia desses recomeçarei. Tenho a impressão penosa de que me repito em cada livro com a obstinação de quem bate na mesma porta que não quer se abrir. Aliás minha impressão é mais geral ainda: tenho a impressão de que falo muito e que digo sempre as mesmas coisas, com o que eu devo chatear muito os ouvintes que por gentileza e carinho aguentam...” “Alô Fernando [Sabino], estou escrevendo pra você mas também não tenho nada o que dizer. Acho que é assim que pouco a pouco os velhos honestos terminam por não dizer nada. Mas o engraçado é que não tendo absolutamente nada o que dizer, dá uma vontade enorme de dizer. O quê? (...) E assim é que, por não ter absolutamente nada o que dizer, até livro já escrevi, e você também. Até que a dignidade do silêncio venha, o que é frase muito bonitinha e me emociona civicamente.”  “(...) O dinheiro s

Oito passagens de Conceição Evaristo no livro de contos Olhos d'água

Conceição Evaristo (Foto: Mariana Evaristo) "Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda contemplou-se no espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar da sua face, viu a da outra. Do outro lado, como se verdade fosse, o nítido rosto da amiga surgiu para afirmar a força de um amor entre duas iguais. Mulheres, ambas se pareciam. Altas, negras e com dezenas de dreads a lhes enfeitar a cabeça. Ambas aves fêmeas, ousadas mergulhadoras na própria profundeza. E a cada vez que uma mergulhava na outra, o suave encontro de suas fendas-mulheres engravidava as duas de prazer. E o que parecia pouco, muito se tornava. O que finito era, se eternizava. E um leve e fugaz beijo na face, sombra rasurada de uma asa amarela de borboleta, se tornava uma certeza, uma presença incrustada nos poros da pele e da memória." "Tantos foram os amores na vida de Luamanda, que sempre um chamava mais um. Aconteceu também a paixão

Dez poemas de Carlos Drummond de Andrade no livro A rosa do povo

Consolo na praia Carlos Drummond de Andrade Vamos, não chores... A infância está perdida. A mocidade está perdida. Mas a vida não se perdeu. O primeiro amor passou. O segundo amor passou. O terceiro amor passou. Mas o coração continua. Perdeste o melhor amigo. Não tentaste qualquer viagem. Não possuis casa, navio, terra. Mas tens um cão. Algumas palavras duras, em voz mansa, te golpearam. Nunca, nunca cicatrizam. Mas, e o humour ? A injustiça não se resolve. À sombra do mundo errado murmuraste um protesto tímido. Mas virão outros. Tudo somado, devias precipitar-te — de vez — nas águas. Estás nu na areia, no vento... Dorme, meu filho. -------- Desfile Carlos Drummond de Andrade O rosto no travesseiro, escuto o tempo fluindo no mais completo silêncio. Como remédio entornado em camisa de doente; como dedo na penugem de braço de namorada; como vento no cabelo, fluindo: fiquei mais moço. Já não tenho cicatriz. Vejo-me noutra cidade. Sem mar nem derivativo, o corpo era bem pequeno para tanta