Ildegardo Rosa em seu casamento (1962)
Treze de dezembro, três anos da partida do poeta sergipano meu pai. Em sua memória, relembro o soneto feito 60 anos atrás:
O sonhador
Ildegardo Rosa
Habita minh’alma a Catedral dos Sonhos
Para fugir à dor que me devora
São sonhos futuros e utópicos d’antanho
Que me seguirão sempre pela vida a fora!
Sei que o mundo zombará do sonhador
E nas minhas faces pedradas sentirei
Eu, porém, juntando-as à minha dor
Uma eterna morada, no tempo edificarei!
E quando alguém passar nessa morada
- onde talvez o limo já a tenha esverdeado
e o bolor das heras a transformado
Verá esta inscrição tosca, quase apagada:
- aqui jaz quem ao mundo desprezou
que passou pela vida e não viveu; sonhou!...
(Aracaju, 1954)
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