Pular para o conteúdo principal

10 anos de criação da Flica


Hoje, 23 de setembro, dez anos atrás, Emmanuel Mirdad, Marcus Ferreira, Aurélio Schommer e Alan Lobo criaram a Flica, Festa Literária Internacional de Cachoeira.

Numa quarta-feira, à noite, 23 de setembro de 2009, no playground do Edf. Star Palace, na Pituba, Salvador, Bahia, quatro pessoas se reuniram e criaram a Flica. Na época, eu era sócio do produtor Marcus Ferreira na empresa Putzgrillo Cultura. Seguíamos tentando produzir vários projetos, após a primeira edição do Prêmio Bahia de Todos os Rocks em 2008. E uma das ideias que investimos foi a realização de uma festa literária, aos moldes da Flip, em Cachoeira, recôncavo baiano, cidade natal do meu sócio.

Página da minha agenda 2009 em que registrei a reunião que criou a Flica

Até então, só trabalhávamos com música. Por conta da nossa falta de aptidão com o universo literário (eu ainda não era um escritor profissional), sugeri convidarmos alguém do meio para ser sócio. Marcus topou, e eu convidei o escritor Aurélio Schommer, porque era alguém próximo, um amigo, proativo, que tentava difundir seus livros no meio cultural baiano, e era presidente da então Câmara Baiana do Livro (achávamos que esse cargo seria útil para conseguirmos abrir portas no meio). Aurélio topou, sem pestanejar, ávido por produzir.

Por achar ser ético convidar para realizar o projeto a pessoa que teve a ideia “fazer uma festa literária em Cachoeira” (leia aqui), fui além: propus sociedade também ao produtor cultural Alan Lobo. Marcus concordou.

Mirdad, Aurélio, Marcus e Alan na Flica 2011, 1ª edição da 1ª festa literária da Bahia. Foto: Vinícius Xavier

Quatro pessoas, uma ideia, um esboço no papel. Um soteropolitano, dois cachoeiranos e um gaúcho que adotou a Bahia na sua vida. Três moradores da Pituba e faconianos formados na Ufba, e um escritor funcionário público. E a vontade de criar a primeira festa literária da Bahia na belíssima Cachoeira.

Marcus Ferreira e o primeiro book da Flica em 2010, com a marca preliminar criada por Bruno Senna (que foi substituída em 2011).

Desenvolvemos o projeto, mas só conseguimos começar a captação em 2010. Com a Putzgrillo Cultura à frente, o capital semente da Oi e o apoio do saudoso professor Ubiratan Castro abrindo portas no Governo da Bahia, conseguimos realizar a 1ª edição da Flica em 2011, e sedimentamos a sociedade com a Rede Bahia.

Alan Lobo deixou a sociedade da Flica no final de 2012, e a Cali (Mirdad, Marcus e Aurélio) foi criada para gerir o evento ao lado da Icontent.

Hoje, com a 9ª edição lançada e preparando a edição comemorativa em 2020, celebramos o sucesso da festa literária mais charmosa do Brasil. Conheça a programação aqui.

Comentários

sarausbahia disse…
Uma história de sucesso em grupo, trabalho de excelência e de total respeito à arte da palavra.

Parabéns, Emmanuel Mirdad, Aurélio Schommer e a todos(as) os(as) envolvidos(as), bastidores, serviços etc.

A Flica é parte da história literária da Bahia. Vida longa a este projeto vitorioso!

Valdeck Almeida de Jesus
Poeta, Escritor e Jornalista
Mais sucesso! Quando puder, leia esta carta: http://desdequeeumeentendoporgente.blogspot.com/2019/09/carta-aberta-aos-organizadores-da-9.html. Muito obrigado!

Postagens mais visitadas deste blog

Seleta: Gipsy Kings

A “ Seleta: Gipsy Kings ” destaca as 90 músicas que mais gosto do grupo cigano, presentes em 14 álbuns (os prediletos são “ Gipsy Kings ”, “ Este Mundo ”, “ Somos Gitanos ” e “ Love & Liberté ”). Ouça no Spotify aqui Ouça no YouTube aqui Os 14 álbuns participantes desta Seleta 01) Un Amor [Gipsy Kings, 1987] 02) Tu Quieres Volver [Gipsy Kings, 1987] 03) Habla Me [Este Mundo, 1991] 04) Como un Silencio [Somos Gitanos, 2001] 05) A Mi Manera (Comme D'Habitude) [Gipsy Kings, 1987] 06) Amor d'Un Dia [Luna de Fuego, 1983] 07) Bem, Bem, Maria [Gipsy Kings, 1987] 08) Baila Me [Este Mundo, 1991] 09) La Dona [Live, 1992] 10) La Quiero [Love & Liberté, 1993] 11) Sin Ella [Este Mundo, 1991] 12) Ciento [Luna de Fuego, 1983] 13) Faena [Gipsy Kings, 1987] 14) Soledad [Roots, 2004] 15) Mi Corazon [Estrellas, 1995] 16) Inspiration [Gipsy Kings, 1987] 17) A Tu Vera [Estrellas, 1995] 18) Djobi Djoba [Gipsy Kings, 1987] 19) Bamboleo [Gipsy Kings, 1987] 20) Volare (Nel

Seleta: Ramones

A “ Seleta: Ramones ” destaca as 154 músicas (algumas dobradas em versões ao vivo) que mais gosto da banda nova-iorquina, presentes em 19 álbuns da sua discografia (os prediletos são “ Ramones ”, “ Loco Live ”, “ Mondo Bizarro ”, “ Road to Ruin ” e “ Rocket to Russia ”). Ouça no Spotify aqui [não tem todas as músicas] Ouça no YouTube aqui Os 19 álbuns participantes desta Seleta 01) The KKK Took My Baby Away [Pleasant Dreams, 1981] 02) Needles and Pins [Road to Ruin, 1978] 03) Poison Heart [Mondo Bizarro, 1992] 04) Pet Sematary [Brain Drain, 1989] 05) Strength to Endure [Mondo Bizarro, 1992] 06) I Wanna be Sedated [Road to Ruin, 1978] 07) It's Gonna Be Alright [Mondo Bizarro, 1992] 08) I Believe in Miracles [Brain Drain, 1989] 09) Out of Time [Acid Eaters, 1993] 10) Questioningly [Road to Ruin, 1978] 11) Blitzkrieg Bop [Ramones, 1976] 12) Rockaway Beach [Rocket to Russia, 1977] 13) Judy is a Punk [Ramones, 1976] 14) Let's Dance [Ramones, 1976] 15) Surfin' Bi

Oito passagens de Conceição Evaristo no livro de contos Olhos d'água

Conceição Evaristo (Foto: Mariana Evaristo) "Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda contemplou-se no espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar da sua face, viu a da outra. Do outro lado, como se verdade fosse, o nítido rosto da amiga surgiu para afirmar a força de um amor entre duas iguais. Mulheres, ambas se pareciam. Altas, negras e com dezenas de dreads a lhes enfeitar a cabeça. Ambas aves fêmeas, ousadas mergulhadoras na própria profundeza. E a cada vez que uma mergulhava na outra, o suave encontro de suas fendas-mulheres engravidava as duas de prazer. E o que parecia pouco, muito se tornava. O que finito era, se eternizava. E um leve e fugaz beijo na face, sombra rasurada de uma asa amarela de borboleta, se tornava uma certeza, uma presença incrustada nos poros da pele e da memória." "Tantos foram os amores na vida de Luamanda, que sempre um chamava mais um. Aconteceu também a paixão