Pular para o conteúdo principal

Produções de Emmanuel Mirdad: Ano 2004


Depois de produzir apenas três shows em três anos da minha banda The Orange Poem, decidi colocar a mão na massa no esquema “faça você mesmo” em 2004, e elaborei a proposta de série de shows chamada Agente Laranja Gueto Cultural, que o Tangolomango Bar, em Salvador, Bahia, topou fazer na parceria.

O Agente Laranja Gueto Cultural foi o primeiro evento criado e executado por mim. Graças a essa experiência, comecei a trabalhar como agente de shows de bandas de rock, produzindo as noites do Tangolomango Bar.



Agente Laranja Gueto Cultural

Temporada de sete shows da banda The Orange Poem no Tangolomango Bar (que funcionava na Rua Alagoas, Pituba, Salvador, Bahia), com periodicidade quinzenal, aos domingos. Como não conseguia ninguém para produzir a banda em que eu cantava e tocava minhas composições, e precisava fazer um caixa para gravar o primeiro CD, resolvi tomar a iniciativa.

Na minha primeira experiência com produção cultural, já fui pensando grande: ao invés de apenas um show da The Orange Poem, uma janela cultural de produções baianas nas variadas artes: música, poesia, artes plásticas e audiovisual.

Com o passar das edições, os parceiros convidados das outras artes começaram a falhar e a me deixar na mão. Assim, o Agente Laranja Gueto Cultural teve apenas shows musicais, com a The Orange Poem e uma banda convidada. Tocaram no evento as bandas Soma, Pangenianos, Besouros do Sertão, Paladinos, entre outras.

Patrocinador – Meu bolso e Tangolomango Bar

Funções – Criação e concepção da proposta | Produtor executivo | Curador

-----


Produtor do Tangolomango Bar

Por conta da produção da temporada de shows Agente Laranja Gueto Cultural, em que comecei a articular diversos contatos no meio cultural baiano, o então dono do Tangolomango Bar (que funcionava na Rua Alagoas, Pituba, Salvador, Bahia) me convidou para tomar conta da programação das noites fracas do bar, inicialmente nos domingos, mas que, a partir de outubro, foi ampliada para todas as noites, exceto as que a Mamutes (atração principal da casa) tocava.

Agenciei diversas bandas, mas as principais foram Paladinos e Besouros do Sertão (fotos acima), que sempre encheram a casa com muita satisfação do público. Não ganhava nada do que o bar vendia, não tinha nenhuma remuneração fixa, e entrava apenas na divisão da bilheteria destinada às bandas (menos a percentagem do bar). Ou seja, quase nada.

Funções – Produtor executivo | Curador | Roadie


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Seleta: R.E.M.

Foto: Chris Bilheimer A “ Seleta: R.E.M. ” destaca as 110 músicas que mais gosto da banda norte-americana presentes em 15 álbuns da sua discografia (os prediletos são “ Out of Time ”, “ Reveal ”, “ Automatic for the People ”, “ Up ” e “ Monster ”). Ouça no Spotify aqui Ouça no YouTube aqui Os 15 álbuns participantes desta Seleta 01) Losing My Religion [Out of Time, 1991] 02) I'll Take the Rain [Reveal, 2001] 03) Daysleeper [Up, 1998] 04) Imitation of Life [Reveal, 2001] 05) Half a World Away [Out of Time, 1991] 06) Everybody Hurts [Automatic for the People, 1992] 07) Country Feedback [Out of Time, 1991] 08) Strange Currencies [Monster, 1994] 09) All the Way to Reno (You're Gonna Be a Star) [Reveal, 2001] 10) Bittersweet Me [New Adventures in Hi-Fi, 1996] 11) Texarkana [Out of Time, 1991] 12) The One I Love [Document, 1987] 13) So. Central Rain (I'm Sorry) [Reckoning, 1984] 14) Swan Swan H [Lifes Rich Pageant, 1986] 15) Drive [Automatic for the People, 1992]...

Dez passagens de Clarice Lispector no livro Laços de família

Clarice Lispector (foto daqui ) “A mãe dele estava nesse instante enrolando os cabelos em frente ao espelho do banheiro, e lembrou-se do que uma cozinheira lhe contara do tempo do orfanato. Não tendo boneca com que brincar, e a maternidade já pulsando terrível no coração das órfãs, as meninas sabidas haviam escondido da freira a morte de uma das garotas. Guardaram o cadáver no armário até a freira sair, e brincaram com a menina morta, deram-lhe banhos e comidinhas, puseram-na de castigo somente para depois poder beijá-la, consolando-a. Disso a mãe se lembrou no banheiro, e abaixou mãos pensas, cheias de grampos. E considerou a cruel necessidade de amar. Considerou a malignidade de nosso desejo de ser feliz. Considerou a ferocidade com que queremos brincar. E o número de vezes em que mataremos por amor. Então olhou para o filho esperto como se olhasse para um perigoso estranho. E teve horror da própria alma que, mais que seu corpo, havia engendrado aquele ser apto à vida e à felici...

Dez passagens de Jorge Amado no romance Capitães da Areia

Jorge Amado “[Sem-Pernas] queria alegria, uma mão que o acarinhasse, alguém que com muito amor o fizesse esquecer o defeito físico e os muitos anos (talvez tivessem sido apenas meses ou semanas, mas para ele seriam sempre longos anos) que vivera sozinho nas ruas da cidade, hostilizado pelos homens que passavam, empurrado pelos guardas, surrado pelos moleques maiores. Nunca tivera família. Vivera na casa de um padeiro a quem chamava ‘meu padrinho’ e que o surrava. Fugiu logo que pôde compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome, um dia levaram-no preso. Ele quer um carinho, u’a mão que passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se esquecer daquela noite na cadeia, quando os soldados bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleta. Em cada canto estava um com uma borracha comprida. As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta como um animal perseguido por outros mais fortes. A...