Pular para o conteúdo principal

Estação Infinita, de Ruy Espinheira Filho

Ruy Espinheira Filho – Foto: Mário Espinheira interferido por Mirdad

383 poemas de 10 livros e outros livretos reunidos em 588 páginas, um tomo “obra completa” (1966-2012 // aspas porque ele continua escrevendo poemas) intitulado Estação Infinita e outras estações (Bertrand Brasil, 2012), do poeta baiano Ruy Espinheira Filho. Um livro referencial, necessário, indispensável!

Fez o meu agosto com muito gosto, e a partir de setembro deste ano, pilulei diversos poemas e publiquei os fragmentos em seis partes neste blog, que podem ser conferidas abaixo, além de sugestões de epígrafes, de adaptações cinematográficas de poemas e um livro fictício, Olhos machucados dentro da noite, que seria publicado caso eu tivesse uma editora (ou fosse editor de uma). Obrigado, caro mestre, por essa aula magna de poesia!

Parte I  |  Leia aqui
“Você foi, entre nós, na sordidez
de cada dia, a dura limpidez
de quem nada buscou, pois tudo o que há
é um gesto, um lampejo – e a noite cai”

-----------

Parte II  |  Leia aqui
“Outra é a que
há muito se foi
para longe e dói
num sulco de afeto
incicatrizável”

-----------

Parte III  |  Leia aqui
“Sábio homem, esse,
cujo medo de perder
um filho
o fez perder
todos os filhos”

-----------

Parte IV  |  Leia aqui
“curvei-me sobre mim
sobre o que chamava amor
e eis que era sua falta
e por isso mesmo ainda mais amor”

-----------

Parte V  |  Leia aqui
“somos especiais
porque vivemos o tempo generoso
da tua voz, do teu gesto,
e continuamos a viver esse tempo,
confortados por tua densa
e cálida memória, meu pai”

-----------

Parte VI  |  Leia aqui
“Das viagens não regresso
jamais”

-----------

Epígrafes parte I  |  Leia aqui
“Quando manifesto meu desejo maior e mais sábio,
chegou a hora de cessar o efêmero”

-----------

Epígrafes parte II  |  Leia aqui
“Antigamente é um país mágico”

-----------

Para adaptar ao Cinema  |  Leia aqui
Quatro poemas do mestre que podem ser
adaptados para o audiovisual,
uma dica para os cineastas.

-----------

Edição de Mirdad  |  Leia aqui
Olhos machucados dentro da noite,
contendo 62 poemas do mestre,
minha seleção em 2013.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Seleta: R.E.M.

Foto: Chris Bilheimer A “ Seleta: R.E.M. ” destaca as 110 músicas que mais gosto da banda norte-americana presentes em 15 álbuns da sua discografia (os prediletos são “ Out of Time ”, “ Reveal ”, “ Automatic for the People ”, “ Up ” e “ Monster ”). Ouça no Spotify aqui Ouça no YouTube aqui Os 15 álbuns participantes desta Seleta 01) Losing My Religion [Out of Time, 1991] 02) I'll Take the Rain [Reveal, 2001] 03) Daysleeper [Up, 1998] 04) Imitation of Life [Reveal, 2001] 05) Half a World Away [Out of Time, 1991] 06) Everybody Hurts [Automatic for the People, 1992] 07) Country Feedback [Out of Time, 1991] 08) Strange Currencies [Monster, 1994] 09) All the Way to Reno (You're Gonna Be a Star) [Reveal, 2001] 10) Bittersweet Me [New Adventures in Hi-Fi, 1996] 11) Texarkana [Out of Time, 1991] 12) The One I Love [Document, 1987] 13) So. Central Rain (I'm Sorry) [Reckoning, 1984] 14) Swan Swan H [Lifes Rich Pageant, 1986] 15) Drive [Automatic for the People, 1992]...

Dez passagens de Clarice Lispector no livro Laços de família

Clarice Lispector (foto daqui ) “A mãe dele estava nesse instante enrolando os cabelos em frente ao espelho do banheiro, e lembrou-se do que uma cozinheira lhe contara do tempo do orfanato. Não tendo boneca com que brincar, e a maternidade já pulsando terrível no coração das órfãs, as meninas sabidas haviam escondido da freira a morte de uma das garotas. Guardaram o cadáver no armário até a freira sair, e brincaram com a menina morta, deram-lhe banhos e comidinhas, puseram-na de castigo somente para depois poder beijá-la, consolando-a. Disso a mãe se lembrou no banheiro, e abaixou mãos pensas, cheias de grampos. E considerou a cruel necessidade de amar. Considerou a malignidade de nosso desejo de ser feliz. Considerou a ferocidade com que queremos brincar. E o número de vezes em que mataremos por amor. Então olhou para o filho esperto como se olhasse para um perigoso estranho. E teve horror da própria alma que, mais que seu corpo, havia engendrado aquele ser apto à vida e à felici...

Dez passagens de Jorge Amado no romance Capitães da Areia

Jorge Amado “[Sem-Pernas] queria alegria, uma mão que o acarinhasse, alguém que com muito amor o fizesse esquecer o defeito físico e os muitos anos (talvez tivessem sido apenas meses ou semanas, mas para ele seriam sempre longos anos) que vivera sozinho nas ruas da cidade, hostilizado pelos homens que passavam, empurrado pelos guardas, surrado pelos moleques maiores. Nunca tivera família. Vivera na casa de um padeiro a quem chamava ‘meu padrinho’ e que o surrava. Fugiu logo que pôde compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome, um dia levaram-no preso. Ele quer um carinho, u’a mão que passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se esquecer daquela noite na cadeia, quando os soldados bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleta. Em cada canto estava um com uma borracha comprida. As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram. Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta como um animal perseguido por outros mais fortes. A...